Capítulo 14

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Lua
Depois que eu cheguei em casa, resolvi ver um filme e ficar de bobeira no meu quarto mesmo.
Ouvi um som de notificação e peguei meu celular pra dar uma olhada.

 Ouvi um som de notificação e peguei meu celular pra dar uma olhada

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Sorri sozinha. Eu tava até começando a gostar da companhia dele... Segui ele de volta e larguei o celular de novo.
Não demorou muito pro meu interfone tocar e meus vizinhos perguntarem se eu podia passar o domingo com o filho deles pra eles terem uma tarde tranquila na praia. Como dinheiro nunca é demais, aceitei.

Eu - Oi, Miguel. - Disse entrando em seu quarto.

Miguel era um garotinho muito fofo de sete anos de idade. Na maioria das vezes era calminho, mas mesmo quando estava mais agitado, nunca me desrespeitou. Gostava de mim tanto quanto eu dele.

Miguel - Oi, tia. - Sim, ele me chamava de tia por falta de uma palavra melhor.

Me sentia meio velha quando ele falava assim. Afinal, eu só tinha 19 anos... Mas tudo bem.

Eu - Quer fazer o que hoje?
Miguel - Podemos assistir um filme? - Perguntou animado.
Eu - Claro, vamos lá pra sala e você escolhe o filme. - Ele saiu andando na frente e eu fui atrás.

Passei em frente ao quarto do Luan e percebi que a porta estava aberta, mas não tinha ninguém dentro. Graças a deus. Apesar dele ser legal, não queria ter que dar de cara com ele depois de ontem.
Fiquei o resto do dia vendo filmes e filmes com Miguel, até ele dormir no meu colo. Coloquei ele na cama e logo em seguida seus pais chegaram, me liberando.

(...)
Acordei no dia seguinte bem disposta, já que não tinha feito nada muito cansativo no domingo. Tomei um banho, troquei de roupa e fui pro ponto de ônibus.
Estava completamente distraída quando ouço uma buzina. Olho pra frente e tem um carro parado. Olho pros lados pra ver se tem mais alguém ali, mas só eu mesmo. Resolvo ignorar. O carro buzina mais três vezes e eu começo a pensar que talvez esteja dando em cima de mim. Mando o dedo do meio. Homem é tão escroto a ponto de achar que vai buzinar pra uma mulher na rua e ela vai querer dar pra ele? Nojo.
O vidro do carro se abre e eu vejo Lucca dentro, sorrindo.

Lucca - Estou tentando te oferecer carona e é assim que você me agradece? - Ele diz se referindo ao dedo do meio.
Eu - Que tal da próxima vez você chegar com o vidro abaixado ao invés de ficar buzinando que nem um idiota? - Respondo rindo e ele revira os olhos.
Lucca - Você vai entrar ou não? Mais cinco segundos e você perde a carona, loirinha.

Olhei pros lados só pra ter certeza de que o ônibus não tava chegando e resolvi entrar no carro.

Lucca - Quanta demora. - Ele disse quando eu fechei a porta. Revirei o olho.
Eu - Só tava pensando nas possibilidades melhores do que entrar no carro com você. - Brinquei.
Lucca - Percebi que você não encontrou nenhuma. - Riu. - Não sabia que você ia de ônibus pra faculdade. - Mudou de assunto.
Eu - Todo dia, vou e volto. - Disse fazendo cara de cansada.
Lucca - Se quiser posso te dar carona. - Ele falou e eu o olhei. Ele estava concentrado demais na rua pra ver minha cara de surpresa.
Eu - Por que? - Perguntei curiosa.
Lucca - Como assim? - Riu. - Porque a gente mora no mesmo condomínio e faz o mesmo caminho todos os dias. - Disse como se fosse óbvio e finalmente me olhou e viu que eu estava surpresa. - Ah, para né. - Riu de novo. - Acha que eu sou tão babaca a ponto de te deixar no ponto de ônibus sabendo que eu posso te dar carona?
Eu - É pra ser sincera? - Eu disse e ele me olhou rindo.
Lucca - Ta, admito que não fui dos melhores com você no início.
Eu - Uau. O dia mal começou e já está cheio de surpresas. - Debochei.
Lucca - Mas se você continuar sendo uma pessoa legal e não a vizinha chata pra caralho que eu conheci há uma semana atrás, posso até me acostumar com você. - Brincou.
Eu - Me sinto honrada. - Debochei de novo e ri. - Espero que eu não tenha atrapalhado você e sua amiguinha ontem. - Resolvi tocar no assunto porque estava morrendo de curiosidade pra saber quem era aquela.
Lucca - Não é minha "amiguinha". - Disse imitando minha voz. - Relaxa, não atrapalhou nada... A noite já tinha rendido. - Sorriu maliciosamente e eu fiz uma careta.
Eu - Ok, estou declarando esse assunto encerrado agora. - Disse rindo. - Deus me livre ficar sabendo das suas aventuras sexuais.
Lucca - Aposto que você pensa nelas quando ta sozinha. - Gargalhei.
Eu - Tem certeza que quer apostar? Você perderia. - Ele riu também.

Estava um clima muito bom no carro e eu tava começando a gostar do Lucca. Ele não era tão babaca quando eu pensava e, mesmo sendo implicante, até conseguia imaginar ele sendo um bom amigo.
Chegamos na faculdade e saltamos do carro. Não sei o que estava acontecendo, mas a maioria das pessoas que estavam no estacionamento estavam olhando pra gente.

Eu - Aconteceu alguma coisa? - Perguntei.
Lucca - Não que eu saiba. Por que? - Perguntou como se estivesse totalmente aéreo aos olhares que estávamos recebendo.
Eu - Por que ta todo mundo olhando pra gente?
Lucca - Não tão olhando pra gente. - Ele riu. - Estão olhando pra você.
Eu - O que? - Perguntei confusa. - Por que?
Lucca - Porque normalmente eu chego sozinho. - Piscou pra mim. - Preciso ir.
Eu - Obrigada pela carona. - Sorri sincera.
Lucca - De nada. - Falou e foi andando na minha frente.

Continuei andando fingindo que não estava percebendo os olhares que eu recebia. Qual era o problema daquelas pessoas? Passei por um grupinho de garotas que não cansava de encarar. Encarei de volta e percebi que a garota que eu tinha encontrado na casa do Lucca ontem estava no meio. Ela me olhou com uma cara feia, mas logo se distraiu com outra coisa e voltou a ignorar minha existência.
Eu não curtia ser o centro das atenções, mas também não teria problema em mandar alguém se foder caso me olhasse de cara feia por muito tempo.

De fases como a Lua Where stories live. Discover now