Capítulo 6

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"empatia (s.f.)

Ação de se colocar no lugar de outra pessoa, buscando agir ou pensar da forma como ela pensaria ou agiria nas mesmas circunstâncias"

Tomás

Acordo com o celular tocando loucamente. Abro apenas um olho, acendo o abajur e vejo quem está me ligando. Camila.

Me sento na cama, aflito e atendo o telefone.

- Mila? Aconteceu alguma coisa? São...3 horas da manhã.

- Tomás! - a voz de Camila sai enrolada e logo começa a gargalhar - Estava com saudades.

Franzo a testa, passo a mão no rosto e respiro fundo.

- Camila? Você está bêbada? - tento disfarçar, mas minha voz sai mais séria do que gostaria.

Ela dá outra risadinha e hesita antes de responder:

- Se eu falar que sim, você vai ficar bravo?

Não consigo acreditar que ela tenha sido tão irresponsável de ficar bêbada no seu primeiro dia na faculdade. Fico aflito de pensar que alguém possa se aproveitar dela de alguma forma, mas fico mais calmo ao considerar que deve ter ido com Alissa.

- Depende - respondo, simplesmente.

- Então, não estou - diz, com mais risos.

- Camila? Onde você está?

Começo a calcular o quão impossível seria eu sair desse maldito hotel para ir atrás de minha namorada para me certificar que está tudo bem.

- Em uma festa, na casa de alguém com Alissa e Jean.

- Quem é Jean? 

- Ele... - começa, mas é interrompida por uma voz ao fundo:

- Oi, princesa, precisa de ajuda?

E antes que eu possa ouvir a resposta de minha namorada, a ligação cai. Meu coração começa a bater forte com uma mistura de preocupação e angústia.

Tento ligar novamente e sem sucesso. Depois de 4 tentativas falhas, decido deixar uma mensagem na caixa postal.

- Olá, se você ligou e eu não atendi, deixe sua mensagem que irei retornar - a voz de Mila soa suave, como sempre.

- Mila, não sei se lembrará amanhã que me ligou, mas quando ouvir essa mensagem, por favor, me retorne. Estou muito preocupado com o fato de não conseguir te ligar. Beijos.

Desligo o telefone e coloco do meu lado na cama. Me deito na cama e fico fitando o teto branco do quarto do hotel. Como uma forma para conseguir me acalmar, coloco meus fones de ouvido e coloco para tocar Natural de Imagine Dragons. Essa música tocou na primeira festa em que fui com Camila e com isso, lembranças dessa noite invadem minha mente.

***

Camila não é igual as outras meninas da escola. Enquanto a maioria usa maquiagem pesada e roupas brilhosas, ela usa roupas básicas e fica incrivelmente linda. Ao vê-la sair pela porta da frente de sua casa, sinto meu coração bater de uma forma que não sentia desde quando perdi Luna. Eu me senti vivo como não me sentia a muito tempo. 

Não pude evitar de elogiá-la e quando ela me elogiou de volta, conseguia sentir meu coração pulsar loucamente. Noto ela, claramente, ansiosa por estar indo a uma festa, por isso, ao chegar a casa de Cássia, pego em sua mão para lhe dar suporte. 

Resenha Amores | Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora