Último cortejo

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Último cortejo

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Último cortejo

Outrora meu coração
lamentava não poder te ter.
Como pertencer a um simples homem
quando tu és a definição de perfeição?

Sinhá moça do aroma de framboesa,
corpo esculpido pelas mãos de um belo e
digno artista, este reside no céu.

Ah moça, tais pensamentos o vento levou,
os tempos são outros,
e agora não insisto em te querer,
afinal, poderia eu tocar em ti
sem quebrar teu corpo?
Seria capaz de esquentar meus lençóis
sem manchar tua pureza?
Estaria ao meu lado inteiramente?

Meu coração grita o cortejo:
Te quero em todas tuas faces
Acordado do sonho de teu belo corpo,
pois sei bem que tens curvas humanas,
nada de artista divino...
Desejo-te autêntica,
com teus péssimos e bons modos!
Te quero mulher,
e não uma deusa mística.

É isto amada!
Me ofereça tuas verdades
que caminharei do teu lado,
seja no céu ou inferno.

— Madu Senna

Inspirado na característica do parnasianismo, da qual presa o realismo, esse por sua vez contrariando o idealismo do romantismo.
Usei a figura da mulher intocável, bastante usada no dito movimento literário (romantismo), o eu-lírico deseja quebrar essa visão virginal, querendo uma esposa/amada de verdade, autêntica... Esta poesia é realmente uma das minhas preferidas.

Entrelinhas do abstrato [em revisão]Where stories live. Discover now