Algo inesperado

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PAUL P.O.V.

- NUNCA MAIS ME CHAME DESSE JEITO, ME OUVIU? - Ele grita enquanto me enforcava e eu apenas me debatia, tentando me livrar das mãos dele.

- E- eu não consigo... Respirar... - Falo com a voz quase inaudível e sentindo que iria desmaiar a qualquer momento.

Então, John foi puxado para trás por Ringo, finalmente me soltando.

Massageei o meu pescoço, enquanto puxava o ar com força, tentando recuperar minha respiração normal.

- QUAL A PORRA DO SEU PROBLEMA, CARA? - Ringo berra com John, que estava com os olhos marejados, olhando para mim como se estivesse arrependido do que fez.

Voltei a me sentar na cama, ainda muito ofegante e encarei o ruivo, que parecia estar perplexo. Em seguida, ele colocou as mãos na cabeça e começou a dar passos para trás, como se estivesse desnorteado. Até que ele para e se encosta na parede, por onde deslizou seu corpo até que ficasse sentado no chão. Ele se encolheu e começou a chorar... Isso mesmo, John Lennon agora estava chorando como uma criancinha!

Olho para Ringo, que se encontrava do mesmo jeito que eu: sem saber o que fazer.

Confesso que senti pena dela, mesmo não sendo digno de tal sentimento meu. Eu sentia pena pois de certo modo, não era culpa dele ser e agir assim. Ele não teve a presença essencial dos pais para lhe educar e então, sua personalidade e seus conceitos, foram se formando sozinhos com suas experiências de vida.

Me aproximo dele e me sento ao seu lado, apenas o observando. Lentamente, coloco minha mão sobre seu ombro e de repente, para a minha completa supresa, ele me puxa para um abraço. Depois de alguns instantes ainda imóvel e tentando entender aquilo que estava acontecendo, eu retribui o abraço. Encaro Ringo, que quase não piscavam vendo aquela cena.

- Shhh... Fica calmo, cara. - Sussurro para John, que chorava descontroladamente em meu ombro.

Ficamos assim por algum tempi, até que seu choro fosse diminuído e ele ficando mais calmo. Ele então foi distanciando sua cabeça devagar, voltando a posição de antes, com os braços sobre os joelhos e a cabeça apoiada nos braços.

- Você... Está melhor? - Eu pergunto meio apreensivo.

- Sim. - Ele responde em tom seco e depois se vira de costas para mim, apoiando sua cabeça na parede e ficou... brincando com as próprias mãos? O que está acontecendo?

- Eu hein, não estou entendendo mais nada! - Ringo diz confuso e dá de ombros.

- É melhor que não entenda mesmo! - John comenta baixo, com a voz ainda trêmula por causa do choro.

- Como? Você tenta matar o Paul, depois começa a chorar e ainda não quer explicar o motivo? - Ringo pergunta indignado.

- CALA A BOCA, STARKEY! EU NÃO QUERO FALAR DISSO, OK? - Ele grita, se manifestando do nada, fazendo com que nós nos assustassemos.

- Ei, pega leve. - Digo e encosto minha mão em seu braço.

- NÃO TOQUE EM MIM! - Ele berra, sé esquivando de mim.

- Lennon, você por acaso sofre de bipolaridade? - Pergunto indignado e me levanto, indo se sentar junto de Ringo na cama.

- Vocês não sabemos nada sobre mim. NADA! - Ele diz e eu reviro os olhos.

- Sei mais do que você possa imaginar, John. - Falo fazendo Ringo e John olharem para mim.

- Eu duvido. - Ele fala com voz falha e eu suspiro.

- John, você é uma das pessoas mais  orgulhosas que eu já conhecia. - Digo e ele morde o lábio inferior.

- Só por que eu prefiro não expressar meus sentimentos? Ok, então eu prefiro continuar sendo a pessoa mais orgulhosa do mundo se possível. - Ele fala com sarcasmo e eu eu olho para Ringo.

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