Quando estivermos molhados - Parte 1

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Noah

Enquanto estamos no carro de Josh a caminho da casa dele começa a chover. Fico aliviado pelo som alto dos pingos batendo no capô do carro, é bom ter algo para preencher o silêncio.

Tento pensar em tudo o que aconteceu ontem. Foi um dia, mas pareceu uma semana. Finalmente fiz 18 anos, comecei a namorar, senti que tinha uma família de novo, ganhei minha primeira festa surpresa, fiquei feliz de ter meus amigos de volta, fui humilhado, quase estuprado junto com meu namorado na frente de todos, quase morto, descobri quem espalhou o vídeo e percebi que estava sendo egoísta também. Agora são quatro horas da tarde do dia seguinte e estou aqui tentando absorver tudo. Listar não ajuda. Resolvo focar em uma coisa só: Josh. Ele tem sido um namorado foda, e eu fui escroto com ele. A Joalin mereceu, mas Josh não. Tenho sido injusto... Ele não devia ter sumido, não devia ter ido embora, mas eu também nem me preocupei em perguntar o porque de ter ido. Não quis escutar sobre os problemas dele. Assim como Joalin, estava preocupado demais comigo mesmo. Josh não é de ferro, se surtou e sumiu um ano atrás as coisas não deviam estar fáceis para ele também, mas eu não liguei. Fiquei tão mal pelo vídeo ter vazado, pelo bullying e pelas risadas, não escutei quando ele veio conversar comigo que não estava bem, não quis saber sobre o quase divórcio de seus pais. Eu só soube chorar.... Josh precisou de mim e eu também não estive lá para ele. Eu não fui um bom amigo.

— Desculpa, Noah. A festa ontem acabou sendo um completo fracasso...

— Não foi um completo fracasso. Eu me diverti muito, pelo menos até o Bailey arruinar tudo. Fiquei feliz de verdade. E o bolo tava ótimo. Obrigado. — Olho para ele com carinho, estou sendo sincero.

— De nada, amor.

— Cara, é muito fofo você me chamando de amor.

Josh sorri finalmente estacionando na calçada em frente à casa. A chuva lá fora agora é bem forte e a rua deserta. O lugar sempre é meio calmo e silencioso, mas agora nem uma alma viva passa por ali.

— Nem consegui te dar seu presente...

— Pois é, ainda tô curioso. Já que não vou ganhar pode me dizer o que era?

— Quem disse que você não vai ganhar?

— Vou?

— Se você quiser...

— Eu só posso saber se quero quando me disser o que é.

— É surpresa.

— E quando eu vou poder descobrir?

— Quando me beijar.

Observo-o por alguns segundos só para ter certeza se realmente é minha deixa. Quando ele sorri tenho minha confirmação e aproximo-me do banco do motorista, chegando perto de seu rosto. Nos encaramos, olho no olho, o som da chuva caindo, os clarões dos relâmpagos iluminando o céu nublado e escuro. Depois de toda essa merda e a única coisa que consigo pensar é em como os olhos de Josh são bonitos.

Ele junta nossas bocas. E a minha boca na dele. E a boca dele na minha. A língua de Josh nos meus lábios, na minha língua. Minha língua na língua dele, e no lábio dele, e na língua de novo. Nossa saliva se misturando, virando uma só. E um raio. E um puxão. Mais contato. Josh me abraçando e eu abraçando ele. Uma trovoada. Mais contato. Estou no banco dele agora. Estou em cima dele agora. Ele está duro agora. Mais contato. A chuva caindo, molhando tudo, a boca dele molhada, molhando a minha, meu pau molhando a cueca, tudo molhado demais. Quero lambê-lo inteiro, chupá-lo, chupá-lo aqui onde ninguém pode ver, onde só nós dois saberemos.

Quando você voltar • NoshWo Geschichten leben. Entdecke jetzt