capítulo 3

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– E então, como foi? – Wanda perguntou assim que entrou na enfermaria, se dirigindo até a maca onde Pietro se encontrava pensativo.

– Não foi nada grave, só tive que levar alguns pontos e vou ter que passar a noite aqui por precaução. – respondeu ainda encarando o teto. 

– Isso é ótimo! – suspirou aliviada. – E a Yana?

– Ela não falou muito comigo, estava focada em cuidar dos machucados. Quando ela terminou eu perguntei se poderíamos conversar mas ela disse que eu precisava descansar. – murmurou buscando uma posição mais confortável. 

– Tenta entender o lado dela Pietro, foi uma surpresa e tanto esse reencontro, afinal ela foi embora de Sokovia e vocês não se resolveram. – segurou a mão do irmão fazendo carinho.

– Eu sei, nunca iria pressionar a Yana mas e se ela não quiser falar comigo? – perguntou olhando para Wanda e demonstrando sua aflição.

– Ela não te odeia Pietro, fica tranquilo, Yana só precisa assimilar tudo e você precisa descansar. 

– Como você sabe? 

– Quando ela foi me chamar para ficar com você nós conversamos. – sorriu de lado.

– E o que vocês falaram? – perguntou ansioso.

– Eu não deveria contar até porque foi uma conversa nossa, mas vou fazer esse esforço. – riu vendo Pietro fazer bico. – Ela sente sua falta e quer resolver tudo, mas hoje não foi o momento. Não fica se martirizando desse jeito, ok? – o velocista concordou respirando aliviado. 

 – Ela está tão linda. – murmurou sentindo o rosto esquentar em seguida ao ver Wanda sorrir largo. 

– E ainda continua sendo muita areia para o seu caminhão. – riu novamente enquanto o platinado resmungava. – Vou buscar algumas coisas para dormir aqui com você, me espera acordado por favor. 

A última vez que Yana e os gêmeos haviam se visto foi pouco antes dela se mudar para os EUA e desde então nunca mais mantiveram contato.

De início, Yana e Pietro não haviam sentado para conversar e se resolverem antes de Vankin ir embora, mas ela e Wanda não tiveram problema nenhum, tanto que mantinham contato nos primeiros dias da enfermeira nos EUA, porém foram se afastando sem perceber, cada uma ocupada de uma forma, e não perceberam quando não se falavam mais.

Os gêmeos começaram a participar de vários protestos em Sokovia, e com isso os três tinham menos tempo para ficarem juntos.

Não que Yana achasse que eles não podiam se desgrudar ou condenava as atitudes dos Maximoff, ela nem poderia fazer isso, e afinal ela também muitas vezes estava ocupada estudando, porém foi natural ela sentir um distanciamento por parte de Pietro, que estava realmente focado no que defendia – e Yana sempre admirou isso nele.

Mas a chance de ir para os EUA surgiu e Vankin não pôde ignorar, e ela demorou para perceber, mas o afastamento dos três pesou na hora da sua decisão de se mudar, a relação entre eles já não era mais a mesma então talvez aquele fosse o momento de cada um seguir para um lado.

Assim como Wanda havia dito para Yana, ela também nunca parou de pensar nos dois, eles passaram muito tempo grudados para ela não sentir falta e ela esperava que um dia pudesse encontrar os gêmeos novamente. 

Natasha entrou na cozinha assim que viu Wanda deixar o cômodo, encontrando uma Yana pensativa que logo notou sua presença e sorriu para a agente.

– Ei. Como você está? – se sentou ao lado da amiga. 

– Foi um dia e tanto, mas estou bem. 

– A conversa com a Wanda parece ter te deixado feliz. – arqueou a sobrancelha.

– Sim, me deixou bem mais aliviada. –  focou o olhar nas mãos.

– Bom, eu acho que te devo explicações, não é? – esperou Yana voltar a lhe olhar para continuar. – Só para deixar claro, eu não te chamei para trabalhar aqui só para você reencontrar os gêmeos. Realmente estávamos precisando e você é incrível no que faz, e eu quis juntar o útil ao agradável. 

– Eu não fiquei brava com ninguém, de verdade, só fiquei muito surpresa. Conhecer os vingadores já foi surreal, e ainda reencontrar a Wanda e o Pietro foi mais do que eu imaginei para hoje. – riu fraco. – Aliás, o Steve sabia de algo? Eu tive essa impressão quando chegamos na enfermaria.

– Então, não só ele. – sorriu amarelo. – Talvez eu tenha resumido a história só para eles não ficarem muito perdidos. 

– Incrível como eu não consigo ficar brava com você. – revirou os olhos. 

– Bom dia! – Yana disse assim que entrou na enfermaria, no dia seguinte, encontrando Wanda e Pietro já acordados e os dois sorriram ao vê-la. – Vim te liberar Pietro. Você sentiu algum incômodo durante a noite? 

– Não, acho que foi o sono mais tranquilo que tive em semanas. – respondeu enquanto Yana lhe lançava um sorriso leve.

– Vou deixar vocês a sós e sem reclamações, vocês precisam conversar. – Wanda se levantou caminhando em direção a porta e saindo tranquilamente.

O casal se encarou sem saber exatamente o que fazer, mesmo que já tivessem se recuperado do dia anterior e estivessem prontos para a tão esperada conversa, foi impossível não sentir um frio na barriga. 

Pietro se ajeitou na maca indicando a cadeira antes ocupada por Wanda para Yana se sentar, e quando ela o fez, segurou suas duas mãos e sorriu ao não encontrar resistência da parte de Vankin. 

– Ok, vamos lá. Quero te pedir desculpas por ter me afastado e só ter me dado conta de como fui idiota quando você já tinha se mudado. – suspirou ao focar nos olhos de Yana antes de continuar. – Eu pensei várias vezes em tentar entrar em contato mas eu não sabia se você ia querer falar comigo. 

– Eu também tive culpa e também poderia ter mantido contato, mas de certa forma acho que isso foi bom não só para nós dois, mas para a Wanda também. – respirou fundo com a proximidade. – Aconteceu muita coisa com vocês em Sokovia e eu queria estar com vocês, mas o que importa é que estamos aqui agora, certo? – Pietro assentiu com a cabeça.

– Posso te abraçar? – perguntou um pouco sem jeito e sentindo o rosto esquentar quando Yana riu. – Não tem graça. – fez bico. 

– Na verdade tem sim. 

– Se eu fico assim a culpa é sua. – foi a vez de Yana sentir o rosto esquentar e Pietro rir. – Vem cá. – puxou Yana pelas mãos, que se levantou apenas para se sentar na beirada da maca e logo se renderam ao abraço que tanto sentiram falta. 

Ficaram assim por longos minutos, com Pietro fazendo carinho nos cabelos de Yana enquanto a mesma enterrou o rosto no pescoço dele, sentindo o perfume que sempre lhe fora familiar, e nenhum deles fez questão de quebrar o abraço.

– Seu abraço continua sendo o melhor. – resmungou contra o pescoço do velocista que sentiu o local arrepiar.

– E você continua linda printsessa. – se afastou um pouco para poder olhar Yana a tempo de ver suas bochechas vermelhas. 

– Você não muda, não é? – arqueou a sobrancelha.

– Claro que não, é por esse Pietro que você é apaixonada. – piscou.

– Nos seus sonhos Pietro, nos seus sonhos. 

xx, isabela.

𝘴𝘵𝘪𝘭𝘭 𝘭𝘰𝘷𝘪𝘯𝘨 𝘺𝘰𝘶 • 𝘱𝘪𝘦𝘵𝘳𝘰 𝘮𝘢𝘹𝘪𝘮𝘰𝘧𝘧Onde histórias criam vida. Descubra agora