Você Partiu Sem Mim

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Londres, Inglaterra...

Já é madrugada quando Julios e Letha finalmente chegam a Londres. Em seus rostos, sorrisos muito mais do que vitoriosos, pois eles estão cada vez mais perto de conseguirem o seu objetivo, algo pelo qual eles vem esperando há tempo demais.

Foram séculos de espera e planejamento. Cada pequeno detalhe de seu plano de ação milimetricamente planejado, para nada dar errado. E, embora tenham tido alguns percalços em seu caminho, o que importa é que finalmente estão em Londres e que, nada e nem ninguém irá separá-los da última chave.

E, sabendo que eles não mais tem tempo a perder fecham seus olhos, a fim de sentirem a presença da última chave.

Vários minutos se passam enquanto os dois permanecem imóveis, a magia fluindo dentro de si, enquanto buscam a energia única emanada por uma chave, mas, infelizmente, eles nada conseguem sentir.

Voltam a abrir os olhos e, encaram um ao outro completamente frustrados. Nenhuma palavra precisa ser trocada entre eles, pois se entendem sem a necessidade de palavras. Os dois procuram respostas para este novo enigma, pois, para eles, certamente algo está errado, caso contrário, eles iriam ter sentido a presença da última chave.

Inicialmente, pensam que a Rainha das Amazonas pode tê-los enganado, mas, analisando friamente tudo o que aconteceu na Notre-Dame, logo descartam esta possibilidade, pois, quando a Rainha das Amazonas revelara a localização da última chave, ela o fizera sob grande pressão e desespero e, ninguém é capaz de mentir em meio a uma situação tão desesperadora quanto aquela, uma mãe não conseguiria mentir perante aquela situação.

― Vocês não irão conseguir sentir a presença da última chave. – uma voz feminina se faz ouvir.

Espantados, os dois olham para trás e veem uma poderosa bruxa sorrindo para eles.

― Circe. – fala Letha, com indiferença em sua voz.

― Diga logo a que veio, Circe. – ordena Julios – Pois sei que não se deu ao trabalho de nos procurar a toa.

― De fato. – diz Circe, sem se deixar abalar pelo tom agressivo do casal – Penso que tenho algumas informações que podem vir a ser do interesse dos dois. – termina a frase quase que com um tom de deboche.

― Diga-nos o que sabe antes que lhe arranquemos a informação a força! – ameaça Letha, impaciente.

― E o que vocês poderiam fazer contra mim? – Circe não se mostra intimidada – Lembrem-se de que não sou tão idiota quanto Hipólita para cair em uma armadilha montada por vocês.

― Sei que não está aqui a toa, Circe. – fala Julios, tentando recuperar o controle da situação – Assim como sei que você tem total ciência de que nosso tempo está cada vez mais curto, e, sendo assim, não podemos nos permitir nos alongar aqui com você.

― Vocês não conseguirão sentir a presença da chave que procuram. – Circe resolve parar com os jogos e ir direto ao ponto.

― O que você quer dizer com isso? – questiona Letha, sem conseguir se conter.

― Um encanto fora lançado há muito tempo atrás sobre esta chave, para que ela não emanasse a sua presença e assim nunca viesse a ser encontrada. – Circe começa a sua revelação.

― Isso explica as coisas. – comenta Julios, mais para si mesmo do que para as duas mulheres que estão em sua presença.

― Nem tanto. – continua Circe, olhando sugestivamente para o grande Big Ben – Basta apenas que vocês saibam onde procurar.

Sentimentos Reprimidos e o Medo de Dizer Eu Te AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora