Capítulo 6

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Boa leitura 💕

Soltei minha mão, encostando no fundo do elevador. Aquela mulher fez com que algo acendesse na minha cabeça. O olhar de repulsa destinado a mim só piorou as coisas. Certo, ela deve ser alguma ex, ou até mesmo mulher dele! Meu Deus! Havia essa possibilidade? De ele ser casado? Instintivamente olho para a mão dele, não tem aliança, nem nada. Luís pode ter escondido... Meu subconsciente zomba de mim. 

Inferno! São tantas possibilidades que até fico zonza. 

— Precisamos conversar Luís. É urgente.

Ele soltou uma risada de escárnio. Penteando os cabelos para trás ele deu um passo para frente, bloqueando minha visão.

— Vá embora e nunca mais ouse por seus pés na minha empresa.

Praticamente ele esmurra o painel, fechando as portas de aço. Solto um suspiro que nem sabia que estava preso.

Então Luís segurou em minha mão, parece ficar mais relaxado. 

Isso é estranho.

Fiquei tão curiosa com aquela cena que sem pensar puxo minha mão e pergunto:

— Luís, o que foi isso?

— Depois conversamos.   

Foi a única coisa que me respondeu, fiquei um pouco desapontada, e também furiosa ao mesmo tempo. Enfim o elevador para, as portas se abrem e eu saio em passos firmes. Vou respeitar a decisão dele, cada um temos nossos próprios monstros para lidar. Sento na minha cadeira e tento esquecer a cena de minutos atrás.

A manhã passa tão rápido que nem me dou conta que já é meio dia. Saio para o horário de almoço encucada com aquela mulher bonita. Era alta, cabelo curto e escuro, um mulherão! Mas ela parecia preocupada, me olhou de uma forma tão estranha que até senti calafrios. 

Peço um arroz com strogonoff, e uma salada bem leve. Falta alguns minutos para a consulta com a Dr. Fernanda. Fiquei surpresa pelo fato de o próprio Luís ter marcado a consulta. 

Será que ele pensa que quero dar o golpe da barriga? Meu coração acelera quando penso nessas coisas. Que droga! 

Volto para casa de táxi. Tomo um banho rápido, optei por uma saia cintura alta preta, fiz uma maquiagem somente para destacar meus olhos. Coloco um salto preto para combinar com a saia e uma  blusa branca de cetim. 

Depois de finalmente ficar pronta eu pego minha bolsa e as chaves do carro. O trânsito ajudou bastante e ainda cheguei a tempo. 

Freio o carro bruscamente quando vejo a mesma mulher que estava no elevador saindo do local que vou fazer a consulta.

Meu cérebro começa a dar várias voltas. 

 Quem é ela? O que ela era para Luís? Devo continuar indo para a consulta? 

 Penso o que vou perder se continuar essa relação. Mas logo cai a ficha, o que eu tinha para perder já perdi mesmo. Minha virgindade e meu coração já perderam a batalha. Vou continuar até onde der. 

Estaciono o carro em uma vaga, respiro fundo e entro no prédio. Vou para a recepção e me identifico, a secretária sorri e diz que vai me acompanhar até a sala. Dra. Fernanda é muito prestativa, logo de cara gostei dela. Saio do consultório depois de alguns minutos respondendo a várias questões. No caminho de volta para casa passo na farmácia e compro o anticoncepcional.

Volto para o meu apartamento. Como o dia foi agitado, resolvo tirar um cochilo e acabo dormindo. 

Acordo mais cansada ainda. Pela janela já é noite e tudo está escuro. 

Acendo o abajur olhando em volta. Vejo Luís me olhando, está sentado em uma cadeira. Ele se levanta e deita ao meu lado. Beija minha testa, olha nos meus olhos e diz algo que faz todo o sono ir embora.

— Precisamos conversar.

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