𝗧𝗛𝗘 𝗩𝗜𝗖𝗧𝗜𝗠 𝗡𝗨𝗠𝗕𝗘𝗥 𝗦𝗜𝗫 • fack

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Sentado atrás da garota de cachos ruivos que me repassava com frieza a minha ex namorada, eu gostava de olhar como o sol refletia neles, e mais ainda como as listas do suéter do garoto sorridente irradiava o lugar sem nem precisar de tais raios solares.

Os fios pretos no início dando destaque ao loiro platinado nas pontas que em alguns semestres vinham espichados e depois das férias de verão eles estavam enrolados como os da ruiva.

Garoto hiperativo. Era assim que uma professora brincava e o chamava apontando o dedo e rindo, e o mesmo apenas sorria mas sabia o quanto machucava. Sempre usava suéter, moletom ou camisas de manga comprida, esse era o seu estilo e te analisando durante tanto tempo pensei que eu fosse dizer o primeiro oi mas o destino foi mudado pelo azar ou sorte de um trabalho em grupo.

Então ele se sentou ao meu lado sem nem pedir, pegou alguns papéis e caneta.

"Você não veio ontem." A primeira frase dele.

"Uhum"Jura que um som com a boca foi a primeira coisa que eu não falei?

"Trabalho em grupo" O final da frase foi dito com seus olhos vidrados em mim.

Sentados dava para perceber a grande diferença de altura mas caminhando sob o corredor era mais perceptível, eu conseguia ter uma ampla visão de seus cachos perfeitamente enrolados enquanto você olhava para suas mangas e não queria me encara novamente.

Adentramos a biblioteca da escola e fomos para a mesa mais longe que tinha, você sorriu vendo seus amigos e mordeu mandíbula quando   viu a mesma ruiva que sentava na carteira da frente, nervosismo? Você gostava dela.

O tempo passava devagar e eu apenas focava em minha leitura.

"Jack! Me devolve!" A gargalhada da garota de cachos ruivos te fez sorrir enquanto ela dizia seu nome quase gritando, a mesa recebia um grande olhar de reprovação de todos.

Era esquisito a forma como uma outra menina do grupo oposto me encarava, ela era do terceiro ano, mais velha, mais encorpada que muitas da minha classe e tão alta quanto eu.

Apenas eu e Jack ficamos na mesa, o menino com mangas tão largas que mal conseguia escrever.

"Não é o seu tamanho" Ele ergueu o olhar do papel, parecia confuso.

"O que?" A voz esganiçada era explícita confusão.

"O suéter" Disse, não era óbvio?

"Você está parado aí sem fazer nada a umas três horas e está preocupado com isso?" Ele tinha razão.

"Eu estou fazendo algo"

A expressão de relutância era hilária, os átomos do corpo pequeno dele já tinham se agitado.

"Ah! E o que é?"

"Olhando como o seu suéter não é do seu tamanho, por Deus, isso serve em mim"

O menor revirou os olhos e voltou a escrever, e eu a observa-lo.

Os outros foram completamente ridículos por terem ído embora com uma desculpa esfarrapada e deixado todo o trabalho para Jack, já que a mim eles não conhecem.

Mas Jack não vai voltar sozinho para casa hoje.