O primeiro beijo

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  Bom, nosso primeiro beijo foi naquele mesmo riacho onde foi nosso suposto primeiro "encontro".

  Depois de umas semaninhas indo naquele riacho sob a cerejeira e passando um longo tempo juntos quase todos os fins de tardes, rindo e contando um ao outro como fora o dia e coisas do tipo. Aconteceu o nosso primeiro beijo...

  "Jeno e eu caminhavamos calmamente até o riacho da cerejeira — como resolvemos chamar — depois das aulas dele.

  Eu não curtia muito ir pra lá sozinho, sentia que não era a mesma mágica de que quando estava com ele... Não sei bem explicar, estar com Jeno me faz sentir como se estivesse nas nuvens em qualquer hora e em qualquer lugar, basta ele sorrir ou apenas ficar calado, enquanto eu admiro.

  Inclusive, eu consigo o admirar até mesmo estando de costas... A camiseta branca e a bermuda jeans clara ficam tão bem nele... Acho que qualquer coisa fica bem nele, basta ser ele ali... Sou tão bobinho, não?

  Jeno também tem me questionado de quem eu gosto. Obviamente eu sempre ficava nervoso, e acabava falando um "depois falo" ou mudando de assunto de um jeito bem gaguejado. Ainda não sei como ele não percebeu que gosto dele. Afinal, ele é extremamente inteligente, mas aparentemente é meio lerdinho em questões amorosas.

— Jaeminnie! — a voz melodiosa do meu sorriso das rosas gritou, chamando-me a atenção e expulsando-me da minha bolha de pensamentos. Murmurei um "oi?" enquanto o encarava já sentado sobre a grama verde e fofinha do riacho. — No mundo da lua de novo, Nana?

— É... — sentei-me ao seu lado na grama e Nono deitou sua cabeça em meu colo, pegando minha mão e colocando nos fios negros e sedosos de seu cabelo, pedindo-me silenciosamente para fazer lhe carinho. — Como foram as aulas hoje? — perguntei, sentindo os fios macios sob meus dedos, enquanto o via de olhos fechados apreciando meu carinho... A cada dia ele ficava mais bonito, como era possível? Perco meu olhar em seu rosto enquanto sua resposta não chega, até meus olhos pararem nos lábios finos e rosados, que ele tinha a maldita mania de morder a cada cinco minutos e que me deixava completamente louco.

— Nada demais... Félix ficou me atormentando dizendo que você gosta de mim — riu e eu engoli em seco, desviando meus olhos para longe de seus lábios. Lembraria de matar Félix depois. Jeno abriu os olhinhos e pegou minha outra mão, passando a brincar com está. — Sabe Nana, você devia tentar ser mais discreto... — disse e me encarou, soltando uma risadinha ao que eu arregalei os olhos e parei o carinho em seu cabelo.

— D-do que está falando? — gaguejei e ele soltou mais uma risadinha. Droga, por que eu sou tão gago nesses momentos?

— Senti você olhando para os meus lábios... — ele falava de uma forma tão calma que me deixava nervoso, e ele tocar meu queixo gentilmente e puxar meu rosto para mais perto do seu só fez meu nervosismo aumentar. — Estou começando a duvidar de que o que Félix não seja verdade... — Jeno olhou profundamente nos meus olhos, e de alguma forma meu nervosismo sumiu, eu apenas me sentia derreter em seus dedos, que ainda estavam em meu maxilar e me empediam de afastar meu rosto – não que eu quisesse o fazer, é claro.

— Sabe Nono — comecei, em um sussurro de coragem. — Félix não estava totalmente errado quando disse que gosto de você. — seus olhos demonstraram surpresa e eu me apeguei a aquele lindo brilho que eles tinham, continuando a sentença sussurrada. — Por que eu sou completamente apaixonado por você. — não sei da onde me veio tanta coragem para falar tantas coisas assim, muito menos de onde veio a coragem que tirei para segurar seu rosto e tocar seus lábios gentilmente.
 
  Ele não disse nada, nem se afastou, apenas me puxou para aprofundar o que deveria ser apenas um selinho carinhoso, e que se tornou um beijo longo e com gosto do café que Jeno havia tomado antes de virmos para cá. Nos afastamos pela falta de ar, apenas alguns centímetros, sentia meu cabelo cair para os lados do meu rosto por estar olhando para baixo e também sentia a respiração desregulada de Nono em meu rosto. Ambos sorrimos e então ele disse:

— Engraçado — riu de forma boba. — Eu também sou completamente apaixonado por você, Jaeminnie — sorriu bobamente e senti meu coração acelerar, um pouco antes dele me puxar para outro beijo."

  E assim foi pelo resto daquele dia.

  Nós realmente estávamos muito bobinhos e quando tivemos que nos despedir em frente a casa dele, ambos fizemos um bico enorme, afinal, só poderíamos nos ver no final do dia seguinte, já que estávamos numa quinta feira e os dias das aulas de violão de Jeno já haviam passado.

  Aquele dia foi um dos muitos em que dormi sorrindo bobo para o teto do meu quarto, imaginando como não seria dormir agarradinho com Jeno.

Smile Roses nominWhere stories live. Discover now