Select Secret.

* Decimo Nono*

Estava decidido a ignorar a ligação, mas a insistência de quem que fosse do outro lado da linha acabou vencendo. A Mel faz menção de se afastar, mas continuo a segurando pela cintura, quero perto de mim, ainda não desistir dos meus planos com ela aqui. Nunca imaginei que estaria na biblioteca na casa dos meus pais, agarrando a minha mulher, sempre fui um homem muito contido, controlado e agora estou aqui quase devorando a Mel com o olhar, apesar de estar de calça dá pra fazer perfeitamente o que tenho em mente, mas fomos interrompidos e justamente pela Olívia Sanders. Atendo a ligação tentando não mostrar o resquício de raiva que estou por ser interrompido justamente agora.

— Bom dia Sebastian. — deseja. Seu tom de voz é calmo, tranquilo. E receber uma ligação sua com certeza não é um bom sinal, mas pretendo escutar antes de falar ou perguntar qualquer coisa.

— Bom dia Olívia. — respondo. A Mel ergue o rosto para me encarar enquanto converso com a sua chefe, se antes achava essa situação perversa onde ela tinha submetido a Mel aceitar essa proposta agora acho insustentável. Mas tudo seria resolvido, quando voltássemos tudo isso teria um fim.

— Desculpa te ligar assim tão cedo e provavelmente te atrapalhar, mas estou ligando para a Lua e ela não me atende de forma alguma. Poderia, por favor, pedir para que ela me atenda. Ou que retorne a ligação. — pede. Esse seu controle é algo que me estressa bastante, olho para Mel que continua atenta a conversa não sei se de onde está conseguiu ouvir alguma coisa.

— Está tudo bem, pode deixar que pedirei para ela entrar em contato com você. Era apenas isso? — pergunto tentando ser o mais gentil possível e não somente por ela, mas por tudo que vem acontecendo ao meu redor é uma situação mais frustrante que a outra.

— Sim e te agradecer pelo agrado de ontem. Tenha um bom dia querido. — responde. Como tinha prometido e por precaução precisava que ela cumprisse a sua parte sem ativar o perfil da Mel novamente. Agora por motivos bem óbvios. Encerro a ligação e guardo novamente em meu bolso.

— O que ela queria? — indaga, meus braços ainda em volta da sua cintura, a verdade é que queria que a gente pudesse simplesmente esquecer quem é Olívia Sanders, mas estou um pouco apreensivo com qualquer situação que possa acontecer e que ela passe a desconfiar do que está acontecendo. Reconheço que ela é uma mulher bem inteligente não teria chegado onde chegou se não fosse, conseguindo esconder do marido, do filho e até mesmo da sociedade mantendo o sigilo dos clientes e o seu.

— Saber de você, por que não havia atendido o celular. — digo. Ela assente pensativa, beijo o topo da sua cabeça, ergo o seu queixo voltando a beijá-la, ela corresponde de imediato, deslizo minhas mãos para sua bunda a trazendo pra mim. Ela geme em minha boca, levo uma das minhas mãos para o seu seio o apertando em minha palma.

— Melissa. — chama a minha mãe fazendo com que pare de imediato, jogo a cabeça para trás. Com certeza hoje não é meu dia. Primeiro o meu celular agora a minha mãe. Desse jeito fica difícil de conseguir ter um momento íntimo. Ela morde o meu queixo achando graça da minha expressão.

— Estou indo Mary. — avisa se afastando, respiro frustrado aceitando que terei que esperar até mais tarde para conseguir ficar com ela. Seguro a sua mão enquanto caminhamos para onde a minha mãe está, sentada com seus óculos folheando orgulho e preconceito. Tinha esquecido quantas vezes ela já havia lido, e olha que passei seis anos fora e seu amor por esse livro segue invicto.

Ela ergue o olhar nos encarando. Sorri e tenho certeza que ela está feliz por me ver em um relacionamento, envolvido de verdade.

— Veio se juntar a nós? — pergunta a minha mãe não perdendo a oportunidade para acentuar que eu deveria ler mais. Quando conviviámos toda semana tinha que ler algum livro qualquer um que fosse, mas com tanto que lesse. E sempre vou ser grato a ela por isso, mas com o trabalho e a correria do dia vem fazendo com que passe meses lendo o mesmo livro capaz de sair do sexto capítulo.