Prólogo

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"E o terceiro anjo tocou a sua trombeta, e caiu do céu uma grande estrela ardendo como uma tocha, e caiu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas.
E o nome da estrela era Absinto, e a terça parte das águas tornou-se em absinto, e muitos homens morreram das águas, porque se tornaram amargas."

Apocalipse 8:10,11.



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Então ela acordou. Levantou-se de sua cama, branca. Como todo o restante do quarto, um mar de cor nenhuma. A única coisa que destoava da alvura em que ela descansava era seu cabelo, negro como o que jazia dentro dela.

Ela vestiu uma roupa simples e saiu de seu quarto, subindo de elevador para a cobertura.

Quando a porta abriu, uma sala de reuniões cheia de homens e mulheres de ternos brancos, iluminados pela luz do sol da manhã que entrava abundante pelas janelas que faziam as vezes de parede, do chão ao teto. A única cadeira não ocupada era uma negra, à cabeceira da mesa longa e imponente. Ela se dirigiu àquele lugar e tomou o assento.

- Se você não fosse nossa escolhida, eu ficaria irritado com seu atraso - o homem que falava aparentava ser velho, mas possuía um vigor estranho. Ele tinha uma rosa negra no paletó. Seu tom não era de brincadeira.

- Pois ainda bem que já deixamos bem claro quem está no comando aqui - a moça de cabelos negros replicou, dura.

Os outros se entreolharam, mas ninguém ousaria falar nada.

- Recebi um sinal hoje de manhã. O Comando Central autorizou nossa operação. Hoje anunciarei em um pronunciamento as novas medidas para implementar nossa agenda. Senhoras e senhores, olhem e absorvam. A história está sendo escrita.

O telão mostrava a foto da moça em um vídeo de campanha eleitoral. Todos encaravam sem piscar. Ela sorriu, virou a cadeira para encarar a vista. O mundo estava um caos. E era a vez dela de mudar isto.


AbsynthoWhere stories live. Discover now