Iridescente

Capítulo 1 - Um banho às 22h

Estar presa em uma história fictícia pode ser um pouco desesperador ou até mesmo assustador, mas eu acabei me acostumando com o tempo. Toda vez que eu passava perto de um dos personagens, eu sentia como se estivesse ficando louca, no entanto aprendi a segurar esse sentimento com o tempo. Eu ainda não sabia se aquilo era mesmo a minha nova realidade, ou se ainda era um sonho muito vívido.

A pior parte é saber de tudo que vai acontecer. Tantas coisas que eu posso evitar, pessoas que eu posso salvar. Mas mudar a história poderia me trazer graves consequências. Mudando o enredo ou não, eu sei que ficaria com peso na consciência de qualquer jeito.

Quando eu era Maddie, eu tinha apenas uma pessoa que se importava comigo. Donna era como uma mãe para mim e eu não consigo nem explicar o quanto eu sinto saudades dela. Porém, neste mundo eu tenho uma família que me ama. Meu pai, minha mãe e minha irmã mais nova, Catherine. Esse amor de família é uma experiência nova para mim, e apesar de não conseguir expressar esse sentimento eu sempre faço eles terem certeza que eu amo eles.

E além de uma família, eu também tenho amigos. Quando eu sentei no banquinho com o chapéu seletor na minha cabeça, eu insisti ao chapéu para não me colocar na Grifinória. Ser da mesma casa que o Trio de Ouro faria difícil ignorar eles durante meus anos em Hogwarts. Não só os três, mas grande parte das pessoas que eu pretendia ficar longe são da Grifinória, então ser de outra casa seria mais fácil. O chapéu seletor decidiu me colocar na Corvinal, o que eu estranhei já que eu nunca fui do tipo de gostar de ler e estudar.

Foi assim que eu conheci minhas duas melhores amigas, Julieta e Violeta Collins. Um par de gêmeas que, apesar da minha personalidade quieta e introvertida, decidiram ser minhas amigas. Na verdade, está mais para elas me adotaram como amiga. Por alguma razão, as duas insistiram desde o primeiro dia de aula em falar comigo. No começo eu queria evitar fazer amigos e só queria ficar sozinha. Mas as gêmeas eram ambas da Corvinal e do mesmo ano que eu, nos fazendo ser colegas de quarto. Então no final, foi impossível fugir das duas e quando eu percebi eu tinha duas melhores amigas - uma coisas que eu nunca tive como Maddie Evans.

Todos esses aspectos me fazem hesitar em tentar achar uma saída desse mundo. Eu não tinha nada antes e agora eu tenho tudo. Apesar de estar sempre com medo de cometer um erro e estragar a história de J.K.Rowling, eu ainda sentia que esta mundo era melhor para mim do que o antigo.

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Meu quarto ano em Hogwarts havia começado há uma semana atrás, com o anúncio de Dumbledore sobre o Torneio Tribruxo. Os alunos ainda falavam sobre o evento para lá e para cá. Eu, obviamente, não estava tão ansiosa, pois eu sabia que isso iria terminar com uma grande tragédia. Pobre Cedrico Diggory. Todas a vezes que eu o olhava eu me sentia horrível, principalmente agora que ele tem menos de um ano de vida.

- Eu ouvi falar que os alunos de Durmstrang são colírios para os olhos. - comentou Violeta, que estava sentada do meu lado na mesa da Corvinal

Na minha frente, sentava Julieta, que rolava os olhos para o comentário da irmã

- O que? - perguntou Violeta olhando para Julie - Talvez eu até consiga um namorado sueco.

Eu e Julie demos risada do lado romântico de Vilu.

- Acalma a suas ilusões aí! - exclamou Julieta - Você nem ao menos sabe se esses meninos são realmente tudo isso.

- Eu tenho certeza que eles são. - se intrometeu Padma Patil, outra corvinal do nosso ano - Aposto que os meninos mais bonitos de Hogwarts não chegam nem aos pés dos meninos de Durmstrang.

Eu nunca tive uma conversa genuína com Padma, porque ela era um dos personagens da saga - mesmo se ela aparecesse pouco. Contudo, ela era uma das minhas colegas de quarto, então eu não podia ignorá-la por completo. E não é como se eu fosse conversar com uma menina que eu mal conhecia. As únicas duas pessoas com quem eu conseguia me expressar totalmente eram Julieta e Violeta.