OGRA

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Quando abro meus olhos estou na minha cama, as cobertas estão em cima de mim, me deixando aquecida. Estou muito tonta e confusa. Tudo foi um sonho? Não, meu braço está machucado de quando caí no chão. Me sento lentamente na cama, piscando várias vezes, tentando fazer o quarto parar de girar.

- Achou mesmo que podia se esconder de mim, rata. - Disse Jeff se aproximando e beijando minha bochecha.

Mesmo que ele tenha me beijado na bochecha, sua voz soa um pouco sombria. Ótimo, agora estou perdida. Ele me achou.

- Como você me achou?

- Isso eu não vou falar, mas você se escondeu bem. Seu cabelo mudou. Bom, você está bem mais saudável agora.

- Claro, não tem ninguém me deixando dias sem comer.

- Quanto drama! Vamos, vamos embora.

- Vai para o inferno. Não vou a lugar nenhum com você, meus dias de ficar presa acabaram.

- Eu nunca disse que você iria ficar presa.

- E nem precisa. Se você não sumir agora, eu mato você.

- Você pode ter ficado boa, matando aqueles caras, batendo naqueles idiotas e atirando bem, mas ainda não consegue me vencer. Sabe disso, Ratinha.

- Não sei de nada até fazer.

- Sabe sim, também sabe que gostou de matar aqueles dois. O homem qualquer pessoa iria ter gostado de matar, afinal além de ele te sequestrar anos atrás, ele tentou te estuprar. O garoto, era uma criança, você gostou de mata-lo simplesmente porque gosta de matar. Sente prazer em matar, em bater, você é quase tão ruim como eu. Não ache que eu tenho medo de você, não vai me vencer, luto melhor do que você e já sou muito bom em matar. A diferença entre nós é que eu não sou hipócrita. Você não deveria nem sequer estar viva depois daquele tiro, ele foi em um lugar onde sangra muito. Você deveria estar morta.

- Eu sei, e não pretendo gastar minha segunda chance com você.

- Essa doeu. Você realmente acha que vou prender você, não é?

- Não tente fingir que não vai.

- A minha ideia é totalmente contrária a isso, minha querida. - Ele respondeu rindo de um jeito macabro.

Tenho que dar um jeito de fugir. Eu ainda estou meio tonta, acho que ele me drogou enquanto eu dormia. Toda vez que viro a cabeça, parece que está tudo em câmera lenta. Ele está se aproximando aos poucos de mim, tento o empurrar. Não consigo, não sinto força em meus braços. Tento recuar e acabo caindo no chão, chorando e pedindo para ele ficar longe de mim. Seu olhar continua o mesmo de antes, sinistro e frio. Seus olhos parecem estar vibrando. Me arrasto em tentativa de chegar até a porta, mas ele me puxa, sinto suas mãos puxando meus braços e me apoiando a ele. Tento resistir, mas estou fraca demais.

- Desista, eu droguei você. Você estava alucinando, um tranquilizante foi a única coisa que conseguiu te acalmar. Eu quase atropelei você.

- Me deixa em paz. O que vai fazer? Onde está me levando?

- Você vai ver daqui a pouco, Ratinha.

Jeff me ajudou nas escadas e me levou até o porão. O cheiro e carne podre e sangue era insuportável, eu só queria vomitar. Jeff me sentou e amarrou em uma cadeira, assim que ele acendeu a luz eu percebi. Haviam crianças mortas, sangue e tripas para todo o lado. Nas crianças, larvas saíam pela boca e seus olhos foram arrancados. Aquilo era horrível, mas não foi ele. Jeff não está aqui a tempo suficiente para os cadáveres ficarem assim. Foi ela, foi aquela mulher.

Dance With Devil -Jeff The killerOnde histórias criam vida. Descubra agora