Um tempo?

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JOHN P.O.V.

Eu não posso negar que estava muito feliz por ter ganho esse campeonato, ele foi muito importante pra mim. Havia me dedicado bastante nos treinos durante esse ano inteiro, e modéstia a parte, eu fiz um campeonato excelente, foi merecido. Mas, o melhor de tudo, o gostinho especial, foi ter ganhado justamente da equipe daquele babaca e convencido do Bob Dylan. Foi bem feito para ele, ninguém mandou cantar vitória antes da hora e querer me desestabilizar antes da final. Todas as tentativas dele foram frustratas, pois consegui transformar toda minha raiva em motivação para vencer e quis o destino, que o gol do título fosse justo o meu. Com certeza eu mandaria enquadrar a camisa que usei no jogo de hoje, juntamente com a braçadeira de capitão, para sempre me recordar desse acontecimento especial. Após a premiação, todos fomos para o vestiário, comemorar e fazer uma bagunça, que teve muito rock and roll e cerveja, que foi liberada pelo técnico, que se duvidar, estava até mais feliz que nós todos juntos. Contudo, algo estava estranho, não sei se era paranóia minha, mas eu sentia que todos estavam um tanto estranhos comigo, o Peter e o Stuart. Já com o George, notei que alguns dos caras até evitavam ficar muito perto dele ou falar com o mesmo, mas ele parecia não dar à mínima e estava com um enorme sorriso, o que me deixava ainda mais intrigado. Depois de algumas horas, o local foi se esvaziando aos poucos e por fim, eu fui o único a ficar por ali. Resolvo tomar uma ducha gelada e depois troco de roupa. Estava de costas para a porta de entrada, guardando minha medalha e meus dois troféus de artilheiro e melhor jogador do campeonato na minha mochila, quando tomei um baita susto.

- PARABÉNS, MEU CAPITÃO CAMPEÃO! - Ouço a voz animada de Paul atrás de mim, e me viro assustado, mas logo me acalmando.

- Caramba, não entre mais assim sem avisar, quase tive um treco do coração - Comento divertido e ele ri.

- É, finalmente me vinguei dos vários sustos ao invadir meu quarto sem avisar nada - Ele diz se aproximando e eu maneio a cabeça para o lado.

- Mas bem que você gosta dessas invasões... - Digo num tom malicioso e ele revira os olhos, abrindo um sorriso meigo e envolvendo seus braços em torno da minha nuca.

- Enfim, vim para te parabenizar pela partida incrível e pelo lindo gol que fez. Você realmente mereceu ganhar e fiquei muito orgulho ao te ver erguendo aquela taça de campeão. - Ele revela e eu sorrio, surpreso com sua declaração.

- De verdade? Sentiu orgulho de mim? - Pergunto e ele assenti, sorrindo.

- Muito. - Paul diz num sussurro e selamos nossos lábios em um beijo calmo, que logo se tornou urgente, com nossas línguas se entrelaçando violentamente.

- Obrigado, honey. Não sabe como fico feliz ao ouvir isso de você. - Falo ofegante após dar uma pausa no beino e depois dou mais alguns selinhos rápidos nele.

Novamente aquela dúvida que me acompanhou durante todo o dia, volta a me incomodar, então eu suspirei e me separei do seu corpo, vendo ele franzir o cenho.

- Algum problema, amor? - Ele pergunta nitidamente preocupado ao ver minha mudança repentina.

- Paul, aconteceu alguma coisa de diferente no colégio hoje mais cedo? - Pergunto indo direto ao ponto e me sento em um dos grandes bancos dali.

- Do que está falando? - Ele fica confuso.

- Por quê por onde eu, o Peter e até o Stuart passamos, há cochichos, olhares esquisitos e certos tratamentos indiferentes? O Geo fez alguma coisa? Porque ele é o que mais está passando por isso, pelo que percebi...

- Oh, isso... - Ele diz, cruzando os braços - Bom, digamos que o George tomou uma atitude bastante corajosa.

- Ah, então só pode ser isso que o Best tentou me contar na aula de história! Mas que atitude corajosa foi essa? - Pergunto curioso.

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