A FORÇA DA PAIXÃO

09- Sem lógica

Kesie Ferraz

Quando o elevador se fecha, finalmente consigo respirar. Hugo se foi, não sei se sinto alívio, sei lá, há um vazio. Sinto como se o conhecesse há anos. Hugo me salvou de ser abusada pelo maldito, me salvou do roubo, me salvou com o concerto do celular e me salvou com a advogada! Nossa, eu precisava dar aquele abraço. Foi um impulso. Percebi como ele ficou sem graça. Logo ele que desde o momento em que me viu com essa roupa não parava de me devorar com os olhos, ele bem que tentou disfarçar, mas em alguns momentos era impossível não notar. Confesso que gostei de vê-lo assim, interessado. Sei parece que estou ficando louca, não sou assim, na verdade, faz tempo que não me sinto atraída por homem algum. Porém não posso alimentar isso que senti ao conhecer ele, percebi o quanto Hugo ficou magoado quando falei de Bruno, que ele não faria parte de sua vida. Mas isso é para o seu próprio bem. Maicon é um homem perigoso e principalmente com aqueles que se aproximam de mim, ele é possessivo e doentio, temo por Hugo, ele é muito bacana, não merece ser prejudicado por minha causa.

Conversei com Elizabeth no quarto, ela foi me acordar eufórica pra saber quem era o deus grego dormindo no sofá, contei tudo o que aconteceu e ela ficou louca. Mas chegamos a conclusão de que é melhor para Hugo ficar bem distante de mim.

— Uffff! — bufo ainda com as costas repousada na porta depois de fechar.

Sou um depósito de sentimentos neste momento.

Estive presa a Maicon desde sempre. Aquele maldito entrou na minha vida, eu tinha apenas 19 anos, apaixonei perdidamente e apesar do meu trabalho naquele tempo, nunca me entreguei de corpo e alma a outro homem.

Tudo que senti ao lado de Hugo é inédito pra mim. A princípio pensei que ele fosse um dos amigos de Maicon, e não tem como esperar nada de bom vindo de algum amigo dele. Mas Hugo foi se abrindo e esclarecendo a coisas, realmente era impossível que eles fossem amigos, Hugo é um homem completamente diferente. Comecei a admirar ele, pensei que fosse apenas gratidão, vi ele como um herói depois de ter me ajudado. Mas depois que conversamos no o carro, houve uma conexão entre nós, algo diferente. Comecei a notar como ele é bonito, com o cabelo bem penteado, uma barba impecável, charmoso é pouco para descrever tanta beleza. Ele tem lábios carnudos e confesso que me perdi algumas vezes naquela boca, cheguei a pensar que em algum momento nos beijariamos. Sei que é algo insano, levando em conta tudo que passei e que o conheci a menos de 24 horas. Mas existem coisas que muitas vezes não conseguimos explicar, como esta sensação de perca que estou sentindo, pois sei que não o verei mais.

— Está tudo bem?— ouço Elizabeth perguntar ao me ver desolada.

Olho para minha irmã ainda tentando respirar direito.

— Ele se foi.

— É melhor assim — ela me olha com as sobrancelhas caídas.

— Eu sei.

Falo saindo de sua presença me dirigindo até o meu quarto, preciso fazer algo, qualquer coisa que ocupe minha mente... Vou escrever, assim preencho meu tempo.