Mentiras

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Jerome Valeska.

Os policiais nos encaravam, nada contentes com cena. Digamos que não era permitido matar os amiguinhos com um banco metálico, mas admito, foi extremamente hilário! Sequer conseguia segurar minhas emoções, o que parece que os irritou. Pude ver de canto de olho S/N revirar os olhos.

— Ta rindo do que, ruivinho? — um deles me pegou pela gola da camiseta, apertando a minha garganta.

Ele parecia irritado, e já deu para perceber que ele presumiu que eu seria o culpado. Agora é crime ensinar bons modos para garotos abusados? O outro policial questionava a S/N, parei de rir bruscamente ao prestar atenção em sua cara triste, não entendendo nada.

— Eu disse para ele parar, eu disse! — ela se apoiava nos braços do policial — Mas ele não escutou, eu fiquei tão assustada... — ela estava falando de mim?

—  Calma, quem foi? — era engraçado como ele a tratava, apenas por sua delicadeza externa.

— Ele — apontou para um homem aleatório — Eu não soube o que fazer! Não sei porque Jerome achou engraçado... E se tivesse me acertado?

Ela estava totalmente entregue aos braços do policial, que com certeza achava que estava no lucro, é uma pena que ele não a conhecia direito

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Ela estava totalmente entregue aos braços do policial, que com certeza achava que estava no lucro, é uma pena que ele não a conhecia direito. Na verdade, nem eu me lembrava desse lado manipulador da garota, acho que porque ela nunca o usou contra mim. A maior parte das vezes em que me encontrava com ela, era quando ela me encontrava em um estado deplorável.

Passávamos a maior parte do tempo conversando, eu sempre estava deitado no colo da garota, olhando para a empolgação que ela tinha ao falar de algum assunto que ela gostava. Isso me assustava, mas aprendi a me costumar pelo afeto que sentia por ela desde a infância. Talvez fosse porque ela fosse a única que me ajudou porque confiava em mim.

[Flashback]

Meus doze anos. Eu havia passado a tarde inteira conversado com ela após levar uma surra da minha mãe, eu passei uma parte do tempo dizendo que seria engraçado quando eles pagassem o preço, e outra parte do tempo a escutando. 

Ela dizia que amaria ter um coelho de estimação, mas não teria condições de cuidar de um, já que o circo definitivamente não a ajudariam, já que nos alimentar já era algo difícil deles fazerem. Ouvindo isso, pensei em uma surpresa.

(...)

— Está morto Jerome... — ela sussurrava enquanto encara meu presente, ele já não sangrava mais, tratei de deixa-lo bem limpo.

— Mesmo morto ele é seu, e ainda por cima não precisa de tantos cuidados — disse empolgado, esperando alguma reação positiva dela.

Ela sorriu, abraçando o coelho entre seus braços, o acariciando com as mãos pequenas. Ela o devolveu para caixa, se aproximando de mim. Senti meu coração acelerar um pouco quando ela pegou minhas duas mãos e me encarou nos olhos. 

— É lindo, mas eu não vou poder ficar, ele vai começar a feder, e... — a interrompi.

— Podemos empalhar... Como que faz isso? É só por palha dentro dele né? — eu estava rindo descontrolado, talvez animado demais.

Ela sorriu mais, parecia alegre. Era divertido como isso me deixava eufórico, pelo menos havia acertado em algo que a agradasse.

— Podemos pensar nisso depois, mas obrigada pelo presente — ela beijou minha bochecha, eu podia sentir o perfume doce dela pela proximidade.

Ela se afastou, e foi se apresentar, já era a hora dela fazer suas acrobacias. E como sempre, eu assistia todas.

[Fim do Flashback]

Quando o policial levou o homem acusado por ela, S/N respirou pesado. Eu sabia que agora, ninguém iria querer mais encher o saco dela, por mais que pela cara impressionada de Barbara, soubesse que não iria demorar para acontecer.

Ela mantinha os olhos fechados, e mantinha uma expressão calma encostada na parede. Eu sempre a achei bonita, mas agora com os cabelos desta cor, estava ainda mais. Eu não esperava que ela fosse a mesma durante muito tempo, mas ela mudou bruscamente em poucas semanas.

— Você está diferente desde que eu vim pra cá — disse, acabando com o silêncio entre nós.

— Você quer dizer que eu não estou sendo mais sua cadelinha? Oh, obrigada. —  disse sarcástica, a encarei confuso, não entendendo o que ela quis dizer — Eu sei que você adorou quando eu estava derretendo aos seus pés, acreditando que você me queria. 

(...)

A forma como ele não tirava o sorriso do rosto te irritava. Ele não devia achar graça de uma situação dessas, mas fato era, que você tinha borboletas ruins no estômago quando via Jerome.

Você se culpava por ter sido tão fácil.

— Então eu fui a causa da sua mudança de estilo, e o seu ato de "fazer o circo pegar fogo"? — você revirou os olhos pelo trocadilho.

— Eu fiz isso porque estava cansada Jerome — você se alterou — Cansada de ser importante apenas quando convém, afinal em um dia eu era a acrobata favorita, no outro estava sendo apedrejada simplesmente por te apoiar — apontou o dedo no rosto do ra...

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— Eu fiz isso porque estava cansada Jerome — você se alterou — Cansada de ser importante apenas quando convém, afinal em um dia eu era a acrobata favorita, no outro estava sendo apedrejada simplesmente por te apoiar — apontou o dedo no rosto do rapaz — Mas no final, você também é um mentiroso manipulador, você estava feliz quando se foi, estava feliz por se livrar de mim.

A esse ponto vocês já eram o centro das atenções, o garoto não recuou não um milímetro conforme você avançava. Jerome tentou prender o riso, mas não conseguiu, o que te fez grunhir de raiva. Mas ele não tardou em se explicar com um sorriso malicioso nos lábios.

— É eu sou um ótimo mentiroso por fazer você achar que eu te queria — ele se aproximou mais do seu rosto, achando divertido o fato de que talvez você explodiria de raiva —  Porque eu quero você.

••••••••••••••••

Mais um capítulo, hehe 

Espero que esteja bom!

Imagine •Jerome Valeska•Where stories live. Discover now