Capítulo 2

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Roberta

— Daí o tubarão veio em minha direção e mesmo que eu estivesse dentro da jaula de proteção, tremi tanto que soltei a câmera!

— Não acredito! — tia Dulce exclamou com empolgação, quase saltitando no banco da frente do meu carro. — E o que aconteceu?

— A foto ficou com um efeito único e eu ganhei um prêmio por ela. — Matheus me encarou através do retrovisor e se eu não precisasse manter a atenção na rua, estaria vendo a cor do meu cérebro de tanto revirar os olhos.

Ah, pelo amor de Deus!

— Menos tia, ele é só um fotógrafo, não o Super-Homem... — resmunguei baixinho, achando que ninguém escutaria.

— O que você disse?

Droga! Ele tinha me ouvido.

— Nada não... — murmurei.

Ele continuou a me olhar pelo retrovisor, mesmo que a sessão de puxação de saco ainda não tivesse acabado. Minha tia estava deslumbrada com as aventuras de Matheus, massageando o já enorme ego dele. Não que fosse necessário, esse homem nunca teve um momento autoconsciente na vida. Ele foi o único adolescente que conheci e jamais duvidou de si.

— De qual foto você se orgulha mais, filho?

No mínimo, alguma de modelo ou atriz sexy que ele pegou depois da sessão. Pelas fofocas que eu tinha ouvido, havia uma fila dessas.

— Tenho uma foto especial que é a minha favorita... — Ainda podia sentir o peso de seu olhar quando ele continuou a responder: — Porém, das tiradas por mim? — Fez um ar pensativo. — Da Malala, sem dúvidas.

Isso chamou a minha atenção e eu finalmente desfiz minha cara emburrada e o olhei de volta.

Ao invés de permanecer acomodado no banco de trás com o cinto de segurança, Matheus estava empoleirado entre os bancos da frente, como costumava fazer quando a gente era criança e saíamos para comprar sorvete com a minha mãe. A diferença era que agora ele tinha mais de um metro e noventa de altura e se eu me inclinasse um pouco para o lado direito, sentiria sua respiração próxima ao meu pescoço.

— Você a conheceu? — perguntei curiosa.

— Sim e ela é ainda mais incrível ao vivo e até autografou a minha cópia do livro, posso te mostrar quando chegar em casa.

Em casa? Até onde eu sabia, Matheus morava bem longe daqui. Um tolo fio de esperança cresceu em meu peito

— Você leva o livro quando viaja a passeio?

Ou a sua casa estava mais perto do que eu imaginava?

— Não... não tenho como mostrar. — A expressão animada dele caiu como se só agora tivesse percebido o seu erro. — Desculpa.

Meu ex-melhor amigo (AMOSTRA)Where stories live. Discover now