DICKINSON

NÃO PODE SER AMOR

Já se faziam três dias desde a primeira vez que vi a mulher da minha vida,mas esse tempo todo sem nos ver não foi por falta de tentativa da minha parte,até porque passei em frente à casa dela nesses dias e não a vi em seu quintal. Talvez ela esteja se escondendo da maníaca cujo eu ou esteja muito ocupada com os afazeres de casa e não tem mais tempo para relaxar e escrever os seus poemas.

Tenho que arrumar algum jeito de vê-la nem que seja contra sua vontade. Tive uma ideia não tão boa assim,talvez ela de errado mas vamos torcer que não.
Estou a caminho da casa de Emily com 3 livros de estudos em mãos pensando se ela vai comprar a ideia ou vai ser indiferente me fazendo passar vergonha na frente de seus familiares..É melhor eu não pensar nisso se não eu desisto e volto correndo pra pensão nesse minuto.
Avistei sua casa no final da rua e apressei meus passos,chegando em frente a porta principal fiquei ali parada indecisa entre tocar ou não a campainha,no fim acabei tocando-a três ou mais vezes de tanto nervosismo. Uma mulher linda de pele clara,cabelos loiros,olhos castanhos(Iguais aos de Emily) e um rosto bem agradável atendeu a porta e ficou me olhando esperando eu me pronuncia.

- A Emily está em casa? - Perguntei sendo direta.

- Está sim. Mas com certeza ela não vai querer falar contigo nesse momento,sugiro que volte outra olha. - Ela respondeu um pouco sem paciência. Por que todos dessa casa a julgam dessa maneira?!

- Não é querendo ser inconveniente mas eu agradeceria muito se a senhora fosse a chamar para mim. - Falei. Hoje eu só saio daqui quando falar com Emily.

- Tá bom. Depois não reclame que foi dispensada por Emily.

- Estou ciente disso. Aah...fale com ela que são as borboletas azuis a sua espera. - Falei,sabendo que só ela entenderia esse meu novo código.

A mulher olhou para mim sem entender nada mas continuou a caminhar em direção a uma grande escada que era de frente à porta principal me deixando plantada na porta a sua espera. Minutos depois escuto passos vindo da escada e me desperto dos meus devaneios olhando diretamente para a escada dando de cara com ninguém menos que Emily descendo as escadas com um belo e aberto sorriso. Esse sorriso me deixou tão fraca por ela mais do que já estou,ficamos nos olhando por um tempo até que a mulher loira fingir cosar sua garganta nos tirando de nossa bolha imaginária.

- Filha, quem é esta aí? Nunca a vi na região. - A Loira que agora sei ser mãe de minha amada perguntou olhando pra mim com um olhar desconfiado.

- Eu não sei... - Emily respondeu devagar,parecendo pensativa sobre a pergunta de sua mãe.

- Como não sabe bobinha?! Somos da mesma turma de literatura não se lembra? Nos marcamos de estudarmos juntas hoje. Não me diga que esqueceu?! - Respondi depressa. Minha capacidade em inventar histórias quando estou nervosa é imprecionante até mesmo pra mim. Percebendo todo o show que eu estava fazendo Emily me olha com uma cara engraçada de quem diz " Você não tem vergonha mesmo não é?!"

- Aah sim. Desculpa por isso,eu estava muito distraída e nem reparei em seu rosto. - Ela entrou no meu jogo. PONTO PRA MIM!!

- E qual é o nome da moça? - Sua mãe pergunta determinada a deixa a situação pior do que já estava. Emily arregala os olhos para mim e eu me praguejei por não ter falado meu nome para ela no dia em que a conheci,mas como eu sou esperta novamente fui rapida o suficiente para sua mãe não notar nosso nervosismo.

- Susan senhora,mas pode me chamar de Sue. - Me apresentei esticando minha mão para que ela apertace e foi isso que ela fez.

- Bom,chega de conversa e vamos logo estudar,temos muitas matérias para revisar não é?! - Emily falou já me puxando para as escadas sem me dar chances de me denfender ou me desculpas com sua mae pela atitude de sua filha. Chegando no seu quarto ela fechou a porta com pressa e se virou me olhando com uma cara de poucos amigos me deixando com um pouco de medo.

- O que você pensou que ia acontecer quando você chegasse de surpresa aqui em casa? - Ela perguntou em um tom irônico. - Você deu muita sorte que eu entrei nessa sua mentira,porque se fosse meu pai,ele nunca ia acreditar nessa sua história sem pé e nem cabeça.

- Me desculpa,eu vim no impulso nem pensei nas consequência..Eu queria te ver de novo e também ouvir o poemas que você fez para as borboletas. - Eu estava falando toda sem graça,de pé em frente sua cama onde a mesma estava sentada.

- Então a senhorita Susan estava querendo me ver?! - Ela perguntou em um tom de segundas intenções e eu acabei ficando mais sem graça do que eu já estava.

- Você só escutou essa parte da minha frase? - Perguntei em um tom de brincadeira.

- Não. Mas o que mais me interessou foi essa. - Falou convicta.

Deixei de lado essas trocas de provocações e mudei de assunto querendo logo falar sobre outra coisa que não me deixasse mais idiota do que eu já sou normalmente. Se passaram muitas horas e nos duas ainda estávamos conversando,nos falamos de vários assuntos aleatórios e o que não acabava entre nós era assunto,acabei contando sobre minha vida para ela e ela da sua para mim o que foi muito bom para que nós nos conhecêssemos melhor e talvez então firmar uma amizade. Quando dei por mim já estava tarde da noite,as ruas já estavam completamente desertas e escuras. Emily me convidou para dormir em sua casa já que estava tarde para mim ir embora sozinha e eu como uma boa pessoa aceitei sem pestanejar,até porque não é todo dia que a pessoa que você gosta pede para dormir com ela. Já estavamos deitadas de baixo das cobertas,mas parecia que tinha um muro em cima de nos de tão pesado que ficou o clima entre nós,até ela se pronuncia.

- E então senhorita Susan você gosta de pão? - Ela perguntou querendo puxar assunto.

- Gosto... - Respondi um pouco confusa. - Aaah e me chame de Sue,não gosto muito do meu nome.

- Eu gosto do seu nome é bem bonito combina com a Dona.

- O-obrigada,mesmo assim insisto que me chame de Sue. - Respondi com um leve nervosismo na voz por conta de sua fala.

- Okay,Sue. Boa noite. - Ela falou me dando um leve beijo no canto da boca. NO CANTO DA BOCA MEUS CONSAGRADOS!!!

- Boa noite Emily. - Me virei de frente para ela e fiquei a observando pegar no sono e pensando se eu ja amava essa linda mulher a minha frente ou não,mas está tão cedo para pensar em amor,na verdade estou rezando para que não seja,até porque não estou muito afim de amar sozinha. E com esses pensamentos peguei no sono sem mesmo perceber.