30- Qual das duas?

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Eu e Gizelly passamos o resto da manhã conversando, era incrível como até falar do tempo com ela era interessante, nunca faltava assunto, ela me contou um pouco sobre como se assumiu pros pais, a reação que eles tiveram, me contou sobre sua adolescência, e até falamos de Daniel e Igor. Eu ouvia tudo com muita atenção, o jeito como ela narrava os fatos, sempre fazendo uma piada me arrancando sorrisos, era palpável a nossa sintonia, quem visse de fora poderia afirmar que nos conhecemos a vida toda.


Olhei para o celular e já estava dando duas horas da tarde, sempre acontece isso, nos perdemos no meio de conversas e mais conversas.


-Acho melhor começar o almoço. - Digo pra ela já me levantando.


-Qual o cardápio de hoje?


-Vamos ver o que tem na sua cozinha que eu possa usar. - Digo sorrindo para ela.


-Vamos lá que te mostro onde ficam as coisas. - Seguimos para a cozinha, por já estar tarde iria fazer algo simples e rápido.


-Gosta de strogonoff?


-Quem não gosta Rafaella?


-Então escolhido o cardápio. Se não se importa, gosto de cozinhar ouvindo música. - Digo já pegando o meu celular e colocando uma playlist para tocar.


Ela se limita a afirmar com a cabeça e se encosta na bancada para me observar, era o prato que mais fazia e se não fosse o fato de estar em um local totalmente desconhecido para mim poderia fazer de olhos fechados, mas a todo tempo precisava pedir alguma informação a Gizelly.


Antes das três horas já estávamos colocando a mesa, a cozinha já estava organizada e optamos por almoçar na varanda, já que estava um dia quente.


-Espero que você realmente goste, pois é o prato que mas faço em casa. - Digo com receio vendo-a colocar a primeira garfada na boca. Ela não diz nada, apenas me encara sem expressão.


-E aí? Gostou? Não fica me olhando assim. Se tiver ruim não precisa comer, podemos pedir algo.


-Rafella... - Ela diz e faz uma pausa me deixando mais aflita. - É simplesmente o melhor strogonoff que já comi na minha vida.


-Sério? Não ta falando isso só pra me agradar?


-Eu nunca minto quando o assunto é comida. - Ela fala e eu automaticamente sorrio.


-Que bom que gostou, pois seria a minha maior decepção errar o prato que mais faço justamente para você.


-Meus Deus, porque não te deixei cozinhar ontem?


-Até parece Gi, sua comida estava maravilhosa ontem.


-Qual das duas? - No mesmo momento em que ouço sua frase sinto meu rosto esquentar, mas resolvo entrar na brincadeira.


-Sou incapaz de decidir a melhor.


-Então terá que experimentar novamente para tirar a prova.


-Farei esse sacrifício. - Olho dentro dos seus olhos e posso ver a excitação crescendo neles.


Terminamos de comer assim, em um clima leve e descontraído que já nem me lembro do motivo que me fez bater em sua porta.



Point of view Gizelly



Terminamos de almoçar e demos uma ajeitada no resto da bagunça da cozinha.


-Que tal vermos um filme? - Pergunto me virando para ela.


-Tem certeza que não está enjoada de mim? - Ela me pergunta olhando em meus olhos.


-Me sinto bem como a tempos não me sentia...


-Eu posso dizer o mesmo...


Seguimos para a sala e foi uma briga para decidir o que assistiríamos, chegamos à conclusão de uma comédia romântica, daquelas bem água com açúcar.


Sentei no sofá e ela sentou ao meu lado, iniciamos o filme assim e aos poucos vou me aproximando dela, despretensiosamente, sem movimentos que poderiam assustá-la, já para o meio do filme estávamos abraçadas, quem visse a cena juraria que namorávamos.


Ouvi os soluços e olhei para o seu rosto, e era possível ver as lágrimas ali presente.


-Não acredito que tá chorando por causa desse filme Rafella.


-Foi só um cisco que caiu aqui.


-Você mente tão mal.


Ela riu ao ouvir o que eu tinha dito, e eu não pude deixar de olha-la. Estava ainda com os olhos cheio de água e eles estavam levemente fechados por conta do sorriso que trazia nos lábios, e que lábios, tudo nela era convidativo a mim, meu corpo reagia a ela como um viciado reagia ao seu objeto de vício.


Sem ao menos perceber fui me curvando em sua direção, ela me olhou porém não recuou um centímetro que fosse, seus olhos agora transbordavam desejos como o meu, e sem muita demora selei nossos lábios, delicadamente pedi passagem com minha língua o que foi concedido rapidamente, sem ao menos exitar.


O beijo, diferente da outra noite não era urgente, aproveitávamos aquele momento como se as nossas vidas dependessem disso, sem pressa, sem desespero, diria que era um beijo cheio da paixão que estava guardada em nós.


Quando o ar se fez ausente, mesmo com uma enorme relutância nos separamos e permanecemos de olhos fechados e testas grudadas, apenas sentindo a respiração, nada regular, uma da outra.



Depois daquele beijo #GiRafaWhere stories live. Discover now