Por que me olha desse jeito?

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Ultimo capitulo!

O amanhecer demorou a chegar em Schwarzwald, a escuridão do inverno tornava-se cada vez mais intimidante e dificultava a passagem da luz para acalentar os dias gélidos. A grande nevasca da noite anterior cobrira o chão da floresta com metros de neve e a branquidão absoluta reinava em contraste com as sombras perpétuas projetadas pelas enormes árvores.

Caminhar pelo bosque era impossível neste momento, quem dirá pela floresta amaldiçoada.

Belinda acordou mais tarde que o normal, adormecera após a chegada da madrugada e encontrou um conforto entorpecente debaixo daquelas cobertas fofinhas e quentes. Não havia nenhum barulho para a incomodar ali, ninguém para expulsá-la da cama, muito menos uma sociedade para agradar e deveres que cumprir. Era só ela, e toda a liberdade do mundo.

Uma menina desobediente, curiosa e viciada na sensação de explorar os limites do proibido.

Ela quebrou as regras uma vez, e fora castigada por isso. Se sucumbisse uma segunda vez, nunca mais seria a mesma. Lobos maus e atraentes faziam mais estrago que belos condes.

Quando se levantou da cama, estava sozinha e a primeira coisa que fez foi perceber a falta dele. Era impressão sua, ou as cobertas eram menos quentes sem ele ao seu lado? Oh, Gott.

Não o encontrou por nenhum lugar, e esqueceu como se respirava ao vê-lo do lado de fora.

O homem-lobo estava cortando madeira para alimentar a lareira mais tarde, sua pele pálida e arranhada reluzindo indecente ao ar livre. A maneira que ele socava o enorme machado com força faziam as veias de seu braço grosso e musculoso saltarem atraentemente. Seu torso rijo e largo estava nu, evidenciando o abdômen viril e marcado, e traçando um caminho de perdição pelas entradas sinuosas através da calça folgada. Ela fechou os olhos com aquela visão pecaminosa e lasciva, dizendo para si mesma que não iria ter mais aqueles sustos ou reação ao vê-lo. Mas como se manter sã, quando aquele misterioso homem mexia com todo seu corpo e emocional? Belinda trancou a porta novamente, nervosa, e foi em direção à cozinha, precisava de um copo d'água ou algo para acalentar o incêndio interior.

Desejos pecaminosos voltaram a perverter sua mente, atordoando-a. Estava sufocada, mesmo sua razão dizendo não, seu corpo respondia de uma forma perversa. Surpreendeu-se ao ver que ele tinha deixado algo para ela comer como desjejum, um ato gentil. Saboreou a comida, sabendo que precisaria de forças para enfrentar a floresta no caminho de volta.

Mas os sentimentos aflorados não desapareciam, ao contrário, estavam mais vivos e fortes.

Exceto que desta vez, era algo muito mais intenso que suprir sua curiosidade, como uma fome perigosa de necessidade e lascívia incendiantes, e que só podiam ser saciadas por ele.

Não poderia cometer aquele erro novamente, e se a sua madrinha soubesse? Ninguém a perdoaria dessa vez. Impulsos não poderiam botar sua vida a perder, mais do que já estava.

Após o café da manhã, ela decidiu que antes de partir iria tomar um banho na banheira de madeira que viu em um cômodo adjacente da casa. A água era quente e um bom mergulho ali iria colocar seus pensamentos em ordem. E fora assim que fez, caminhou até o banheiro, o local tinha algumas velas iluminando o escuro, mas ainda assim a visibilidade era um pouco baixa. Belinda não se importou. Despiu-se e subiu pelos degraus de madeira para entrar na banheira, já que esta era alta. Colocou a mão dentro e viu que estava cálida, ideal para um banho no inverno. Botou os pés primeiro e por fim entrou de vez na água aquecida.

Encostou-se na madeira e ali repousou a cabeça, teve a sensação que poderia ficar naquela banheira para sempre. Sentiu seu corpo relaxar de uma maneira inexplicável. Uma delícia.

Devore-me (Concluída)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora