Capítulo 11

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Acordo com minha cabeça latejando, como de praxe. E percebo que Rony dorme com um braço passado pela da minha cintura. Fico alguns segundos deitada, ouvindo a respiração tranquila dele, com tantas lembranças da noite passada rodando minha mente.

Tento relaxar, me sentir confortável e descansar mais um pouco, mas minha cabeça está a mil.

Me movo com cuidado para não acorda-lo e com certo esforço consigo ficar longe de seu toque. Olhando no relógio percebo que ainda são seis e meia. Tenho tempo suficiente pra ir pra casa e me arrumar direito para o trabalho.

Pego minhas roupas no chão do quarto e me visto no maior silêncio possível. Rony nem se move, apenas continua dormindo tranquilo.

O observo por longos segundos, sua expressão serena e seu corpo bem esculpido, tudo isso diante dos meus olhos. Penso também no que eu descobri ontem a noite, durante o primeiro encontro bom que tive em anos, em uma noite que eu vinha esperando há tanto tempo.

Preciso tomar uma decisão.

Será que é errado ir embora sem falar nada? Preciso deixar um bilhete? Seria melhor tomarmos café da manhã juntos antes de qualquer outra coisa?

Rony é um cara muito legal, e ontem ocorreu exatamente conforme o esperado. Mas não sei se essas são lembranças que me trazem algum tipo de alegria ou entusiasmo. Mesmo tendo corrido da forma como imaginei ser perfeita, não consigo sentir que foi perfeita pra mim.

Talvez o problema seja eu, e não a minha "má sorte" como eu dizia antes.

Com os passos mais leves e silenciosos que consigo vou até a sala e saio de seu apartamento rapidamente.

Sinto muito, Rony.

Não sei se devo alimentar algo que não faço questão, seria injusto.

Assim que chego na esquina do prédio dele, pego o meu celular para chamar um Uber e voltar pra casa.

Só que antes de qualquer outra coisa, vejo que Calum me ligou três vezes, ás duas horas da manhã e eu não me lembro de ter ouvido. Talvez meu celular estivesse no silencioso ou algo assim.

Preciso retornar, mas decido fazer isso depois de chegar em casa.

Depois de esperar pouco tempo, entro no carro e explico meu endereço. Encosto minha cabeça na janela do carro durante o caminho, me sentindo exausta logo no início do dia.

Entro em casa, novamente fazendo o mínimo de barulho possível. E Duke corre até mim assim que entro no meu quarto.

Me sento no chão com ele, segurando-o com todo o meu amor. Não só porque gosto tanto dele, mas também como se de alguma forma ele pudesse me ajudar com a falta que sinto de Calum, que parece gritar mais alto que qualquer um dos meus outros sentidos hoje.

Depois de alguns minutos preciso me levantar para tomar banho, ou vou acabar me atrasando. Na hora de me arrumar, passo maquiagem suficiente para esconder minha cara desastrosa, escolho uma roupa confortável, e tomo um remédio para minha dor de cabeça.

Depois arrumo a comida e água de Duke e pego minha bolsa.

Encontro Lya tomando café da manhã, já pronta para sair.

–Bom dia!

–Bom dia. – respondo enquanto encho uma xícara de café e pego algumas torradas.

–Você chegou tarde?

–Agora a pouco.

–Humm, então foi bom?!

Why Won't You Love Me? - Calum HoodOnde histórias criam vida. Descubra agora