VIDAS CRUZADAS (Parte I) Concluída

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Jovem demais, tolo demais para perceber

Que eu deveria ter lhe comprado flores e segurado sua mão

Deveria ter lhe dado as minhas horas quando eu tive a chance

Ter levado você a todas as festas, porque tudo o que queria fazer era dançar

Agora minha garota está dançando, mas está dançando com um outro homem

∆*∆*∆

Não era real!

Não era real!

Não podia ser real!

Repetia pra mim mesma dando passos largos até a varanda mais próxima enquanto desviava dos convidados que insistiam em me cumprimentar.

Eu sabia que meu pai era ruim, mas até pra ele aquilo tinha passado dos limites.

Contratar a banda do Zac pra tocar na minha festa de noivado?

Era surreal.

Era cruel!

Sinto meus olhos encherem imediatamente enquanto tento controlar minha respiração.

- Você ficou muito chateada?

Segurei a grade da varanda com força, ele só podia estar de brincadeira.

- Chateada não define o que eu estou sentindo agora, pai. Por que o senhor fez isso, por quê?

Ele enfiou as mãos nos bolsos e andou até mim.

- Eu precisava testar sua reação quando visse esse cara de novo. E pelo jeito você não passou no teste.

- Teste? Isso foi cruel até pra você pai. Eu disse que ia me casar, e disse que estaria aqui hoje e estou. Então não me venha com história de teste, o senhor fez isso porque é um sádico.

Dei alguns passos pra sair dali. Tudo que eu queria era sumir. Voltar pra aquela festa sabendo que ele estaria lá me embrulhava o estômago.

Meu pai segurou meu braço levemente.

- Me perdoe? - Arregalei os olhos imediatamente.

Atos O'Connell pedindo perdão?

- O senhor não está arrependido. Te conheço o suficiente pra saber, só está me pedindo desculpas porque tá morrendo de medo que eu vá embora. Que te faça passar vergonha. Não parou pra pensar nas consequências das suas atitudes porque no fundo o senhor só queria me ferir. - engoli a vontade de chorar junto com todos os sentimentos que lutavam dentro de mim. - Então eu preciso te dar os parabéns, porque o senhor conseguiu.

Ele desviou o olhar pro chão e soltou meu braço.

- Então quer dizer que essa é minha futura nora?

Um homem alto, moreno e de cabelos escuros nos encarava da porta.

- Julie, esse é seu futuro sogro, Edward Hall.

O senhor se aproximou e beijou o dorso na minha mão. Um sorriso iluminou seu rosto.

- Muito prazer! - falei automaticamente. Sorri.

E foi com certeza o sorriso mais forçado que eu dei na vida.

- Ela é ainda mais linda pessoalmente, Jason tirou a sorte grande.