Prólogo

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Eu percorro toda a rodovia, está tudo deserto. O campo está verde, não mais dourado. Agora sinto uma brisa de verão, não mais o vento gélido do inverno. Já faz quatro meses. Continuo pedalando até encontrar a placa, então viro a direita junto com a seta vermelha pintada com uma tinta barata descascando com o tempo. A poeira levanta, os cascalhos desabam, e eu desço da bike, seguro forte os guidões e já consigo ver, não está tão longe. Jogo a bicicleta e caminho de encontro; um elevado de terra, uma arvore retorcida... Não é noite, não há vagalumes, nem estrelas e nem ele.

Sento na grama, deito e olho para o céu: um astro rei flamejante como uma laranja brilhosa no centro do azul celeste, as nuvens parecem com espuma do mar e os galhos da arvore se retorcem até tocarem o céu. Eles projetam feixes de luz solar em meu rosto, e então, tudo que eu faço é chorar. As lagrimas lentamente contornam o meu rosto, e caem sem esforço, sem que eu tenha controle.

Porque choramos? Porque nossos olhos se enchem de água quando estramos triste? Eu nunca consegui compreender, tudo bem, isso é lógico: choramos por que... Ah, porque seres humanos choram, mas no fundo eu consigo ver sentido. Uma lagrima tem tantas palavras desce dos olhos como algo floresce de dentro, como uma raiz que cresce. A quanto às palavras, bem, ninguém consegue lê-las, pois são inexpressáveis. Eu nunca conseguiria dizer o que alguma lagrima diz. Nunca.

 - Hector

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