Capítulo 7

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Quando Mauro chegou em casa, já havia anoitecido. Ele tivera um encontro  muito agradável com uma linda mulher e isso era exatamente o que seu corpo precisava, após passar horas ao lado de Júlia como os bons amigos que eram.

O dia havia sido proveitoso. Felizmente Júlia o havia perdoado e a amizade entre ambos continuava inabalável.

Mauro pegou uma garrafa de whisky, um copo e sentou-se à mesa  na parte coberta de seu quintal. Aquela era uma noite de lua cheia, e a lua imponente no céu juntamente com aquela garrafa seriam sua companhia durante algumas horas. Mauro normalmente bebia apenas socialmente, mas precisava beber um pouco mais àquela noite, ele só não queria admitir o porquê.

Ele estava no seu segundo copo quando ouviu o barulho de um carro chegando.  Possivelmente era sua mãe, Dulce, que estava viajando há uma semana. Ela não o havia avisado que chegaria hoje. Mauro tomou mais um gole de whisky e pouco depois, ouviu a voz de sua mãe chamando por ele. A luz do quintal estava acesa e logo ela perceberia que ele se encontrava ali.

 — Mauro, você tá aí... Seu danadinho. — Ela disse sorridente entrando no quintal.

Mauro forçou um sorriso.

— Sua bênção, mãe. — Ela estendeu-lhe a mão e ele a beijou respeitosamente.

— Deus o abençoe. Tá tudo bem, meu filho?

 — Sim. E como foi a viagem?  —  Sua mãe ultimamente não saia mais de Beberibe.

— Tranquila. Eu acabei de chegar, e vim falar com você. Minhas bagagens estão lá na sala. Depois você sobe com elas, por favor.

Mauro acenou que sim. E como sua mãe não fazia menção de se retirar indagou:

            — A senhora acabou de chegar. Não é melhor ir descansar?

— Eu passo uma semana fora e sou recebida assim, a pontapés ? — ela reclamou contrariada.

Mauro conhecia sua mãe, ela não o deixaria em paz enquanto não soubesse o motivo de ele está na companhia de uma garrafa de whisky. Ele já havia percebido seus olhares nada discretos em direção à bebida.
 Respirou fundo.

            — Júlia fez aniversário ontem.  — Ele a informou.

— Ah, eu não acredito... Nem dei os parabéns a ela... Mas amanhã cedinho eu passo lá para vê-la. — Disse ela sentando-se na cadeira à sua frente.

 — Acredita que eu estava tão ocupado no escritório que esqueci do aniversário dela?  — Mauro bebeu mais um gole.

— Ah, mas você não lembra nem do meu. — Ela revirou os olhos.

Mauro sorriu e sua mãe o acompanhou.

— É, mas a Rute sempre lembra. Mas ela tá afastada por causa da gravidez.

 Dulce concordou com um aceno de cabeça. E continuou.

— Júlia deve ter ficado magoada.

— Ficou. Mas já nos resolvemos.

— Eu acredito. Afinal, aquela menina tem um carinho especial por você.

— Mamãe a Júlia é uma garota adorável. Somos amigos, e é só. Não fique criando teorias que não existem.

— Mas o que foi que eu disse? Só falei que a Júlia tem carinho por você. Não  precisa ficar na defensiva. A não ser que você se importe com essa garota mais do queira admitir.

—  A Júlia merece encontrar um rapaz da idade dela, mãe. Que a ame.  Ela precisa namorar, noiva, casar, essas coisas. — Mauro bebeu mais um gole.

Doce JúliaWhere stories live. Discover now