Oito.

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Meu telefone tocava como um louco, em plena manhã de segunda-feira que antecedia o carnaval (que seria na terça-feira), e a maioria dos empregados estariam de folga da empresa de Artur, durante toda a semana, incluindo eu!

E queria saber quem era o infeliz que estava me acordando a essa hora. Raiva me definia. Fui dormir tão tarde ontem, pois havia decidido fazer um novo curso, comecei a estudar mandarim para aperfeiçoar ainda mais o meu currículo, sempre gostei de estar preparada para tudo, e nada melhor que estudar a língua mais falada no mundo. Fora que eu sempre tive curiosidade de aprendê-la. O curso acabava com meu ânimo, mesmo que fosse on-line, eram duas horas e meia por dia, cinco dias por semana. Isso duraria 3 anos e meio. 42 meses me dedicando a algo que certamente me traria retornos, talvez não tão rápido quanto eu esperava.


Olhei no visor e era Pedro. Nem entendi, nos vimos todos os dias mês passado, e alguns dias esse mês, afinal ainda era dia 8, já havia enjoado de vê-lo, mesmo que eu gostasse da sua presença, mas não havia mais nada que pudéssemos fazer, tinha ficado aquela rotina chata, e sentia meu relacionamento se esfriando depois de quase quatro anos. Cocei os olhos, bocejando e alongando os braços, finalmente atendi.

— Oi meu amor – ouvi ele dizer, e podia sentir pela voz que havia um sorriso.

— Oi Pedro, estava com um sono tão bom – respondi mau humorada procurando com meus pés, o meu chinelo, encontrei-os e caminhei para o banheiro, com meu pijama super infantil, mas quem liga?! É minha casa mesmo.


— Que milagre você dormindo até agora, já são quase meio dia e meio Ana – deu uma risada e mal pude acreditar que já estava tão tarde, parecia que havia acabado de me deitar – mas não importa, queria saber se posso ir aí, porque vou sair de viagem, para a Itália, a negócios do meu pai – suspirou pesado – quero me despedir – disse por fim

— Sim, pode vir– bocejei – vamos almoçar fora, pode ser? – falei me sentando no trono

— Fechou então, se arruma que eu pego você aí agorinha – mandei beijo como resposta e desliguei

Fiz minhas necessidades, escovei os dentes, e comecei um banho. Lavei meus cabelos, hidratei e deixei que secassem naturalmente, apenas dei uma amassada para ficar com cachos naturais assim que secasse. Coloquei uma calça jeans skinny, uma rasteirinha com pedraria e uma camiseta simples, azul marinho. Logo ele chegou e fomos para o restaurante, e assim que chegamos, reparei que era o restaurante da Malu, fiquei feliz.

Nos sentamos e conversamos um pouco até que uma garçonete foi nos atender. Entregou os cardápios e ficava mordendo a boca numa tentativa de ser sexy, para meu namorado. Sorri irônica, revirando os olhos, e Pedro nem ligava, ou fingia. Já comecei a ficar puta de ódio mas segui plena, respirei fundo pelo descaramento dela, e pedi um suco de maracujá com pouco açúcar e o prato do dia, e Pedro pediu um café mesmo estando no horário de almoço, e macarrão cremoso.
Enquanto o pedido não chegava, avistei que Malu me observava e acenei sorrindo, e logo a vi caminhar até mim, sorrindo também enquanto Pedro me encarava sem entender, até vê-la e se ajeitar na cadeira, desconfortável com a situação.

— ANA – falou ela e me levantei a abraçando.

— Que ótimo que você está aqui – falei animada pois nesse mês havíamos conversado bastante e já a considerava uma amiga, mesmo que a minha situação com seu atual namorado não fosse das melhores.

— A gente tem que marcar de nos vermos, nós quatro – falou olhando para Pedro também. E sorri sem graça pois essa ideia não me agradava. Artur me deixa desconfortável, principalmente depois do dia na casa dele, que não quero nem lembrar.

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