▸Capítulo 11

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Sair sem rumo não era o melhor dos planos, no final das contas, e ainda que fosse óbvio que não era o melhor dos planos, ele sentia que precisava se perder. Taehyung estava ansioso e não achava que ficar zanzando ia ajudá-lo a se acalmar, mas ele queria, então ele fumou. Fazia parte do seu plano, ele já tinha preparado a bolsa com os cigarros já feitos, então ele sabia: Tudo não passava de uma desculpa.

Parou num supermercado, indo para a vaga mais distante e escura.

Taehyung tragou até sentir a garganta queimar, até sentir sua garganta borbulhar na quentura da fumaça. Uma tortura da qual ele não tinha certeza porque estava fazendo consigo. Deixou o vidro um pouco aberto, o suficiente para livrá-lo da sensação de falta de ar. Fumar maconha no estacionamento do supermercado, emocionalmente instável, gestante e prestes a visitar um amigo de longa data que não manteve contato e que não está nos seus melhores dias, não parecia a melhor ideia do mundo.

Ele não estava tendo boas ideias de qualquer maneira, e não queria pensar nisso porque seu coração já estava palpitando mais do que o normal.

Ele se distraiu, entre uma tosse e um trago, com uma família linda. O filho saltitante tinha as pequenas mãos presas pela do pai, e o outro filho estava na barriga da mãe. Eles passaram um pouco à frente do seu carro, alheios aos olhares invejosos e tristes do Kim, e montaram num automóvel brilhante e gigante, felizes e satisfeitos com as suas vidas.

Ele não teve essa chance. Dói como um tiro no peito, à queima roupa. Um aperto esmagador, que parece uma mão impiedosa apertando, apertando, apertando...

Ele não teve essa chance.

Taehyung pega a mochila com as ervas e joga todo o material pela janela, depois traga pela última vez o seu cigarro, amassa no pequeno cinzeiro que tem acoplado no carro e segue para o destino. Ficar ali, vendo famílias e mais famílias contentes com as suas vidas, não era algo que ele queria presenciar no momento.

~


E no entanto, ele não teve escolha.

Ao chegar na porta do quarto de Jimin, Taehyung escutou a voz baixa, feliz e doce do rapaz do outro lado, e a saudade é tão grande que o afogou em memórias aconchegantes e inocentes. Ele estava aéreo e sabia porquê. Ele era o tipo que fumava maconha e ficava ilhado em sentimentos, geralmente sufocantes como tristeza ou nostalgia, ou inconvenientes, como afeto. Afeto demais.

Deu duas batidinhas na porta e juntou as mãos na frente do corpo, um pouco intimidado, um pouco receoso com as reações que poderia causar e os sentimentos que poderia ter ao vê-los de novo nas circunstâncias em que estavam. Yoongi abriu distraído, olhando para o marido, de costas para Tae.

Jimin estava sorrindo grande...

Demorou um instante para o castanho claro perceber que não era para ele o sorriso, e sim para o seu marido, e eles conversaram por um momento até virarem os dois na direção de Tae.

— Jungkook conseguiu trazer. Deve ter custado um dinheiro a mais, Yoon. Não é melhor a gente conversar com ele pra pagar? - Jimin desligou o celular que estava preso no ombro, pousando-o nas pernas.

E Taehyung sentiu o mundo girar rápido ao ouvir aquele nome. Muito rápido. Sob a atenção de dois dos seus melhores amigos, o Kim também sentiu os lábios tremerem, e usou a manga longa da blusa para tapar a boca e o nariz, disfarçando a fungada - mas não as lágrimas. Encostou no batente da porta e observou.

Ele estava chorando e não sabia se a causa era o nome de Jungkook ou ver Jimin sorrindo, com um bebê ressonando no colo e lembrando-o que ele também tinha um.

Begin -- jjk+kthOnde histórias criam vida. Descubra agora