Capítulo 11

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Thomas

Os corpos iam ficando pelo caminho enquanto lutavamos. Aos poucos começamos a ser maioria, mesmo os soldados inimigos sendo extremamente hábeis. Procuro Vlamir com o olhar mas nem sinal dele, me concentro na luta.

- O rei está entrando no acampamento deles, quem estiver comigo e com Thomas entra os outros eu quero aqui para garantir que todos morram.- Arthur disse enfiando a espada em um soldado que se aproximou dele

Conforme entrevamos no acampamento só viamos corpos jogados

- É um bom estrago- Arthur diz olhando para os lado

- Onde está o resto ?

- Escondidos, esperando a gente abrir uma brecha.

Continuamos andando pelo acampamento até chegarmos a uma tenda visivelmente maior

- Vamos entrar, tome cuidado.- Arthur diz mantendo a espada levantada

Entramos, o lugar estava aparentemente vazio apenas com algumas caixas

- Não achei o rei- Vlamir disse entrando também

-Covarde- Arthur diz cravando a espada na terra- Sabia que essa história de espada que podia te matar era mentira.

Assim que ele fecha a boca escutamos um barulho forte vindo de fora. Tudo foi muito rápido, Arthur puxa a espada, Vlamir se vira saindo e assim que vou caminhar até eles sinto uma dor na minha barriga, olho para baixo e vejo o fino metal me atravessando. Um homem se revela escondido atrás de umas caixas. O gosto de ferro invade minha boca e eu começo a cuspir sangue atraindo a atenção de Arthur

- THOMAS ?

Vlamir

Já estava fora quando escuto o grito de Arthur, assim que entro vejo Arthur lutando contra o rei e Thomas no chão. Corro até ele, sua armadura manchada de sangue.

Me levanto olhando com fúria para o homem, empurro Arthur e seguro o homem pelo pescoço. Ele tenta levantar sua espada mas eu a pego e jogo no chão. Seus olhos não demonstram medo

- Pode me matar, mas nunca vai ficar em paz. Todos vão te perseguir, demônio.

- Então, que venham.- Digo enfiando minha mão no seu peito e puxando seu coração

- Vlamir...- Escuto Thomas me chamar baixinho e vou até ele

- Não pode me deixar, Thomas. Não vou conseguir viver sem você.

- Não há nada que você possa fazer.- Thomas diz com dificuldade

- Se você morrer, eu morro também.-Digo sem conseguir conter as lágrimas

- Por que não faz um acordo?- Arthur diz nos olhando triste

- Não sei se resolveria.- Escuto o coração de Thomas ir diminuindo os batimentos e o balanço de leve- Thomas, me peça.

- Eu quero que você me salve.-Ele diz segurando minha mão com força- Eu dou minha alma para você.

Ele me pega de surpresa

- Sua alma? Sabe que isso irá te prender pela eternidade comigo.

- Sim, eu sei.- Ele fala e sua mão solta a minha, e seu corpo vai ficando cada vez mais mole

- Eu aceito.- Digo beijando a testa dele, não sei se funcionaria. Minhas mãos tremiam e eu abaixo o olhar para ele. Seus olhos estavam estáticos. Sem vida.

Alis

O exército voltava, perdemos muitos mas sem Vlamir provavelmente estaríamos perdidos.

Vejo Arthur carregando uma armadura manchada de sangue, Burci chega com uma cara não muito boa também. Ele sobe em um Pequeno palanque atraindo a atenção de todos

-O rei... está morto.

Arthur levanta a armadura, era a de Thomas.

Sinto meu corpo ficar fraco e corro até ele

- Isso é impossível, ele não pode ter morrido.

- Eu sinto muito.-Arthur fala me abraçando e eu começo a chorar

Vlamir

O dia já amanhecia quando eu entrei no salão onde estava apenas Arthur e Burci. Vou um pouco para o lado e vejo Burci correr na direção de Thomas que estava ao meu lado

- Por um momento realmente achei que estivesse morto- Ele diz o abraçando

- Estou bem, meu tio. Mas era necessário, se soubessem do meu trato iriam começar a me chamar de demônio também. Nosso reino não aguentaria tantas guerras por parte dos outros reinos.

- O que vão fazer ?

- Ir para bem longe, onde ninguém nos conheça.- Digo e Arthur me olha confuso

- Mas e o reino, meu rei?

- Vou deixa-lo em boas mãos, não se preocupe.-Digo me aproximando e entregando minha carta de abdicação e quem deveria assumir- Agora, temos que ir. Não podemos correr o risco de verem ele.

Eles concordam e Burci abraça o sobrinho mais uma vez

- Eu te amo, tio.

- Eu também te amo, meu sobrinho.

Saímos de lá o mais rápido possível, pegamos um cavalo e seguimos para o lugar mais distante que poderíamos

O rei {Romance Gay}Where stories live. Discover now