3. because you

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I will not make the same
mistakes that you did
I will not let myself
cause my heart so much misery
I will not break the way you did,
you fell so hard
I've learned the hard way
to never let it get that far”

C

CAPÍTULO REVISADO.

Eu estou congelada na porta da sala quando começo a notar os olhares que estão vindo em minha direção. Klaus não parece nota-los. Na verdade, a vida dele toda parece passar diante de seus olhos.

Inferno.

Limpo a garganta e ajeito minha postura; sou ótima em criar desculpas, mas não consigo pensar em nada. Bem que minha mãe costumava dizer que a verdade é o melhor caminho, porque algumas vezes até os melhores mentirosos falham.

A voz de Julia me desperta e eu digo a primeira coisa que vem à minha mente.

— Desculpa. Minha pressão baixou.

Desculpa falha. Ruim demais.

— Não comi nada ainda. Foi mal.

Forço uma expressão abatida, que não precisa de muito esforço. Tenho certeza de que minha pressão baixou verdadeiramente agora.

— Sem problemas. Se precisar de algo pode ir até a enfermaria.

Eu balanço a cabeça e ando tropega até o meu lugar.  Julia tem uma expressão de preocupação genuína no rosto e nossos colegas de turma me lançam alguns olhares. Me pergunto se consegui engana-los depois de perder minha postura completamente ao me deparar com Klaus.

— Quer que eu busque um pouco de sal?

Júlia pergunta. Ela é minha melhor amiga, e eu devo contar a ela o que aconteceu no final de semana passado, mas não conto. Se eu fingir que nunca aconteceu, posso tratar Klaus como um professor normal.

Apesar de eu fechar os olhos e conseguir sentir seu pau dentro de mim.

“FOCO, MARIA LAURA.” Grito mentalmente comigo mesma.

— Não, tô bem. Você sabe como minha pressão é.

— Ah, sim! Realmente.

Eu nunca falei sobre meus problemas de pressão para ela, mas eu sei que quando Julia não se lembra de algo importante que eu disse, ela finge que sim para não parecer uma péssima amiga.

A voz de Klaus interrompe meus pensamentos.

— Eu serei professor de História e Literatura, como escrevi no quadro. Me chamo Klaus, tenho 28 anos, e esse é meu primeiro emprego no Brasil, morava em Seattle antes.

— Por isso você tem nome de vampiro?

Clara pergunta ao mesmo tempo que Julia diz:

— Com todo respeito, mas você morava em SEATTLE e agora mora AQUI? Jesus... 

— O vampiro que tem meu nome. Eu nasci antes de The Vampire Diaries aparecer na TV. — Ele ri, a turma o acompanha. Eu quero sumir. — E, sim, eu morava em Seattle, mas tive que vir para o Brasil, meus pais precisam mais de mim aqui, do que eu preciso viver fora.

As perguntas continuam, mas não estou prestando atenção. Ele me olha de forma discreta umas cinco vezes por minuto, e não tenho forças para desviar os olhos.

— Essa aula de literatura servirá para que possamos nos conhecer. Então, peço que usem uma folha avulsa para escrever um pouco sobre cada um de vocês. Coloquem o nome, também. Assim, ao invés de forçar uma apresentação constrangedora, vocês podem me dizer apenas o que acham importante que eu saiba. — Ele faz uma pausa e vai até o quadro. Não consigo ver o que ele escreve, mas ele continua a falar de costas para nós. — Também quero que escrevam se tiverem algum desses problemas. Acho importante um professor saber disso. Vocês têm 40 minutos.

professor é o car#lho. | CONCLUÍDO!Where stories live. Discover now