Black Mirror - O CHIP DO ANTI CRISTO

1.2 FASE: O GRANDE EVENTO

O homem negro e sorridente se prepara para, parar o carro, em frente , ao pátio do lado de fora do estádio.

- .... aí eu disse pra ela, para parar de falar comigo naquele tom, que eu ia sair fora de casa. Aí ela veio com um papo de separação, aí eu fiquei, que mané, separação mulher, aí ela disse, que eu, que, tinha começado....

- Quanto deu Biá?

- Deu 22.75, chefia. Desculpa aí chefia, é que essa mulher me deixa doido!

Sempre frio o policial passa a mão pelo painél do carro, como se estivesse pagando a corrida.
- Sem problema, fica com o troco. - Diz enquanto se levanta e vai embora sem olhar pra trás.

O motorista negro olha o painél e vê 100 Flips (o dinheiro mundial).

Ainda com o passageiro a vista grita.
- VALEU CHEFIA! Hoje eu vou levar ela pra jantar! - E sai com o carro.

O policial sai do carro, em direção ao portal inicial. - Quanto tempo ainda temos?

Pelo seu micro, fone de ouvido, ele escuta uma voz, de mulher: - Já são, 08:50, o evento começa 09:15 mas o dicurso, quando todos devem ficar parados vai se iniciar às 09:45, você tem de estar num local próximo, do palco esse momento. Não pode, se atrasar.

- E eu, tenho quanto tempo?

- Seu tempo vai acabar, exatamente..... 09:56. Depois disso você já sabe policial policial Castilho. - Dá pra perceber o sorrisso sarcástico que a mulher deu na última frase.

- Certo, Milena!

O homem continua andando em direção ao portal, passa sua mão direita  no portal na altura do que seria uma maçaneta, assim como todos os outros cidadãos que estão entrandono estadio, ele parecia lotado, e ainda tinha gente entrando. Sinal verde, liberado! Seu coração dispara, mas ele conseguiu passar!

- Ufa, passei Milena! - Ele continua andando.

- Ei senhor!

- Que droga....

- O que foi? - Pergunta Milena, no micro, fone de ouvido.

- Espera.... - Diz o policial Castilho.

Um dos soldados que ficam no portão chega próximo do policial, e segura no ombro de outro homem que está próximo a ele.
- Senhor! Por favor, me acompanhe, foi detectado pelo seu chip que o senhor, esta com início de uma gripe.

- Eu estou bem! - Diz o homem.

- Por favor senhor, é para o bem dos outros cidadãos.

- É só uma gripe.... - "cof cof".
Diz o homem tossindo, agora sendo levado gentilmente pelo soldado.

- O mundo nunca mais foi o mesmo depois do covid 19. - Diz o policial enquanto continua a andar.

- Foi por pouco, você me assutou! Em fim continuando.... - Diz Milena , a voz no ouvido de Castilho.

**********

Nos bastidores, mais euforia! A maquiadora esta dando os últimos retoques na maquiagem da linda mulher que esta sentada na cadeira frente ao espelho. É isso o que Arnoldo vê, uma mulher linda e poderosa.

- Com licença.... - Arnoldo bate na porta aberta do camarim, enquanto entra.

- Arnoldo.... - A mulher diz de costas sentada na cadeira, ainda sendo maquiada. -... já disse que não gosto de que....

- É rápido só vim dar uma passada antes do descurso para desejar sorte!

A mulher se vira, ainda sentada diz:
- E não gosto que me interrompam também, tantos anos comigo e ainda não sabe!?

Arnoldo era o gênio por trás do chip "Flips", achava o nome engraçado, era uma espécie de piada, algo tão importante, ter um nome engraçado.

- Sim eu sei, me perdoe. - Arnoldo tinha por volta de 1.72, mediano, cabelo cortado, barba feita, sempre bem vestido, porém magro e sem postura; procurava sempre agradar a chefe, ele era o braço direito dela, desde que ela apareceu acreditando na sua idéia do chip e investindo milhões para ser aprimorada, ele devia tudo aquela mulher. - Geo... você, pensou naquele assunto que eu comentei com você na sexta? Hoje já é domingo, lembra?

- Assunto.... há, claro. Ainda estou pensando Arnoldo. - Georgina Ramavo, era uma mulher, elegante, bonita, empoderada; seus cabelos, curtos, quase na altura dos ombros, faziam uma franja que realçava o seu olhar, seu olhar, era o que tinha de mais forte visívelmente falando, ela não precisava falar, só um olhar dizia várias palavras de uma só vez; vestida com um conjunto social, seu terno feminino era, cheio de cores fortes, que mostravam sua força. Ainda mais em um dia tão especial, como o dia de hoje.

Georgina fica em pé.
- Vamos Arnoldo!

- Claro, Geo!

Georgina passa por Alrnoldo que vai logo atrás.

**********

A moça, morena clara que está na praça do lado de fora, abre os olhos e percebe que vai começar a cerimônia....

O policial Castilho, agora está dentro do estádio de futebol, a poucos metros do palco, na área do campo; porém ainda era distante, por conta da multidão  em pé no gramado.....

O general Thomas agora já se encontrava próximo do palco com Georgina Ramavo, esperando a autorização para a entrada.

- Dois minutos senhora Ramavo.

- Senhorita Ramavo, general Thomas.

- Dois minutos senhorita Ramavo. - Se concerta o general.

Arnoldo estava a dois passos de Georgina, dando espaço para ela se concentrar, ela parecia nervosa.

- Esta nervosa Geo!? - Pergunta, seu braço direito nos negócios.

- Hoje não meu bem! - Georgina dá um sorriso malicioso. - Hoje é meu dia!

- 1 minuto. - Diz o general Thomas, seu braço direito no comando do exercíto.

.....

- Vai começar! - Avisa Milena no ouvido de Castilho.

.....

- Tudo pronto, senhor! - Avisa um dos militares para o general. - Permissão!

- Concedida! - Responde o general enquanto seu subordinado sai. - 15 segundos senhorita! - Reavisa o general.

- Ok! - Responde Georgina mexendo os braços e as pernas, se preparando para o seu pronunciamento.

Continua....