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DONATELLA TUDOR

Meiga e abusada faço você se
— Eu nunca vi mocinha tão animada a esse horário! — eu me viro, encontrando senhor Antônio, vulgo "Seu Toninho" e sorrio.

— Seu Toninho!!! Bom dia! — exclamo alto e ele ri. — Me dê dez pães, alguma das meninas chegam hoje de viagem e precisamos de pães!

— Essas meninas vão colocar fogo no Rio de Janeiro em outro verão?

— Que Deus me perdoe, mas se Deus quiser sim! — ele balança a cabeça rindo enquanto eu compro mais algumas coisas.

— Como está Sol?

— Provavelmente em depressão profunda hoje, é uma data delicada... — eu faço uma careta passando no caixa único. — Mas dará certo, o senhor verá.

— Lembre ela que eu tenho um filho solteiro — eu começo a rir agora.

— Com todo respeito, Seu Toninho, mas seu filho vai ter que lutar muito pra conquistar a Sol — eu passo meu cartão para pagá-lo conforme ele ri.

— Ele não tem culhão pra nenhuma de vocês. São mulheres extraordinárias demais para ficarem com qualquer um — o modo como ele fala do filho quase me emociona.

— Ah, se o senhor fosse mais novo e solteiro, em? — brinco ganhando uma gargalhada. — Bom dia e bom trabalho, Seu Toninho!!!

— Pra senhorita também, Donatella — o escuto dizer ainda rindo da minha fala anterior e eu saio da padaria, ainda com a música da Anitta na cabeça.

Realmente, Seu Toninho, sou sensacional demais para ficar com qualquer homem, no entanto sou ninfomaníaca demais para ficar sem um homem!!!

Estou subindo pelas paredes, se eu morrer agora, desço de tobogã e seduzo o inimigo! Merda, que tesão incontrolável é esse? Será que Sol, sendo minha melhor amiga psicóloga, conseguirá explicar que diabos de tesão descontrolado é isso?

Chego em nossa casa no condomínio, onde eu, Sol, Amanda e Victória, minhas amigas desde sempre — inclusive Sol, quem eu conheço desde criança —, dividimos quando estamos aqui no Rio de Janeiro.

Coloco café para começar a ser preparado na cafeteira e arrumo a mesa da cozinha para Vic ou Sol, apostando em quem acordará primeiro para terminar de fazer o resto, já que eu sou um maldito fiasco na cozinha e também não gosto de cozinhar.

Sento no sofá com uma xícara cheia de café puro para me manter acordada para mais um dia cheio de estudos e ligo a televisão, colocando nos jogos britânicos de ontem que eu perdi enquanto chorava em cima de algum livro de Direito.

Faculdade do inferno!!!

Vic, uma das outras mulheres, não demora muito em descer as escadas saltitantes, ainda de pijamas.

— Bom dia, meu neném! — ela beija uma das minhas bochechas. — Quer misto?

— Sim, o seu misto é mais que perfeito. É lindamente perfeito, deveria ser uma obra de arte reconhecida, deveria estar no Museu do Louvre e...

— Tudo bem, Donna — ela me interrompe rindo. — Seu Toninho está bem?

— Sim, sim... Tente dar uma passada lá pra ver ele depois, ele gosta de... Filho da puta!!! Olha isso, Victória!!! Na cara do gol! — me levanto revoltada apontando para a televisão e ela gargalha no fundo.

— Sol, em?

— Deve estar chorando pelo homem que não deu um chá de pica nela.

— Donatella, não fale assim — eu franzo o cenho.

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