Você me ama de verdade, né?

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Se o meu peito estranha? É verdade, ele estranha. Usei uma parte do meu coração para algo que ele não estava habituado, não havia se programado, não houve nenhum aviso. Ele ainda está meio enferrujado, mas sentir esses braços ao redor da minha cintura o impedem de atolar. E eu não vou reclamar se passarmos a eternidade assim, eu juro que não.

Antes eu me desesperava com previsões científicas e religiosas. Eu sei lá porquê, mas tinha medo do sol engolir a Terra. Agora parece que seu abraço me blinda de qualquer mau, me impede de ser atingido por qualquer catástrofe que vier.

Porque eu fui atingido pela maior das catástrofes: o amor incondicional. Às vezes dói, outras vezes ameniza. Só sei que é uma paz, uma casa, um domingo sem fim. É idiota, abestado, ficamos avoados e infantis. Mas é puro e singelo. Aprendemos a nos contentar com simplicidades, viver por elas. Eu gosto do meio e tenho medo do final.

— E... Terminei! — ele sorri para mim e eu saio da posição em que estava, apressando os passos para sentar ao lado dele no banco. — Não está tão bom. Quer dizer, eu errei aqui e aqui. E seus olhos são mais bonitos que isso...

Eu olho para o desenho meu que ele fez e não paro de sorrir. Não sei se sorrio porque está lindo, por ele me achar lindo ou por ele ser tão lindo que tê-lo ao meu lado é sinônimo de dádiva.

Jogo meu braço sobre seus ombros e puxo-o para perto.

— Está incrível! — exclamo, feliz da vida. — Você é muito talentoso, Kihyun. Está perfeito. Viu só? Caso não tivesse feito Gastronomia, Belas Artes seria perfeito para você.

— Nunca pensei nisso — ele admira o próprio desenho por alguns segundos e depois vira-se para mim, afastando-se um pouco do meu grude. — Mas está um pouquinho parecido só.

Eu olho para o desenho. Ele me desenhou olhando para o Sena, inclinado sobre a grade de proteção. Ele apenas pegou um lápis 2B e me desenhou no caderninho que ele me presenteou. Todas as linhas estão perfeitas, mesmo que ele tenha feito o desenho rápido, está lindo e até mais do que eu. Queria tatuá-lo só porque foi ele quem fez.

— Antes de irmos ao cinema, o que acha de fazermos um tour de barco no Rio Sena? — sugiro e vejo seus olhos brilharem.

Yoo põe o caderno e o lápis na bolsa, então se levanta e me puxa consigo tão forte e rápido que meu coração dá um pinote devido ao súbito e meu joelho dodói praticamente esquece o que é correr. Minhas mãos soam, mas estão firmes na mão dele. Quando paramos a corrida, me choco com as costas dele e aproveito para dar-lhe um abraço rápido.

Eu acho que a melhor coisa que me aconteceu foi termos ficado bêbados ontem e perdido o voo. Juro. Certas coisas ruins acontecem, mas somente para dar lugar a outras melhores. Essa foi a melhor tarde da minha vida todinha. Foi, sim.

Sentamos juntos, ele apóia sua cabeça no meu ombro e eu sinto o cheiro gostoso do seu cabelo enquanto o barco se movimenta. E eu estou feliz, porque Kihyun me deixou pagar e ele está tão vislumbrado com a beleza parisiense que nem parece que já deve ter feito o passeio inúmeras vezes na vida.

Tudo bem que eu achei meio caro, mas o caras devem meter mesmo a faca no bolso dos turistas. E isso é um verdadeiro saco, porque eu sou meio mão de vaca quando o assunto é dinheiro. Sendo um bom plebeu, meu lance é economizar. Mas passear de barco com um homem maravilhoso — observação: que eu amo muito — ao meu lado, nada irá substituir isso.

Ele tem as mãos ao redor do meu braço, enquanto minha mão descansa na sua coxa parcialmente nua. Eu estou viciado nela. Eu acaricio-a.

— Eu estou muito feliz por você não estar fumando — ele comenta, respirando fundo. O sol está gostoso na minha pele e a atmosfera está mais que agradável. Eu nunca estive tão feliz.

 café et cigarettes ┊ChangKiWhere stories live. Discover now