Aquele do Mercado

Bruno

Era 8 de abril de 2019, 08h00 da manhã, e um grito fazia Bruno revirar os olhos e afogar sua cabeça com o travesseiro. Geralmente nessa época do mês, ele e sua mãe faziam a compra do mês no supermercado que ficava uns 10 km da sua casa.

─ A gente precisa ir mesmo? Resmungou Bruno para mãe que tirava o cobertor enrolado de seu corpo.

─ Quer morrer de fome?

Bruno bufou e colocou os pés no tapete de um metro que enfeitava seu quarto.

─ Acho que não ─ Finalizou a mãe com um sorriso.

Levantou e logo olhou no espelho, coçou seus olhos castanhos ainda sonolentos e abriu um longo bocejo. Pegou uma peça de roupa simples, sua toalha e foi tomar banho.

Bruno tinha 18 anos. Era um menino inteligente, mas que amava bagunçar. Já foi muitas vezes à diretoria por pequenas confusões. Gostava muito de jogar vídeo game e assistir série. Sua preferida era Stranger Things. Ler? Não era das suas aventuras mais preferidas, mas de vez em quando lia algum.

Sua mãe e seu pai se divorciaram no ano passado após brigas e mais brigas. Bruno não ficara triste com a situação, na verdade, não aguentava mais chegar em casa depois da aula e ouvir discussões até o fim da noite.

─ Está pronto querido? ─ Sua mãe disse do quarto enquanto colocava os brincos de pérolas que comprara dois anos atrás no shopping.

─ Quase! ─ Bruno penteava seu cabelo.

Não tinha irmãos. Quase tivera um em 2016, mas tinha sido um alarme falso. GRAÇAS A DEUS! Bruno disse quando soube da notícia. Não era egoísmo, só que ele não precisava de um irmão ou de uma irmã. Disse ele também. Vai saber né?

─ Bruno! ─ Sua mãe já estava com a bolsa e a chave do carro na mão.

Ele já estava pronto. Vestia uma camiseta cinza com uma imagem do Bob Esponja e uma bermuda jeans até o joelho. Completava sua peça de roupa com seu chinelo favorito. Não era um chinelo qualquer, era o SEU CHINELO FAVORITO. Por outro lado, sua mãe vestia uma blusa com um pequeno decote e uma calça jeans da cor preta que a deixava com as pernas mais longas. É... ela era um pouquinho alta, isso influenciou na altura de Bruno também.

Já estavam no carro. Bruno entrou primeiro e logo verificou se não havia notificação em seu celular. Seja qual fosse: do Instagram, do Whatsapp ou mesmo do Facebook. Feito isso colocou o cinto de segurança quando já estavam em movimento.