Único

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— Para onde está olhando? — Perguntou Kaminari, balançando a mão na frente do rosto do loiro, com a intenção de lhe chamar atenção, mas não estava sendo muito efetivo.

— Ora, 'pra onde? É óbvio 'pra quem é. — Respondeu Mina, em um tom malicioso.

Bakugou finalmente saiu do "transe", não havia percebido que estava encarando fazia um bom tempo a garota meiga, baixinha de bochechas gordinhas, que estava sentada na mesa junto do Midoriya, Todoroki e Iida.

— O que foi, porra?! — Perguntou irritado, desviando o olhar da garota.

— Você 'tá apaixonado! — Kirishima entrou na brincadeira, passou os braços ao redor do outro e os apoiando no ombro alheio. — Isso é algo que nunca pensei que veria.

Bakugou, claro, estava irritado, ao ponto de quase explodir.

— Eu não 'tô apaixonado! — Berrou, tirando os braços de seu ombro. — Vocês estão drogados?! De onde tiraram isso?!

Os três amigos apenas acharam graça.

— Owww, é tão lindo o Bakugou apaixonadinho. — Mina disse com um olhar apaixonado, os outros quase podiam enxergar alguns corações e arco-íris a rodeando.

— Eu. Não. 'Tô. Apaixonado. — Katsuki disse pausadamente, se controlando o máximo que podia.

— Tudo bem, a gente acredita. — Kaminari ironizou.

Bakugou bufou irritado, queria que aquele assunto terminasse logo, não estava com saco para isso. Ele, definitivamente, não gostava da cara de lua.

Pegou o celular para checar as redes sociais e esfriar a cabeça um pouco, rolou um pouco o feed e isso foi suficiente para o aparelho entrar em modo de economia com apenas 15% de carga. Droga de bateria viciada!

— Recarrega meu celular? — Bakugou pediu entregando o celular para Kaminari.

Com o celular do outro loiro em mãos e vendo que ele estava distraído procurando algum canal interessante na TV; Kaminari teve uma ideia inocente, mas que irritaria Katsuki ao ponto de Kaminari preferir olhar tudo bem de longe, para não correr o risco de ser assassinado. Laçou um olhar para Mina e Kirishima que entenderam de imediato suas intenções maquiavélicas.

Katsuki ouviu alguns risos contidos e olhou para os amigos desconfiado. Eles, por sua vez, apenas disfarçaram bem mal suas intenções maléficas e riram amarelo.

— O que vocês estão fazendo? — Perguntou desconfiado, arqueando uma sobrancelha.

— Nada Kacchan, toma aqui seu celular, já carreguei.

Bakugou pegou o aparelho ainda desconfiado e o colocou em cima da mesinha de centro. Não entendeu o porquê de seus amigos estarem tão alegrinhos e não fazia questão de saber, apenas ignorou. Vai que eles estavam com algum problema e fosse contagioso, com doido ninguém discute.

Os três foram sentar em outro canto, melhor ficar longe de Bakugou por segurança, pois assim que ele percebesse o que havia no seu celular agora, temiam por suas vidas só em pensar.

Katsuki estava com uma cara de tédio e bocejando assistindo aqueles programas de culinária que sua mãe vê e anota toda a receita, mesmo que ela nunca fosse realmente fazer. Quando Uraraka sentou-se ao lado dele.

— Demorei um pouquinho. — Disse sorrindo sem jeito. Bakugou a encarou sem entender nada. — O que foi?

— O que foi o que?

— Você me mandou mensagem dizendo que queria falar algo comigo e só podia ser pessoalmente. — Assim que ela terminou de falar, o loiro encarou os amigos com um olhar mortal, eles se encolheram tentando conter as gargalhadas. — Então, o que foi?

— Eu não mandei nada, cara redonda.

— Claro que mandou!

— Não mandei!

Claro que mandou! — Disse fazendo um biquinho, que Bakugou preferia sofrer tortura do que admitir que achou lindo e fofo. — Pode olhar no teu celular se quiser.

A contra gosto, ele pegou o celular da mesa e desbloqueou a tela. Uraraka observava atentamente, decidida que venceria aquela discussão de um jeito ou de outro. Porém, ela não esperava que sua foto, que ela havia postado hoje, estivesse no wallpaper dele.

A cara de surpresa dos dois foi impagável da mente de Kaminari, Mina e Kirishima. Bakugou bloqueou rapidamente a tela; por ele, explodiria aquele celular ali mesmo, só não o fez, porque não queria ouvir gritos e sermões de sua mãe quando ela descobrisse o prejuízo. E Uraraka ficou vermelha e confusa, mas sua curiosamente do porquê de sua foto estar no papel de parede justo de Bakugou Katsuki, era maior.

— Err... Por que minha foto está...?

— Eu não gosto de você, se é o que pensa. — Interrompeu a garota.

— Eu nem pensei isso. — Pela primeira vez, Katsuki ficou sem saber o que responder. — Por que disse isso?

— Porque seria... o que faria mais sentido de você pensar.

— Então, você gosta de mim? — Os dois coraram com a pergunta.

— Claro que não!

— E por que tem uma foto minha no seu papel de parede?

Bakugou não estava mais aguentando aquela situação, estava prestes a explodir. Kaminari, Mina e Kirishima observavam atentamente a discussão como se fosse o último jogo da copa do mundo; igual a tias fofoqueiras assistindo um barraco entre os vizinhos.

— Porque sim! Não posso ter uma foto tua no meu celular? Vai me processar por usar tua imagem, é? Cara redonda!

— Claro que pode usar, eu só quero saber o motivo!

Nesse momento, o loiro viu a oportunidade de virar aquela discussão ao seu favor.

— Ah, é? Então tudo bem eu usar? — Perguntou sorrindo de canto, ela corou.

— ... Pode, se você quiser usar! Eu não mando em você!

— Ficou feliz por que viu tua foto aqui?

Uraraka abriu e fechou a boca várias vezes, sem saber o que dizer. Bakugou ficou satisfeito com a reação.

— Cala a boca, Bakugou-kun! — Ela gritou. — Esse não é o ponto! Eu quero saber o porquê de você ter colocado minha foto no teu wallpaper!

— Porque sim, caralho!

Uraraka cruzou os braços, extremamente irritada, bufando de raiva. Deu as costas para o loiro e saiu andando de volta para a mesa onde estavam Midoriya, Todoroki e Iida, puta da vida. Ela gostava dele, sim! Ela gostava! Ficou feliz quando viu sua foto ali, mas Katsuki conseguia ser tão irritante!

— Seu idiota!

Vendo a garota raivosa se distanciando, o loiro suspirou de alívio. Podia gostar dela, mas não admitiria isso tão cedo!

Mina, Kirishima e Kaminari gargalhavam que nem três idiotas, as barrigas chegaram a doer e nem som mais saiam de suas bocas. Porém, assim que viram Bakugou ali na frente deles, com o olhar mortal e explosões saindo da palma das mãos, eles sabiam que estavam mortos.

— CORRE!!

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