Mais do que esperava

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  Ele abriu os olhos quando ouviu passos vindo para seu quarto.

  Era meio do dia e ele tinha conseguido dormir a pouco tempo já que entre suas tarefas normais noturnas e o tempo que dedicou a fazer o irmão parar de graça e entender que o consorte deles estava bem, e depois receber outra ligação do rei lhe dizendo que já tinha dado uma solução ao problema da princesa, ele acabou por estar com a mente muito ativa para conseguir dormir, mesmo cansado.

  Agora ouvia passos e então a porta do quarto abrir relutante. Sorriu.

  Ele estava em dúvida? O que ele queria? Algumas vezes quando Xiumin, o antigo Xiumin tinha pesadelos ele vinha atrás de si para conversar, fosse noite ou dia, mas esse Xiumin...

  Será que ele teve alguma lembrança ruim? Algo perturbador?

  Abriu a tampa do caixão largo que mantinha sobre a cama e se sentou olhando para o pequeno no vão da porta. Ele mordia os lábios de forma preocupada. Kris estendeu a mão.

— Venha Min, não fique aí de pé no chão frio, venha, entre e feche a porta.

  O menor o obedeceu e entrou vindo para sua cama e se sentando na beirada.

— Desculpe te acordar, é que eu... eu...

— Teve alguma lembrança?

Perguntou com calma, ele assentiu.

— Nada muito grande, só que estava em um lugar muito escuro e frio e depois eu acordava e corria para o seu quarto, mas não era esse, era outro e daí entrava com você... Mas era outro... Humm...

— Outro caixão, um branco certo?

— Sim.

— Isso acontecia as vezes lá na casa no Brasil. Eu mantenho a casa lá e você tinha se mudado para ela alguns meses atrás. Vem, entra no ataúde, vai se sentir melhor e mais quente.

  E de novo estendeu a mão para ele que ainda trêmulo tocou a sua e Kris ajudou o seu pequeno humano a entrar em seu caixão feito sob medida para ele, era espaçoso e confortável. Cabia ambos tranquilamente.

— Quer que eu deixe a tampa aberta?

— Pode ser?

— Pode.

  E Kris sorriu ao aninhar o outro em si. Ele suspirou longamente e colocou a cabeça em seu peito. Kris os cobriu com a coberta que raramente usava.

— Isso é bom...

— Sim, é, sempre gostou das minhas camas, nunca dormia sozinho...

  Disse se sentindo divertido e sonolento de novo.

— Ainda gosto, é bom.

— Estava sozinho na cama Min?

— Sim, os gêmeos precisaram sair e nem Kai, nem Lay apareceram...

— Eles estão ocupados. Não se preocupe, meu quarto é seu também, para sempre.

— Obrigado Kris... Boa noite.

Meus DonosOnde histórias criam vida. Descubra agora