Veganismo - O Amor Além das Palavras

3:1- Cowspiracy

"ทσ ƒiм, ทãσ ℓємвrαrємσs dαs ραℓαvrαs ∂є ทσssσs iทiмigσs, є siм, dσ siℓêทciσ ∂є ทσssσs αмigσs"

->мαrτiท ℓυτнєr кiทg נr. 

Você sabia que alimentos podem mudar o mundo? 

O impacto que sua alimentação causa no planeta (e no seu corpo, mas tentarei abordar isso mais para frente), inevitavelmente, significa algo. Pode ser algo pequeno, algo grande; mais danoso, menos danoso. É aí que o veganismo entra como uma daquelas soluções que você fala e pensa "mas, se só eu fizer, não vai dar em nada, as pessoas vão continuar consumindo carne!". Bom, tenho más notícias para você: isso não é nada mais, nada menos, uma desculpa, que alguém colocou na sua cabeça, para que você se sinta imponente e incapaz. É um jogo perigoso, no qual somos ensinados que nossa parte não faz a diferença e, para que algo funcione, todos tem que fazer conosco. O mundo ideal é feito de pequenos atos; de indivíduos resolvendo problemas na medida do possível para assim, fortalecer o coletivo. O planeta, como um todo, depende de pessoas fazendo a sua parte todos os dias. Faça sua parte. Os outros vão, inevitavelmente, se contagiar com sua iniciativa. 

Então, vamos lá.

{Todos esses dados foram tirados do documentário Cowspiracy, que está disponível tanto no Youtube quanto na Netflix, para quem tiver interesse. Para quem já assistiu, gostaria de ouvir sua história, opinião, ou qualquer coisa que quiser}

O documentário, com certeza, causou muita dor de cabeça. É um choque de realidade enorme quando se percebe o quanto estados e instituições tentam esconder a verdade por trás da indústria da carne,  financiando ONG's gigantescas, como o Greenpeace, a WWF e a Sierra Club. Essas ONG's, que deveriam lutar pelo nosso planeta, não tocam na ferida principal, sobre a qual precisamos conversar com as pessoas comuns. Parar de consumir carne e derivados de animais é a forma mais eficaz, que você pode fazer, hoje, de diminuir os danos ao meio ambiente (ou uma das mais). Pouco adianta tomar banhos curtos comendo carne todos os dias, e vou resumir o porquê disso.

Estudos demonstraram que a indústria bovina produz mais gases de efeito estufa que todos os setores de transporte juntos, ou seja, carros, caminhões, barcos e aviões. O gás metano, inflamável, produzido no processo digestivo dos animais de pecuária é 20 vezes mais perigoso do que o dióxido de carbono (CO2), liberado pelos veículos. A produção do gás acontece no rúmen, que é uma das 4 cavidades citadas anteriormente, e as bactérias dali é que são responsáveis por isso, ajudando a retirar a energia dos alimentos ingeridos pelo gado, que depois são liberados por meio de puns ou arrotos. O N2O, que tem 65% do seu total produzido pela pecuária, também é considerado é um desses gases. Sua capacidade de reter calor é na é cerca de 300 vezes maior que do CO2.

Uma vaca consome de 113,5 litros a 151,4 litros de água por dia. Somente nos Estados Unidos, utilizam-se cerca de 128,5 trilhões de litros de água para a pecuária, incluindo alimentação para os animais, como plantio de soja. Para 113 gramas de carne, de acordo com as pesquisas que encontrei no documentário, são necessários 2.498 litros de água, o que seriam equivalente a dois meses de banho. A pecuária, também, é responsável por 30% do consumo de água mundial. Além disso, fazendo uma relação direta, são necessários 1000 litros de água para produzir um litro de leite.

"No Brasil, a agropecuária usa 70% da água no país, porém quase metade desse montante é jogada fora. As estimativas são do Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês). Os impactos recaem sobre o ecossistema, já que lençóis freáticos e rios sofrem com a falta de chuvas e correm o risco de secar ao longo dos anos" (de acordo com a ANA, agência nacional das águas). 

Além disso, as vacas consomem a quantia de 63,4kg a 67,9kg de alimento por dia. "A produção de carnes e outros produtos de origem animal requer extensas áreas e o uso maciço de recursos naturais escassos. A pecuária ocupa 75% das terras aráveis do planeta, principalmente para pastagem e produção de ração – embora seja responsável por apenas 12% das calorias consumidas globalmente. No Brasil, milhões de hectares de vegetação nativa, em ecossistemas como a Amazônia e o Cerrado, foram perdidos para a abertura de pastos e para o cultivo de grãos como a soja, usada predominantemente como ração para animais." Ou seja, boa parte dos grãos produzidos no mundo não são para alimentação humana, e sim para alimentação animal. É inegável que, ao consumir carne e laticínios, está se comendo "duas vezes", ou seja, ocupando muitos mais terras do que seria necessário para alimentar um indivíduo comum. 

Tenho certeza que todo vegano/vegetariano já ouviu a expressão: "e nem peixe?". Não, nem peixe. O impacto da pesca em nossos oceanos é negativo, e pode estar acabando com muitas de nossas espécies. Quando se come peixe, não é somente aquela espécie que está sendo morta. Para cada quilograma pescado, há cerca de 5kg de outras espécies, como golfinhos, baleias, tubarões e tartarugas. Entre 40 milhões e 50 milhões de tubarões são mortos anualmente em redes ou linhas de pesca. Suas barbatanas podem ser utilizadas, no entanto, há grande chance de que os animais sejam descartados como lixo por conta de sua "inutilidade" comercial. 

"Dez por cento do lixo plástico marinho que entra nos oceanos todos os anos é equipamento de pesca perdido ou abandonado nos mares. E esses materiais, por terem sido desenhados para fazer captura, eles têm uma capacidade de capturar e gerar um sofrimento nos animais, com impacto em conservação."

Uma dieta vegana, economiza, por dia, em média: 

-> 4.163 litros de água.

->20 quilogramas de grãos. 

-> 2 metros quadrados de florestas.

-> e a vida de um animal, totalizando 365 animais salvos por ano

E aí? Pensou melhor sobre o assunto?

O ponto é que - alerta de toque na ferida - alguma parte dos grandes ambientalistas somente quer apoio, seja das pessoas, seja de outras instituições, seja do estado. Por isso, recusam-se a falar sobre questões que realmente importam, e ocupam-se em coisas mais leves, que não vão bater de frente com nenhuma cultura ou nenhuma tradição milenar. É mais fácil. É mais prático. Pense que, se alguma dessas instituições se voltasse contra o consumo de carne, tanto as indústrias da carne quanto o estado deixaria de financiá-las e apoiá-las. Nós precisamos ir contra isso. Ficar em silêncio não vai resolver as coisas. Tudo o que foi conquistado exigiu guerreiros, pessoas determinadas a lutar contra a maré. Não fique com medo da maioria, afinal, há uma grande probabilidade da maioria estar errada sobre muitas coisas. 

Ninguém vai parar de comer carne do dia para a noite. Isso é um processo, assim como muitas coisas que aconteceram no passado não acontecem mais e hoje são tidas como um absurdo. Se ninguém te disse isso, deixe que eu diga; ninguém vai mudar o mundo por você. Eu sinto muito. Não é tão simples, não é tão fácil, mas dar um passo de cada vez é muito importante e, quando você conseguir, vai ser a melhor sensação do mundo. Esperar que uma instituição maior nos salve não vai dar em nada; nós precisamos nos salvar. Comece pequeno. Termine grande. Se você começar a ser vegano agora, em 2030, já vai ter salvo 3.650 animais. Se 10 pessoas fizerem isso, já teremos 36.500 animais salvos em somente dez anos. Se cem pessoas fizerem, então, 365.000 animais. E assim por diante. Imagine o poder que nós, indivíduos, temos juntos? 

O que você está esperando?

"Você pode mudar o mundo,

você precisa mudar o mundo."