Flowers

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TOUYA?!

Dabi engoliu à seco, respirou fundo algumas vezes. Sua irmã estava ali, sua pequena irmã, Fuyumi estava ali e não estava sozinha, Natsuo estava de boca aberta. Dabi, ou Touya, tinha duas alternativas ou bancava o doido ou falava a verdade.

O homem encarou seus irmãos piscando algumas vezes antes de abrir os braços e dar uma risada sem graça. — Olá. — Os dois correram ao abraço do homem de cabelos pretos, Midoriya os olhava até se lembrar da foto que vira tantas vezes na mesa de Todoroki.

Quatro crianças, uma riscada, os cabelos vermelhos e os olhos azuis. Os olhos bem azuis, Dabi Himiko era na verdade Touya Todoroki o irmão do seu namorado. Seu cunhado, como não reconhecera antes? Droga, olhava os três juntos, tinha que contar para Shouto que seu irmão estava ali, Shouto! Ah é! — Eu odeio interromper vocês, eu juro, mas meu namorado ainda está desaparecido, e eu to desesperado.

— É verdade, eu prometo que quando encontrarmos o Shouto a gente vai fazer uma festa em família, sem o Enji, só nós quatro. — Touya beijou os cabelos de Fuyumi e se pôs na ponta dos pés beijando a bochecha do irmão mais novo, que era bem mais alto que ele próprio.

Midoriya sorriu para os três, um sorriso meio triste. — Vamos ter que pôr mais pratos nessa mesa, afinal vai ter nosso cunhadinho verdinho, e o seu cigano. — Fuyumi disse e se aproximou de Deku passando a mão no rosto dele. — Natsuo faz alguma coisa útil e liga pro teus amigos pra eles irem atrás do Shouto.

E finalmente descobrindo o nome do garoto, Deku olhou para o professor. — Ah! Ele me deixou um bilhete, disse que volta para me buscar, e o diretor disse algo do pai dele ter ligado.

— Ah é claro, o velho sempre estragando tudo. — Natsuo, que estava com o celular na mão disse, desviando o olhar para Dabi. — Com certeza o Sho, idiota como é foi na casa de algum dos inconsequentes que ele conhece! Que ódio, moleque infernal, foi achado no lixo esse inferno.

Izuku se permitiu rir daquilo, Natsuo lhe passara o conforto que não tinha tido antes. Fuyumi reparou nisso, e soltou também um risinho. — Você tentou ligar para ele?

— Sim, foi a primeira coisa que eu fiz, mas ele deixa ir para a caixa postal, e as mensagens são lidas e não respondidas. — Midoriya disse, pegando o celular.

Fuyumi tentava pensar numa solução até que seus olhos arregalaram. — Natsuo, joaninha!

— Joaninha? — Dabi perguntou, colocando a mão no ombro do aluno. — Que joaninha?

— Joaninha é um celular que eu dei para o Shouto quando eu saí de casa, ele poderia falar comigo sem que o pai descobrisse. — Fuyumi explicou. — Parece um brinquedo e o pai que não conhece de tecnologias não iria entender.

— Isso! Onee-chan esperta! — Natsuo então discou o número que sabia de cabeça, esperou chamar no viva-voz

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— Isso! Onee-chan esperta! — Natsuo então discou o número que sabia de cabeça, esperou chamar no viva-voz.

— ... Alô?

— Shouto? — Fuyumi tinha pego o celular, tentava não gaguejar. — Onde você está porra?

Uau. O queixo de Dabi estava quase no chão com o tom usado por Fuyumi.

— Na escola.

— Mentiroso filho da puta! Onde você se meteu caralho? Quer matar a gente infeliz? Seu adotado, achado no lixo! — Natsuo berrava com o irmão. — A gente tá aqui na sua escola caralho.

— Uh, nesse caso eu não estou na escola. A voz de Shouto continuava calma, o que deixava o rosto de Natsuo cada vez mais vermelho de raiva. — Eu to bem.

— MAS VAI FICAR MAL SE NÃO FALAR AGORA ONDE VOCÊ ESTÁ TODOROKI SHOUTO! — Fuyumi gritava com o aparelho eletrônico.

Houve um silêncio, Deku passava a língua nos lábios secos, e Dabi tinha arregalado os olhos, tinha conhecido uma Fuyumi calma e controlada, quem era aquela mulher no lugar de sua irmãzinha. — Estou na casa do tia Gō.

E desligou, Fuyumi tinha tirado os óculos e passava as mãos pelo rosto, Touya entrara na sala que antes dava aula para avisar os alunos que estavam liberados.

— Tia Gō? Quanto tempo eu não vejo essa mulher. — Estavam os cinco na sala dos professores, Touya mexia o açúcar no café e dava para a irmã. — Muito tempo mesmo, ele ainda é apaixonado pelo Haru-sama? — Perguntou enquanto sentava perto da irmã.

— Não. O irmão dela se casou com ele. — Natsuo respondeu, enquanto enfiava a mão no pote de biscoitos e colocava de uma vez na boca.

Midoriya reparava o quanto os quatro eram tão diferentes e tão iguais, Dabi era centrado e o tempo todo cuidava dos dois, Fuyumi agia como uma mãe repreendia Natsuo o tempo todo, já este parecia um crianção, comia e falava alto, falava muito palavrão e tinha alguns bandaids pelo rosto.

E tinha Shouto, que parecia viver duas pessoas diferentes em um mesmo corpo, o garoto frio coração de gelo na frente de todos, e o garoto doce preocupado e sempre amoroso consigo quando ninguém estava olhando. — Midoriya! — Ouviu seu nome ser chamado e virou para a voz, sendo o dono Natsuo. — É Midoriya né?

— Sim.

— Por que você usa isso aí cara? — Apontou para o cateter, Midoriya sorriu com o chute que Fuyumi dera em seu irmão, mas logo se ajeitou para explicar.

— Eu tenho câncer. Sem isso eu não consigo respirar direito. — Explicou, e em seguida deu um sorrisinho. — Não é contagioso, ok? Aliás, eu acho que nenhum é. Eu faço tratamento, mas não tem cura. O tratamento prolonga minha vida, mas ela vai ser mais curta do que a de vocês, então eu aproveito cada momento ou tento aproveitar, mas não fiquem com essas caras! — Soltou uma gargalhada, os olhinhos brilhando. — Eu não vou morrer tão cedo, antes eu vou me casar com o irmão de vocês!

Fuyumi trancava o choro na garganta, esticou suas mãos pegando nas mãos pequenas de Midoriya e as apertou. — Vai, eu e o Natsuo vamos estar do lado.

— E eu? — Dabi perguntou fazendo um bico irritado, os dois irmãos riram junto a Midoriya.

— Quem você acha que vai levar o Shouto no altar? — Natsuo respondeu. — Pode até ser professor, mas é burro.

Era de madrugada, o vento batia a janela de Midoriya enquanto o outro descansava, já que não iria conseguir dormir de qualquer jeito. Natsuo e Fuyumi dormiram no quarto de Dabi.

Izuku se revirava na cama enquanto queria chorar de saudade, é incrível o quanto Shouto era o amor de sua vida. Olhou para a cama de Sero, o garoto dormia tranquilamente, se virou novamente para a parede mas então decidiu se levantar.

— Droga. — Foi até a janela pronto para fechar quando ao fundo correndo em direção ao seu quarto vinha um ponto bicolor. — Mas que- Shouto?

O citado colocou as mãos no joelho descansando da corrida. — Eu disse que vinha te buscar, tá pronto?

Boys Don't Cry •KiriBaku•حيث تعيش القصص. اكتشف الآن