O meu começo

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Dois anos depois...

Olá, aqui é Kim Taehyung. Se no momento eu não atendi é porque estou muito ocupado. Então deixe uma mensagem, se for importante talvez eu retorne.

"Senhor Kim? Sou eu Kim Jisoo, liguei para lembrar sobre a sua entrevista hoje para o canal 12. Por favor, fique pronto no horário, que irei lhe buscar".

Hoje era um daqueles dias em que Kim Taehyung tinha acordado de bom humor, esses dias infelizmente estavam cada vez mais escassos em sua vida.

O loiro ignora a mensagem de Jisoo e vai em direção a sua cafeteira vermelha, presente de seu pai depois dele finalmente terminar sua mais nova obra-prima, essa que lhe concedeu uma entrevista em horário nobre no canal 12.

Com um café quente em mãos e a suas inseparáveis pantufas do Scooby Doo, Taehyung caminhou até a sua máquina de escrever que ficava no canto oposto ao sofá, próximo à janela que tinha uma vista bonita da rua movimentada de Seul. Nela havia uma folha sulfite, um pouco amarelada por conta do tempo em que estava ali, com apenas uma frase escrita, "sexta-feira 13."

Taehyung bufou alto saindo de perto da máquina, o seu bloqueio criativo já durava quase cinco meses, e todo o escritor em ascensão sabia que ficar tanto tempo sem escrever nada poderia levar de voltar ao anonimato.  

Por conta da sua vontade de se tonar escritor, Taehyung acabou não criando amizade com ninguém na época do ensino médio enquanto os seus colegas iam para festas, ele focava em escrever o seu primeiro livro. Mas de uma coisa Taehyung tinha certeza a escolha que havia feito tinha lhe proporcionado grandes conquistas. E o loiro estava longe de querer voltar para o porão, não depois de sentir o doce gosto de ser reconhecido em pleno domingo de manhã no mercado do bairro.

[. . .]

As 14:00 horas em ponto Taehyung já se encontrava pronto, vestindo o seu melhor suéter verde e a sua inseparável calças social marrom, que era um ou dois números maiores que si, mas que não deixava de ficar bonita no corpo magro.

Os minutos iam passando, Taehyung não conseguia se manter quieto, enquanto estava sentando no seu sofá de dois lugares marrom repleto de almofada coloridas, as suas longas pernas tremiam repetitivamente. 

O tic tac do relógio não ajudava a acalmar a sua ansiedade, ficou tentado em tomar uma dose extra do rémedio que seu psiquiatra receitou, mas se conteve sabia que de nada ajudaria.

Não gostava de aparecer em frente as câmeras, por isso tinha escolhido os livros em vez da televisão. Tinha que se esforçar era para uma boa causa.

O rapaz já não aguentava mais ter que esperar Jisoo. Desde que adquirirá ataque de pânico em dirigir pelas movimentadas ruas de Seul, era Kim Jisoo que levava o mais novo para todos os lugares que precisasse.

É claro que o mais novo tentava não abusar da gentileza da mais velha, mas quem disse que Jisoo se importava.

Assim que a mulher chegou, os dois desceram juntos os três lances de escadas do antigo apartamento de quatro andares, localizado em um bairro de classe media baixa. Jisoo já havia pedido para o mais novo muda-se, mas Taehyung morava no prédio a mais de cinco anos, e não queria ter que deixar o aconchegante apartamento em que vivia. Mesmo as paredes começando a criar mofo por conta da umidade, ainda sim era seu lar.

O meu amanhecerWhere stories live. Discover now