A nitidez do obscuro

{A dor de uma dor}

{Texas-Houston/3:00am}

Estou intacta, paralisada, com olhos atentos e famintos fitando cada canto e diâmetro do quarto. Sinto-me fria, contudo, gotas de suor deslizam e caem sobre o travesseiro.
Minhas forças estão absurdamente retraídas e infectadas por uma dor de sentido inalcançável, que me preenche e sufoca-me mais e mais.
Olá? Alguém tem a capacidade de poder me ouvir daqui? Um lugar vazio, escuro, sozinho. Talvez meus choros soluçosos e os gritos de minha alma não sejam o suficiente.
"Ninguém poderá te extrair daqui."
"Você se voltará contra si mesmo."
"A escuridão tomará conta de sua vida."
Furacões de palavras e frases sem fundamentos formam-se em um piscar de olhos, abduzindo e sugando forças das quais eu ainda nem havia tido.
Um breve choque acontece dentro de minhas veias, dando-me a possibilidade de mobilidade, novamente. Um mergulho profundo ao mar Mediterrâneo, logo após, retornando à superfície, foi como a respiração regular regressou em meus pulmões.