Quem sou eu?

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   Xiumin acordou no sofá da sala em que despertou pela primeira vez.

   O gêmeo bravo estava diante dela com os braços cruzados, mas tinha um olhar diferente agora, não era caloroso, entretanto não tinha mais fúria como antes.

  Ao seu redor a sala estava diferente. Tudo estava limpo agora e a lareira acesa brilhava forte enquanto ele sentia o sol se pôr lá fora através das duas janelas. Xiumin se sentou devagar e o mais alto veio até ele descruzando os braços e olhando diretamente para seus olhos.

— Não devia ter me descontrolado antes, estou controlado agora – A voz soou mais grave do que antes e para sua surpresa ele se agachou diante de si colocando as mãos em cada lado do seu corpo — Você é meu para proteger e guardar, quando falhei fiquei fora de mim, não estou acostumado a ser desobedecido e você ao invés de ficar na cabana como prometeu sumiu assim que estávamos longe. Saber o motivo não faz diferença, mas sei quando não vou ganhar a batalha e essa está perdida.

— Eu não me lembro...

— Eu sei – Ele balançou a cabeça tenso — Eu sabia dos riscos quando te levei da casa deles aquela noite, eu sabia, mas parecia ser a única solução e você estava tão confiante, tão firme e tão teimoso!

  O desabafo dito em tom levemente irritado o fez sorrir, era idiota porque ele era perigoso, Xiumin sabia, podia sentir e estava cercado pelo homem, no entanto mesmo assim sorriu achando engraçado o modo em que ele disse aquilo, como se estivesse absurdamente confuso e irritado e fizesse um esforço máximo de se controlar.

— Eu também não acho que concordo com meu eu anterior.

  Comentou antes que se contivesse. Ele piscou e então assentiu.

— Seu eu anterior é voluntarioso e difícil. Mas é meu companheiro – Ele se ergueu, passou as mãos pela cabeça bagunçando os cabelos e então se voltou para a lareira acesa — Nunca acreditei em castigo dos deuses, mas acho que é bem apropriado para o momento. Eu e Baek nunca fomos muito versados a seguir ordens ou o que se espera de nós, tivemos nossa parte em caos através dos anos. Temos regras entre nós e a seguimos, mas não do jeito que dita às regras gerais. Entretanto o tempo passa e temos de aceitar isso.

  Quando vimos você naquele café e sentimos o seu cheiro e seu nome foi marcado em nós sabíamos que tudo seria mudado. O mundo para nós, a partir de então, seria você. É assim que funciona, pode não ser tão intenso para outros lycans, mas sempre soubemos que seria para meu irmão e eu, nós somos lobos solitários, não temos matilhas, não fazemos parte de uma, somos ambos alfas e não seguimos as regras, não aceitamos títulos nem servir a corte. O rei só não nos pune por que somos donos de quase todas as terras de colônias de lycans. Somos ricos demais para que ele possa nos atingir. Apenas por isso. Reunimos mais inimigos do que possa imaginar, somos o sangue ruim entre nossa gente embora viemos de linhagem real. Um dia, eu sabia que isso seria jogado contra nós. E esse dia foi quando o vimos.

  Ficamos loucos e queríamos roubá-lo lá mesmo. Não temos lar fixo, somos basicamente nômades assim era fácil dar-lhe o que você quisesse, morar onde quisesse. Qual foi nossa surpresa quando soubemos que você já era noivo? E não só noivo, mas noivo de três vampiros? Que ainda por cima eram lordes? Acho que uivei por mais de uma semana de raiva.

— Meu eu antigo encontrou vocês e disse isso assim? Simples?

  Ele não acreditava que pudesse ser tão frio. O lobo se voltou para Xiumin com os olhos tempestuosos.

Meus DonosOnde histórias criam vida. Descubra agora