Quase Princesa || Livro 1 [COMPLETO]

34 || T r a g é d i a s

[Música ainda em seleção. Se puder indicar uma escreva no privado ou nos comentários.]

Ariana

QUANDO O JANTAR ACABOU, decidimos dar uma volta em Paris mesmo já sendo tarde. De mãos dadas, saímos do hotel e seguimos caminhando em direção da torre Eiffel. Era possível avistá-la de longe. Muito linda...

O clima estava frio. Percebendo meu corpo tremer, Christian retirou seu palito e vestiu-o em mim.

— Obrigada. — agradeci.

Ele havia dispensado os guardas; não parecia mais haver necessidade deles. Havia muitas pessoas na rua, o que tornou mais fácil para nós misturarmos em meio a multidão.

— Ainda não entendo você não ter me deixado beber vinho. — reclamei. — No Brasil podemos beber com dezoito, e eu faço dezoito logo em janeiro.

— Se eu que sou príncipe tive que completar vinte e um para beber, você também vai ter que esperar.

Rimos. Passamos boa parte da caminhada em um silêncio agradável, observando as inúmeras luzes da cidade de luz. Chris pegou seu celular, um IPhone de mais nova geração, e se afastou, mandando eu sorrir.

— Eu não estou bonita agora, minha maquiagem deve ter borrado. — recusei.

Ele continuou insistindo e eu finalmente sorri para a foto, quando minha atenção se voltou pra um flash de câmera atrás de nós. Chris bateu a foto.

— Você está linda sorrindo com a torre Eiffel atrás.

— Acho que estão nos seguindo.

Ele guardou o celular e segurou minha mão, olhando em volta.

— Consegue correr de salto? Podem ser meros paparazzis, mas a última coisa que quero é te pôr em risco.

— Uhum.

A única coisa que eu não me imaginaria fazendo um ano atrás era correr de salto alto de mãos dadas com um príncipe em Paris. Logo, estávamos de volta no helicóptero e eu estava exausta da pequena maratona. Estava tarde, então logo adormeci nos braços do meu namorado.

- ••• -

— Ari, Ari, acorde! É o primeiro dia de neve!

Emily me sacudia. Ergui meu corpo devagar, morrendo de sono.  Havíamos chegado bem tarde. Através das janelas do meu quarto, era possível ver pequenos flocos caindo rapidamente. Levantei correndo e abri a janela, sentindo os pequeninos pedaços de gelo na palma da minha mão.

— Vamos lá fora!

— Espera, deixa eu tomar banho e me vestir... — falei, me espreguiçando.

— Como foi o encontro? Foram mesmo até Paris? Teve paparazzis? Se beijaram? Fiquei te esperando até tarde!
—  ela começou a me bombardear de perguntas.

— Foi legal. Sim. — respondi enquanto ia em direção ao closet procurando roupas de neve.

— Já separei o que você vai usar.

Emily entrou no armário e desapareceu, logo voltando com dois cabides que carregavam um sobretudo amarelo-outono e calças de neve. Tomei um banho rápido, nem lavei a cabeça, e vesti o outfit escolhido por minha melhor amiga. Emi fez uma trança embutida em mim e uma maquiagem leve.

— Pronto, perfeita para uma futura rainha!

Ri de sua animação. Saímos juntas correndo até as escadas. Quando chegamos no jardim, começamos a dançar feito loucas por estarmos vendo neve. Era impossível se ver nevar em Miami, então eu raramente via. Emily abriu a boca e tentou, com a língua, pegar alguns flocos, me fazendo rir.

— Vai comer neve?

— Vou! — rebateu.

Ela juntou o pouco que tinha no chão e tentou jogar uma bolinha em mim. Desviei.

— Você não me pega! — desafiou.

Comecei a correr atrás dela. Parecíamos duas crianças juntas. Entretanto, Emily se jogou no chão. Achei que iria fazer um anjinho, mas ela não se mexia mais. Quando reparei algo manchando a neve branquinha, me dei conta que ela estava ferida. Me abaixei, segurando sua cabeça.

— Emily? Emily? Acorda! Por favor, não me deixa! Acorda, Emily! — implorei, chorando. — Eu já perdi minha mãe, não posso perder você...

Ephilia já não era mais segura. Tentei estancar o sangue com meu casaco, enquanto gritava por ajuda. Senti meu ombro arder em seguida. Um tiro de raspão. Logo, dei meu último grito de desespero e desmaiei, abraçada ao corpo imóvel da minha melhor amiga.

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