Dia 0: o início do inferno

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Se tinha uma coisa que Joy adorava, eram os jantares na casa de suas amigas

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Se tinha uma coisa que Joy adorava, eram os jantares na casa de suas amigas.

Não porque era péssima na cozinha e Joohyun cozinhava maravilhosamente bem — ok, talvez por isso também — , mas sim porque sempre se sentia acolhida quando visitava o apartamento da família Kang. Seus pais moravam em outra cidade, a centenas e centenas de quilômetros do seu tão confortável loft num bairro nobre. Visitar as duas amigas e a afilhada era sempre motivo de alegria e diversão.

Exceto naquele dia.

Fazia algum tempo que não as encontrava, já que sua agenda de gravações estava muito apertada nos últimos dias. Por sorte, tinha terminado uma cena durante a tarde, e teria o resto do dia livre.

— O cheiro está ótimo! — comentou assim que Joohyun abriu a porta, exibindo o corpo escultural de uma mulher que ninguém saberia que já passara por uma gestação, a não ser que ela falasse.

Tinha marcado com as amigas às sete e meia, mas estava entediada em casa e resolvera ir mais cedo, para colocar o papo em dia. Era praticamente quase de casa, então não havia problema.

— Por que eu ainda fico surpresa por você só vir aqui pra comer minha comida? Você é uma interesseira salafrária, sabia? — a mulher resmungou, dando espaço para que a amiga entrasse. — Seulgi está no estúdio, senta aí que daqui a pouco o jantar está pronto.

Joy assentiu e jogou-se em um dos sofás, ignorando a enorme quantidade de brinquedos espalhados sobre o piso de porcelanato. Sentiu-se satisfeita quando viu que a maioria dos objetos ali foram presentes dados por ela à filha das Kang. Mimar sua afilhada era um dos seus passatempos favoritos.

O apartamento da família era enorme, não podia esperar menos de uma cobertura. As janelas longas davam uma visão privilegiada da cidade, o terraço contava com uma pequena porção coberta por grama e uma jacuzzi. O lugar tinha três quartos, além de um estúdio, um pequeno cômodo que Joohyun transformara num escritório e uma sala de jantar.

Ter amigas ricas estava em outro nível.

— Onde está a monstrinha? — perguntou em voz alta, para que Joohyun escutasse da cozinha. Provocar a melhor amiga também era um dos seus passatempos favoritos.

— Eu já disse para não chamar minha filha de monstrinha! — ela respondeu no mesmo tom, porém furiosa. — E ela está dormindo, brincou o dia todo aí na sala e praticamente desmaiou enquanto tomava banho, graças aos céus.

— Que pena, eu estava doida pra enchê-la de beijinhos e brincar de casinha...

— É por culpa sua que ela é tão mimada! — Joohyun apareceu no seu campo de visão, segurando uma colher de pau. — Esses dias fez um escândalo numa loja de brinquedos porque queria uma boneca!

— E o que vocês fizeram? — Joy arregalou os olhos, surpresa. Normalmente, a afilhada não costumava fazer birra.

— Aquele mini projeto de gente deu um jeito de ludibriar a Seulgi enquanto eu falava no telefone e conseguiu a maldita boneca... — Joohyun suspirou. — Não acredito que tenho uma filha manipuladora, mercenária e consumista com apenas três anos e meio...

Eu, ela, e o bebê ™Where stories live. Discover now