11_Belo pijama.

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- Vem comigo. - Gustavo disse e logo saímos da chuva entrando em seu carro.

- Para onde vamos cérebro do tempo? - perguntei pondo o cinto de segurança.

- Praia. - Disse e em seguida me olhou sorrindo.

- Sempre quis ir para a praia a noite! - falei empolgada.

Fazia tempos que eu não ia pra praia por motivos de: escola, casa, escola, provas, ensino médio, escola. Então ir a praia a noite era uma meta minha que eu tinha escrito apenas mentalmente.

- Pois é, eu também. O ensino médio ocupou toda nossa mente. - Gustavo falou rindo e eu acabei rindo também.

- Pelo visto, vamos agora, deveríamos ter passado em casa e pegado alguma coisa pra comer lá.

- Não se preocupe, eu tenho toalhas e comida no porta-malas. - Ele respondeu e eu o olhei arqueando as sombrancelhas. - Eu levo por precaução. - disse e eu gargalhei da careta que fez em seguida.

- Você é estranho.

- Um estranho que vai te levar pra praia, poderia me agradecer? - Falou e em seguida riu.

- Vou pensar se agradeço.

E assim fomos o caminho até a praia conversando sobre assuntos diversos, era até estranho o fato de que não faltava assunto com ele.

Era como se sempre tivéssemos algo pra conversar, o que era extremamente bom.

Descemos do carro, e fomos para a areia da praia com toalhas nos cobrindo já que estávamos molhados da chuva que acabara de passar.

Ele segurava uma bolsa de pano que pelo meu ver tinha comida dentro.

- Vamos sentar aqui? - perguntou e eu assenti me sentando ao seu lado na areia.

Peguei um salgadinho de queijo da tal bolsa e ele fez o mesmo, enquanto conversávamos sobre tudo que havia acontecido.

Ficamos longos minutos obsevando o mar e o reflexo da lua na água, até ele me puxar pra ficar em pé.

— O que você tá fazendo? – perguntei rindo quando o mesmo me pôs no colo.

— Estamos precisando nos refrescar.

— Tá muito frio! Não faz isso! – Falei enquanto ele corria.

Segundos depois senti meu corpo ser jogado na água gelada me fazendo subir para cima rapidamente e o ver fazer o mesmo que eu.

— Tá muito gelado, Gustavo você me paga! – Falei passando a mão pelo meu rosto para tirar o excesso de água e ele estendeu o braço passando por minha cintura e me puxando para mais perto.

— Pode me abraçar e se esquentar em mim. – Disse na maior cara de pau, sorrindo para mim e eu acabei gargalhando o abraçando.

— Por que você é assim? – Perguntei com o queixo em seu ombro.

— Porque eu amo você. – Disse fazendo meu coração quase parar e eu saí do seu abraço o encarando.

— Meu Deus... – Sussurrei mais para mim mesmo do que para ele tentando entender se ele havia dito aquilo mesmo.

— Não precisa ficar assustada, eu só...– Tentou falar mas eu me aproximei o interrompendo e o beijando.

— Eu – Falei dando um selinho. — Não – Mais um selinho. — Tô – Mais um. — Assustada. – Mais um e pude vê-lo sorrir e sorri também.

Nem eu sei bem o que senti direito, desde quando eu comecei a gostar assim desse garoto? como eu só percebi isso depois que ele falou que estava apaixonado por mim?

Essa sensação diferente que eu tô sentindo é tão...boa.

E se ele me magoasse minha irmã o mataria então tenho garantias, eu espero.

Percebi que o encarava e ele se aproximou para me beijar novamente. Beijo esse que eu poderia sentir todos os dias da minha vida e não enjoaria.

— Se você soubesse o quanto esperei por isso...– Ele falou após partimos o beijo e eu passei minha mão direita pelo seu cabelo castanho que no momento estava molhado.

— Eu imagino, quatro anos é muita coisa.

— Pra você ver como sofri. – Falou fazendo drama e eu gargalhei.

— Para de ser dramático lindo. – Falei ainda rindo e percebi do que o havia chamado.

Droga.

Lindo é tão brega.

De onde que tirei isso.

— Você me chamou de que?

— Eu? eu não chamei de nada. – Respondi dando ombros e o observei estreitar os olhos.

— Você chamou sim linda. – Respondeu e eu sorri.

— Eu chamei, mas foi sem querer! – Confessei.

— Gostei do apelido.

— Apelido nada, muito brega.

— Apelido sim.

— Não.

— Sim, sim e sim. – Me deu alguns beijinhos no ombro enquanto eu ainda estava agarrada nele na água.

— Vamos sair? tô morrendo de frio. – Falei mudando de assunto.

— Vamos, é melhor irmos pra casa tomar um banho antes que fiquemos doentes. – Disse e assim fizemos.

...

Fui para casa e encontrei uma Gabrielle extremamente curiosa e fofoqueira me esperando na sala.

— Preciso de atualizações. – Ela falou atrás de mim assim que eu disse que tinha que tomar banho.

— Tomamos banho de mar, conversamos e...– Falei enquanto tirava minha roupa molhada e colocava no box do banheiro.

— Vocês se beijaram de novo? – Ela perguntou me interrompendo e eu sorri assentindo. — EU SABIA!

— A vizinhança inteira deve ter escutado esse seu grito, agora será que pode sair do meu banheiro? – Falei e ela revirou os olhos me fazendo rir.

— Eu não matei toda a minha curiosidade ainda ok!  Você vai me contar tudo detalhadamente, tim tim por tim tim depois ou eu não me chamo Gabrielle Louise! – Avisou, quer dizer, mandou apontando o dedo para mim.

— Depois eu conto, agora sai! – Falei a empurrando para a porta e indo tomar meu banho em paz.

Coloquei meu pijama de ursinho rosa e me sentei na cama para secar meu cabelo e ir dormir.

Enquanto secava ouvi um barulho na janela e desliguei o secador indo até ela vendo Gustavo a escalando.

— Cara o que você tá fazendo, existe porta sabia? – Perguntei e ele entrou pela janela  caindo no chão em seguida me fazendo rir.

— Eu queria testar minha capacidade aventureira. – Respondeu se levantando e eu gargalhei.

— Capacidade aventureira? – Falei ainda rindo e ele me olhou sério.

— Não entendi a graça ainda, você poderia respeitar meu momento? – Falou e eu continuei rindo vendo-o se aproximar.

— Meu cabelo tá molhado, vai molhar toda a minha ca...

— Tarde demais, aliás belo pijama. – Falou assim que caímos na cama.

🦋 ••• Continua...

Sempre Foi VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora