Capítulo 8 - Moletom

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Baekhyun se sentia no direito de estar nervoso daquela forma. Tinha recebido um convite para jantar, vindo dos pais de Haerin, e não teve nem jeito e nem vontade de recusar. Ainda estava no plano de resolver as pendências da vida e os ex-sogros estavam inclusos nisso, mesmo que tivesse bastante receio sobre aquele encontro.

Não que achasse que o casal estivesse interessado na guarda de Haneul, apesar de ter tido um pesadelo relacionado àquilo depois do encontro inesperado, dois dias antes. Seu medo era de lidar com as duas pessoas que fizeram parte da sua vida por muito tempo e que tinham uma ligação óbvia com Haerin. Baekhyun não era bem a pessoa que gostava de guardar mágoas, mas não sabia como conter a tristeza grande que sentia quando lembrava da falta de apoio, ainda que entendesse verdadeiramente a dor dos pais da noiva.

Queria muito se livrar dos sentimentos negativos e tinha intenções de perdoar, dependendo do que seria dito a ele.

Só não conseguiria fazer aquilo sozinho. E foi por isso que ligou para Jongin assim que recebeu o convite, combinando com ela para que fossem juntos da loja, quando o expediente de Baekhyun acabasse. Apenas confirmou com a amiga pouco antes do horário comercial terminar, e agora a mulher estava indo buscá-lo.

E Baekhyun estava a um passo do desespero, enfurnado no banheiro da loja, sem a farda e com a cabeça enfiada na pia. Já havia trocado e limpado Haneul com lencinhos umedecidos, o vestido com uma roupinha nova e fofa, e agora precisava dar um jeito em si mesmo com os poucos recursos que tinha ali. Se resumiam, basicamente, numa camisa mais bem apessoada que levou, uma toalha de rosto e o shampoo de Haneul que ficava na mochila e ele estava usando para lavar os cabelos.

Não queria parecer descuidado e muito menos que seu cabelo aparentasse estar oleoso ou sujo, então, mesmo sabendo que Jongin chegaria a qualquer momento, estava massageando o couro cabeludo com aquele shampoozinho de neném que tinha o cheirinho gostoso de Haneul, desconfortável por estar todo inclinado para conseguir molhar a cabeça na pia. Seria ridículo se alguém o visse naquela posição, honestamente. Ainda bem que trancou a porta.

Enxaguou os fios crescidos que ainda não teve tempo de cortar dignamente, usando a toalha de rosto para secar o cabelo e os respingos no tronco exposto. Também não se fez de rogado lavando as axilas, porque era melhor prevenir do que remediar. Só saiu do banheiro quando conseguiu secar-se o suficiente, mesmo que os fios ainda estivessem meio úmidos.

Ajeitando a camisa no corpo, recolheu os pertences e deixou o cômodo pequeno, ouvindo ao longe a voz conhecida da melhor amiga enquanto passava para ir até a sala de Young-mi. Apressou-se, seguindo seu caminho para pegar Haneul e não deixar Jongin esperando, sorrindo quando entrou na sala de costura e teve o vislumbre de Chanyeol com o bebê no colo, o balançando devagar e arrancando sorrisinhos dele.

— Seu papai chegou, Haneul. — O homem disse, segurando a mãozinha do Byun pequeno. Baekhyun não conseguiu parar de sorrir com a cena, gostando de como Chanyeol divertia o filho com poucas coisas. — Conseguiu?

— Até lavei o cabelo. — Baekhyun riu, indo guardar as coisas na mochila. Tinha contado a Chanyeol. Era impressionante, mas sentia-se muito confortável com ele a esse ponto. — Parece muito desleixado?

Baekhyun mexeu nos fios, arrumando-os atrás, e Chanyeol negou com a cabeça, um sorrisinho no rosto. Ele carregava Haneul como se o bebê não pesasse nada, sendo que, na verdade, ele tinha uns bons oito quilos e algumas gramas.

— Está bonito! — Foi Young-mi quem disse, tocando no ombro de Baekhyun. Ele olhou para trás, sendo agraciado pelo sorriso dela. Algo em todo aquele cenário deixava o homem com uma sensação... de casa. Tanto pelo aquecedor que mantinha a sala confortável, como pela presença de Chanyeol e da Senhora Park.

Pura SedaWhere stories live. Discover now