Chapter 7: Halloween Detention Club

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Rainfort, Connecticut, Estados Unidos. Outubro de 2020.

Eu fui o último a sair da piscina, somente quando estava completamente sem fôlego. Assim que ergui o meu corpo pra fora da água, caí de costas, exausto. O teto de vidro me permitia ver que já era o começo da noite. Toda a estrutura daquele lugar era semelhante às outras áreas da escola que não tinham uma aparência vitoriana: moderna e com todos os detalhes na cor preta. Fechei os olhos por alguns segundos, a conversa dos outros garotos ao meu redor ecoando no ambiente amplo.

Quando eu abri os olhos, Beckett estava com o rosto diante do meu.

Boo!

Franzi o cenho e me sentei. Meu irmão se sentou do meu lado. Eu percebi quando ele fez o movimento pra me jogar de volta na piscina, mas eu fui mais rápido do que ele e me levantei. Beckett fez uma expressão frustrada.

— Você é muito sem graça.

Dei com os ombros. Os garotos estavam todos espalhados ao redor da piscina, aguardando uns minutos antes de irmos para os vestiários. Eu não sabia porque o mister Strong nos fazia esperar, mas nós obedecíamos. O professor estava de pé em um canto, anotando alguma coisa em uma prancheta.

Olhei para o meu irmão, parado com as mãos na cintura. A única coisa que diferenciava os nossos corpos era uma pequena tatuagem estúpida que ele tinha no abdômen. Aquela tatuagem tinha sido uma aposta com uns amigos imbecis dele da época do middle school, e o nosso pai não sabia sobre ela mesmo depois de vários anos.

Meu irmão costumava fazer muitas coisas estúpidas, desde quando éramos pequenos. Durante a nossa infância, eu o considerava o meu herói, e tentava imitá-lo em tudo. Mas lenta e progressivamente eu comecei a perceber que todos os atos de heroísmo e rebeldia de Beckett resultavam em punições. E então eu abandonei completamente aquela ideia, me esforçando para me tornar o completo oposto do meu irmão. Enquanto ele era o filho problema, eu era o filho de ouro. Logo, porém, ficou claro que Beckett não conseguia suportar as pressões que vinham da comparação entre nós. Em seguida vieram as drogas e as recaídas. E foi aí que eu comecei a reduzir as minhas conquistas, buscando ao máximo evitar que o meu irmão tivesse muito com o que competir.

— Pro chuveiro, já! — O mister Strong ordenou, apitando em seguida.

Todos os garotos seguiram até os chuveiros em diferentes velocidades e níveis de empolgação. Olhei para trás e notei que o garoto chamado Lysander Yang andava devagar, esfregando os braços como se estivesse com frio. Ele sempre fazia aquilo, esperando boa parte dos meninos terem saído para ele entrar. Eu entendia os motivos dele. Eu sabia o que tínhamos feito com Matthew.

Quando eu entrei nos chuveiros, boa parte dos garotos já estava tomando banho. Alguns não tiravam suas sungas, mas a maioria sim. Os que tinham vergonha eram sempre os que eram mais incomodados pelos outros, especialmente se o mister Strong não estivesse por perto para intervir. Eu particularmente não me importava em ficar nu. Embora eu detestasse o meu corpo, ficar sem nada não tinha muita diferença de ficar só de cueca.

Deep down in Louisiana close to New Orleans, way back up in the woods among the evergreens... — Knox começou a cantarolar a letra de "Johnny B. Goode" quando o professor entrou nos chuveiros, sendo seguido por alguns dos outros garotos, entre eles o meu irmão.

O mister Strong enviou um olhar irritado ao garoto e seguiu para o seu chuveiro reservado. Johnny era o apelido que o professor tinha, diminutivo de seu primeiro nome, John. Ele permitia que os alunos o provocassem com aquele apelido quando estava de bom humor.

Fine Young GentlemenWhere stories live. Discover now