POR TODA MINHA VIDA (CONCLUÍDA)

Vinte e quatro

O rancho dos Hanson ficava fora de Tulsa. Eu havia ido várias vezes quando Amora era pequena, mas agora ele parecia ter sido extendido.

Chegamos é um rapaz abriu o portão pra mim. Consegui vê vários carros estacionados e crianças brincando ao redor do terreno todo.

Descemos do carro e peguei a malinha de Amora juntamente com nosso presente para Walker. Ela ficaria ali por mais três dias. Eu planejava chegar, falar com com Walker e algumas outras pessoas e voltar pra Tulsa. Ainda trabalharia aquela noite.

Havia uma piscina enorme com um Deck. Eu lembrava que eu quem tinha dito que seria uma boa ideia fazer uma estrutura parecida com a que tinha no Brasil.

De longe pude vê Ike andando até nós com um rosto incrédulo.

— Ana? É você mesmo? Mesmo?

Sorri e ele me abraçou, abraçando Amora em seguida que saiu corroendo gritando por Penny.

— Hey Ike, como vai?

— Eu estou bem. — Sorri sem graça. — Vim trazer a Amora e dar um abraço em vocês.

— Estou feliz que tenha vindo. Papai não para de falar em você.

— Ee já chegou?

— Ainda não. Ele vai vir com Zac e Lily. — Ele fez uma careta. — Vai ser surpresa.

— É, eu sei... Zac pediu pessoalmente para que viesse.

— Sério? — Ike parecia surpreso. — Nossa, que bom que pediu então. Vamos entrando?

Andamos lado a lado até a varanda da grande casa onde havia uma grande mesa com algumas pessoas lá. Taylor e Natalie pareciam surpresos em me vê ali.

— Nossa, Ana... — Natalie deu um sorriso amarelo ao me cumprimentar. — Não sabia que vinha.

— Vai ser rápido. Só dar um abraço em Walker.

Taylor não disse nada, tampouco me cumprimentou. Mas eu estava pouco me lixando para ele.

Nicole me cumprimentou e pediu para sentar ao seu lado. Agradeci.

— Você está ótima, Ana. — Ela falou sorrindo. — Como está? Ainda trabalha naquele restaurante?

— Trabalho sim. — Sorri enquanto agradecia Ike por me trazer um copo com água.

Eu havia visto os dois havia alguns meses. Ambos foram comer no restaurante e eu os vi e fui cumprimenta-los. Na ocasião, apresentei Robert também.

— Até hoje não comi um fettuccine tão bom quanto aquele. — Ela comentou enquanto comia um pedaço de carne. — Você ainda namora com Robert?

Levantei minha mão discretamente e ela levou a mão a boca.

— Really? Ana, parabéns! Desde quando?

— Desde ontem. — Sorri. — Estamos juntos há três anos. Era o natural, né?

— Sim, com certeza. Ike, olha aqui...

Ike olhou para minha mão e e abriu os olhos surpreso.

— Feliz por você, Ana.

— O que tem feito, ana? — Foi a vez de Taylor perguntar. Ele tinha um tom sarcástico na voz. — Ainda brincando de cozinha?

Dei um riso sacana. Taylor não me atingia mais.

— Guarde o seu veneno e da sua esposa, Taylor. Se eu brinco ou não de cozinha, não te interessa. Não vivo com seu dinheiro. Meu negócio é com seu irmão, que por acaso, Taylor, foi quem pediu para vir.

Ele foi pego de surpresa. Não deixei ter a chance de tirar nenhuma outra piadinha. Se ele quisesse falar, que fosse direto.

— Chega, Taylor. — Isaac falou quando ele ia responder. — Qual o seu problema?

— Você foi desleal com meu irmão. O abandonou no pior momento, agora vem aqui esfregar essa aliança pra provar que você é melhor que todos nós?

Eu estava perplexa. Taylor estava fora da realidade.

— Abandonar seu irmão? Cala a boca, Taylor.  Você não sabe o que aconteceu, não convivia com Zachary, não faz ideia do quanto passei. Não quero esfregar nada na cara de ninguém. Imaginei que você fosse mais maduro.

— O que está acontecendo aqui? — Jessica apareceu com raiva. — Taylor, cala a boca. Foi papai quem pediu para ela vir. Guarde sua raiva, você não tem nada a ver com a vida de Zachary.

Pedi licença a Nicole e Ike e estava voltando para o carro quando vi Zac entrando com Walker e Diana. Meu coração acelerou ao vê-lo com uma mochila nas costas e cabelo grande. A barba estava por fazer e seu sorriso desapareceu assim que me viu.

Walker, por sua vez, abriu um grande sorriso.

— Ana? Não acredito que você veio!

Walker me abraçou forte. Olhei para Zac com certo desespero e Diana parecia estar chorando.

— Oi Tio Walker. Como você está? Cinquenta e cinco, hein?

— Com a cabeça de trinta! — Ele piscou.

Abracei Diana que me falou algumas coisas sobre como saudade e que não via a hora de cozinha meu prato favorito. Comecei a rir daquilo.

Lily não parecia estar ali. Zac me olhou e abriu os braços.

Eu o abracei e senti seu cheiro de loção pós-barba.

— Como está?

Algo estava diferente. Não parecia mais o mesmo zac que havia deixado três anos antes. O seu olhar era divertido, embora parecesse um pouco desconfortável.

— Como você está? — Ele perguntou após o abraço se desfazer.

— Estou bem. — Olhei para Diana e Walker. — Eu vim deixar Amora e lhe dar um abraço. Mas preciso voltar para Tulsa.

— Mas já? — Zac quem perguntou.

— Sim... eu tenho que trabalhar hoje a noite. Mas o mais importante é que pude dar o seu abraço, Walker.

Ele sorriu triste.

— Passarei em sua casa para tomar um café, ok Diana?

O rosto dos dois se iluminaram. Eu sabia que devia isso a eles. Só não podia ficar no mesmo ambiente que Taylor e Natalie.

Me despedi e entrei o carro. Dei uma última olhada em Zac e vi que ele estava mesmo decepcionado.

Quando sai do rancho e peguei a estrada, comecei a chorar.

Taylor e Natalie nunca me aceitariam de fato.