Capítulo 18

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Lucca
Respirei fundo pra tentar tirar a minha mente de como ela tava gostosa naquele momento enquanto ela me olhava prestes a explodir.

Lua - Você não vai falar nada? - Ela perguntou e cruzou os braços.

Ela não parecia mais tão bêbada quanto aparentava quando tava dançando em cima do balcão. Lembrei da cena e ficou mais difícil de controlar a minha imaginação.

Eu - Já tá tarde. - Disse e ela olhou o visor do celular.
Lua - São 2:30 da manhã, Lucca. - Respirou fundo. - Não tá tarde. O que aconteceu? - Perguntou séria e puta pra caralho.
Eu - Não aconteceu nada. Eu queria ir embora e não ia te deixar aí naquele estado. - Dei de ombros.
Lua - Que estado? Eu to ótima. - Disse mais puta ainda.
Eu - Não parecia ótima quando tava em cima do balcão dançando pra todo mundo ver. - Bufei. - E muito menos quando tava na pista se esfregando naquele babaca.
Lua - Então é esse o problema? - Riu de deboche. - Eu não posso me divertir não, porra? Você pode se esfregar em mil e uma garotas numa noite, transar com elas e eu não posso dançar numa boate? - Gritou. - Eu posso fazer o que eu quiser.
Eu - E se acontecesse alguma coisa, hein? - Gritei. - Você ia pedir ajuda pra quem?
Lua - Com certeza não seria pra você. - Disse fria.
Eu - Você viu o jeito que eu te carreguei pra fora dessa boate? - Ela ficou me olhando. - Não sei se você percebeu, mas ninguém falou nada. Ninguém
nem questionou. Eu te conheço, mas imagina se fosse aquele babaca tentando te levar pra algum lugar e se aproveitando de você alcoolizada. - Respirei fundo. - Porra, Lua.
Lua - Eu não to tão alcoolizada assim. - Ela disse um pouco mais calma. - E você poderia ter conversado comigo ao invés de me colocar no ombro e me arrastar pra fora. - Colocou a mão no rosto. - Que vergonha.
Eu - Você tem vergonha de ser carregada pra fora da boate, mas não teve vergonha na hora de dar um showzinho pra todo mundo ver. - Falei debochado.
Lua - Cala a boca, Lucca. - Ela disse e revirou os olhos.
Eu - Não, to falando sério. - Disse e olhei pra ela. - Que porra que você tava pensando? Você tem
noção das coisas que devem ter passado na cabeça dos homens que tavam ali? - Era muita hipocrisia as coisas que eu tava falando, mas puta que pariu... Só de pensar nela se esfregando naquele babaca eu já ficava puto de novo.
Lua - Eu tava pensando em tudo, menos nos homens que tavam ali. Você acha que eu fui dançar porque queria impressionar algum homem? - Perguntou e levantou a sobrancelha. - Não to nem aí pro que os homens tavam pensando, fui dançar porque eu tava afim de me divertir. - Respirou fundo mais uma vez. - E você pode parando com essa hipocrisia toda, porque não foram uma nem duas vezes que vi você se esfregar com várias garotas na pista de dança. - Revirei os olhos.
Eu - Não é a mesma coisa.
Lua - É exatamente a mesma coisa. - Debochou. - E outra... - Disse chegando mais perto de mim. - Você acha que eu sou idiota? - Riu. - Sei muito bem que o que te incomodou não foi eu estar dançando no balcão. Aliás, se eu me lembro bem, você parecia estar adorando. - Falou no meu ouvido.

Caralho... Juntei todo o meu autocontrole e me distanciei o suficiente dela.

Eu - Para de viajar, loirinha. - Disse rindo e ela sorriu.
Lua - Ok, Lucca. - Riu mais ainda. - Você finge que me engana e eu finjo que acredito. - Revirei os olhos. - Pede o uber logo, vai. - Disse e fez uma cara de cansada.
Eu - Já to pedindo. - Olhei pro celular de novo.

Manu
Depois que me separei das meninas rodei a boate inteira atrás do André, mas foi completamente inútil porque ele não tava em nenhum lugar. Resolvi voltar pro camarote e ficar esperando até as meninas aparecerem de novo.
Tava mexendo no celular, quando ouvi um barulho e olhei pra porta.

Eu - André? Caralho, to te procurando há séculos. - Disse e levantei do sofá.
André - Aconteceu alguma coisa? - Perguntou preocupado. - Cadê as garotas? Procurei vocês por todas as partes e não achei.
Eu - Foram dançar. Por que você tava procurando a gente?
André - Queria ver se tava tudo bem.
Eu - Ah...
André - E você? Por que tava me procurando?

E agora? O que eu falava? Porra, eu já tava certa do que ia falar e a bebida tinha me dado muita coragem... Mas agora eu já não tava mais tão bêbada e as dúvidas começaram a surgir.

Eu - Eu... - Parei. Porra, fodase. - Olha, eu queria te dizer que não tá dando mais pra ficar perto de você e fingir que eu não tenho vontade de te agarrar... E eu sei que você me vê só como amiga e que provavelmente eu não faço seu tipo, mas porra, eu... - Fui interrompida.

Eu tava falando sem parar quando senti o André me pressionar contra a grade do camarote.

André - Você já terminou o discurso? - Ele perguntou e sua boca tava muito próxima da minha.
Eu - Na verdade, eu... - Fui responder, mas ele me beijou.

Porra. O beijo começou lento, mas eu não queria carinho naquele momento. Meu corpo tava pegando fogo e eu só queria ele. Aprofundei o beijo, colocando a mão no seu cabelo e puxando de leve. Acho que ele entendeu o recado porque me apertou ainda mais contra a grade e acelerou o beijo. Mordi o lábio dele e o mesmo deu um gemido baixo. A boate estava lotada, mas naquele momento parecia que só tinha eu e ele... E tava perfeito. Ele desceu os beijos pro meu pescoço e eu joguei a cabeça pra trás, pra poder dar mais espaço pra ele. Eu queria poder montar em cima dele e fazer o que eu venho imaginando há muito tempo.

Gabi - Manuela! - Ouvi ela gritando e empurrei de leve o André. Meu rosto corou quando vi ela e Kauan entrando no camarote.
Eu - O que houve? - Perguntei ofegante e olhei pro André, que estava rindo.
Gabi - O Lucca jogou a Lua no ombro dele, levou ela embora e me deixou sozinha com esse... - Ela olhou pro Kauan. - Com esse garoto.
Eu - Mas aconteceu alguma coisa? - Perguntei confusa.
Kauan - As duas tavam dançando em cima do balcão do DJ, com todo mundo olhando. - Ele disse e a Gabi revirou os olhos.
Eu - E qual é o problema? - Ri. - Elas sempre fazem isso.
Kauan - É, mas aí o Lucca viu a Lua com um cara... Sei lá, ele ficou puto e levou ela embora. - Não entendi nada, mas ignorei. - Vim avisar vocês só, mas percebi que chegamos num momento péssimo. - Ele disse e deu um sorriso safado. Fiquei vermelha de vergonha.
Gabi - Eu quero ir embora, essa porra já perdeu a graça. - Disse e cruzou os braços.
Eu - Vamos, então. - Disse decepcionada. Não queria ir embora ainda, mas não podia deixar a Gabi sozinha.

Saímos todos juntos da boate e fomos pro lado de fora. Kauan pediu um uber pra ele e pro André e eu pedi um pra mim e pra Gabi.

Eu - É esse aqui. - Disse olhando pro meu celular. Coloquei a Gabi dentro do carro e voltei pra me despedir dos garotos. - Tchau, gente. - disse e dei um beijo na bochecha de cada um.

Fui andando de volta pro uber, mas senti meu braço sendo puxado. Me virei e dei de cara com o André, que segurou no meu pescoço e me deu um beijo.

André - Tem que se despedir direito. - Ele sussurrou no meu ouvido quando paramos de nos beijar. Fiquei vermelha de vergonha e ri um pouco.

Entrei no carro e fiquei olhando pros meninos até a gente estar longe. Caralho, nunca que eu imaginava que a noite ia dar tão certo.

De fases como a Lua Where stories live. Discover now