Enfeitiçada

177 20 6
                                    

Londres, Inglaterra...

Uma fina garoa cai sobre uma noite nublada e sem nuvens, pessoas andam pelas ruas, algumas com seus guarda-chuvas abertos, outras pouco se importando com a garoa que caí sobre suas cabeças. E, dentre estas pessoas que pouco se importam com esta garoa que não para de cair, está a Rainha Hipólita que, está sentada em um banco de uma praça, com uma vista agradável do grande Big Bang.

Hipólita não sabe onde sua filha se encontra neste momento, porém, ela sabe muito bem que, mais cedo ou mais tarde, a busca de Diana a trará diretamente para esta cidade e, é exatamente por isso que ela escolhera vir para cá.

Olha para a sombria noite londrina e, não deixa de pensar em Diana, e, mais importante, no que poderia vir a fazer para estar ajudando a sua filha. Porém, por mais que pense, simplesmente não consegue pensar em uma solução. A única coisa da qual consegue ter alguma certeza, é de que precisa encontrar a peça final, que se encontra nesta cidade, isto se quiser ter alguma chance de salvar sua filha.

E, de qualquer forma, irá encontrar esta peça, não importa o que tenha de fazer.

A Rainha das Amazonas está tão distraída, perdida em seus pensamentos que, não é capaz de notar a aproximação furtiva de alguém. Uma mulher de longos cabelos roxos, pele morena e um olhar com um misto de crueldade e deboche.

― Devo dizer que é uma surpresa bem desagradável encontrá-la no mundo dos homens que você tanto odeia, Hipólita.

Ao ouvir a voz da bruxa, a Rainha das Amazonas olha para trás, a fim de encontrar Circe a encarando, como se nada mais no mundo tivesse importância.

― Circe. – a voz de Hipólita soa sem qualquer emoção.

― Fico lisonjeada em saber que ainda se lembra de mim. – a bruxa fala em deboche – Embora, confesso, estou bastante curiosa para saber o que a trouxe aqui.

― Creio que isso não seja exatamente de sua conta, Circe. – a voz de Hipólita soa sem qualquer emoção.

Circe não se deixa abalar pelas palavras de Hipólita, ao invés disso, se queda a pensar, como se quisesse descobrir o que a "digníssima" Rainha das Amazonas poderia estar fazendo no mundo dos homens. Algumas possibilidades passam por sua mente, nenhuma realmente fazendo algum sentido. Mas, a fazendo ter certeza de que é algo relacionado a Princesinha das Amazonas. A curiosidade começa a tomar conta da bruxa, que não deixa de encarar a rainha das Amazonas.

― Sua filhinha está com problemas? – Circe arrisca um palpite, a voz carregada de uma demasiada curiosidade.

Ao ouvir a bruxa falando de sua filha de forma tão debochada, a expressão de Hipólita se fecha, e, ela nada responde, dando a Circe a certeza de que Diana está com problemas, caso contrário, a Toda Poderosa Hipólita jamais teria deixado a Ilha Paraíso.

― É claro que Diana está com problemas. – zomba Circe, achando graça da situação, ao mesmo tempo em que se dá por satisfeita por conta de seu palpite certeiro.

De repente, Circe se lembra de algo e, sua expressão fica repentinamente séria. Ela encara Hipólita por um momento e, tem quase certeza de que sabe o que está acontecendo.

― Não me diga que... – Circe simplesmente não consegue deixar de dizer.

Novamente, a Rainha Hipólita permanece em silêncio, não respondendo a bruxa e, dando a ela a certeza do que precisa saber. Circe não é burra, e, por isso mesmo, o silêncio da Rainha das Amazonas já é a resposta que ela tanto quer saber. Uma alegria desmedida começa a tomar conta de si.

A bruxa então simplesmente não consegue conter as suas risadas e, começa a gargalhar de forma descontrolada, enfurecendo ainda mais a Rainha das Amazonas.

Sentimentos Reprimidos e o Medo de Dizer Eu Te AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora