capitulo 7- voce quer ficar aqui

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Ele estava lá, é claro. O mais lindo de todos os meus pesadelos. A pessoa que eu mais odiava no mundo, a única que eu queria a milhões de quilômetros de mim, e que ao mesmo tempo, era quase tão linda como um anjo e me deixava louca quando estava perto de mim. Nossos olhares se cruzaram por segundos que pareceram durar horas, quando eu voltei os olhos para o que estava fazendo. Resolvi quebrar o silêncio.

- O que você ainda está fazendo aqui?

- Eu tava no computador com seu irmão. E agora eu tô aqui te vendo.

- Hahaha, você é tão engraçado. – fingi estar rindo.

Ele não me respondeu. Mas caminhou em minha direção. Só faltava uma mesa pra eu terminar tudo. Eu me apressei e, antes que ele chegasse perto de mim, eu fui em direção a lata de lixo. Eu podia entrar em casa, mas meu chinelo e meus óculos estavam em cima de uma das mesas. Merda.

Eu andei até lá sem vontade nenhuma, não queria nem olhar pra ele. Ele já tinha me feito mais raiva do que podia hoje, e eu ainda estava meio assim com o negócio do pepe. Além do mais, eu não queria continuar ali fora, estava esfriando, já deviam ser umas sete e meia da noite e eu ainda estava de biquíni.

Quando cheguei até a mesa, onde ele tinha se encostado, tentei ser rápida, só queria pegar minhas coisas e sumir dali.

Por mais que eu viajasse a cada momento que ele me tocava, que ele encostava o corpo dele no meu, eu ainda não queria ele tão perto de mim. No exato segundo em que eu encostei minhas mãos nas minhas coisas, a mão dele pousou sobre a minha.

- Está com medo de me olhar? – ele perguntou, senti sua respiração tocar minha nuca.

- Não. – eu olhei pra ele – Eu só prefiro evitar ter que te olhar.

- Aham, sei. – ele continuou me olhando.

- Olha, eu realmente não estou com paciência pra você. Você já passou dos limites hoje.

- Por quê? Aquilo quando eu cheguei? Imagina. - ele sorriu.

- Eu só queria saber porque você cismou comigo agora. – murmurei. E eu realmente pensei que ele não tinha ouvido. Ele soltou a minha mão e deu a volta na mesa. Eu acreditei que ele estava indo embora e comecei a lentamente pegar minhas coisas. A surpresa apareceu atrás de mim, falando no meu pescoço, como ele sempre fazia. A resposta a minha pergunta indireta veio logo depois.

- Você não é tão esperta? Deveria saber que não é nem um pouco feia, e que não tem o pior corpo do mundo também.

Eu fiquei meio tonta com as palavras dele, tenho que admitir.

- Ah, por favor. Você pode ter todas as meninas do mundo com essas mesmas características. Porque não escolhe uma que te quer?

- Como se você não me quisesse. – ele era muito convencido mesmo.

Eu levantei minha coisas, que já estavam na minha mão, mas as mãos dele desceram lentamente por meu braço e o abaixaram. Ele não disse nada.

- Tudo bem, eu pego isso aqui amanhã. Não é como se alguém fosse roubar ou coisa parecida.

Com um pouco de esforço saí de perto dele e andei em direção a casa. Ele era mais rápido. Pegou meu braço e me girou de encontro a ele. Ele passou os dois braços pela minha cintura, obviamente pra não me deixar sair dali.

- Me larga. – falei entredentes. Ele apenas sorriu, não escondia como estava se divertindo com aquilo. Como estava se divertindo comigo.

- Não.

- Se não me soltar, eu grito.

- Você não vai fazer isso. Você quer ficar aqui. Você está gostando.

- Ai noah, para de ser ridículo, por favor.

- Ai Sabina, para de mentir pra si mesma, por favor.

- Ótimo, você sabe copiar minhas frases. Isso realmente mostra como você é inteligente. Agora, quer fazer o favor de me soltar?

- Não, eu já disse.

- Eu vou contar até três, e eu juro que grito.

- Vai em frente – ele se aproximou e falou no meu ouvido. – Eu pago pra ver.

Afastei meu rosto do dele, e ele se afastou também. Agora estávamos olhando um no olho do outro. Era como uma disputa silenciosa. Pra ver quem era o mais forte, o melhor jogador de nós dois.

- Um. – ele cambaleou pra trás. – Dois. – ele se arrastou para trás de novo. – Três. – e eu estava pronta para gritar. Mas quando minha boca se abriu, eu posso garantir que era de surpresa. Ele lançou o corpo para trás ainda me segurando no momento que eu disse o último número.

Foi tudo muito rápido. Quando eu percebi, estávamos dentro da piscina.

Ele já tinha me soltado, mas ainda estávamos muito próximos um do outro.

o melhor amigo do meu irmão-urridalgo Where stories live. Discover now