Okaeri [KakaSaku]

CAPÍTULO IV - Flores de cerejeira caem na primavera.

Ao notar a presença de Kakashi a mulher abre a boca para gritar, mas ele rapidamente a impede de fazê-lo tapando sua boca. Ela se esforça, tentando escapar de alguma forma. Ele reconhece a mulher de momentos atrás. Ela tem o cabelo longo preto e liso, e grandes olhos azuis. Ele a explica que já se conheceram. Kakashi pergunta se ela se lembra de quando ele a pegou quando ela estava caindo. Com o olhar assustado, ela acena afirmativamente com a cabeça. Quando Kakashi retira a mão da boca da mulher, ele se apresenta como um shinobi de Konoha.

– Eu faço parte da guarda de Konoha responsável pela segurança desse voo. Como chegou até aqui? – Kakashi pergunta a mulher.

– Eu... percebi que tinham inimigos coagindo alguns passageiros e procurei o lugar mais próximo pra me esconder. – A mulher apesar de toda a situação se mantinha calma, mas estava envergonhada. Talvez pela proximidade de ambos segundos atrás quando ele a impediu que gritasse.

– De todo modo, devemos sair daqui o quanto antes. Depois dos estragos feitos no tubo eles provavelmente irão passar pelos locais que estive para procurar por mim. Portanto, aqui não é mais seguro pra você. Vamos lá – Então Kakashi levanta e empurra a moça pelo canal de ventilação, ele segue atrás dela, ambos rastejam pelos dutos. Eles saltam fora, logo que chegam à um dos compartimentos onde havia estado com Sakura mais cedo.

A mulher começa a falar algo, mas Kakashi interrompe, morde seu polegar e pressiona a palma da mão no chão.

– Kuchiyose no Jutsu! – E assim uma fumaça branca emerge, e com ela Pakkun, Buru, Urushi, Guruko, Shiba, Bisuke, Uuhei e Akino. Seus oito ninken apareceram. A mulher fica surpresa com a aparição dos cachorros que apesar de sérios, ficavam fofos com roupa de ninja.

– Kakashi-san, o que está acontecendo? – Pergunta Pakkun e surpreende a moça por sua voz grossa apesar dele ser pequeno.

– Não tenho muito tempo para explicar em detalhes. Estamos a 5.000 metros de altitude. – Ao dar essa informação a expressão dos ninken não foi a mais tranquila. Mas Kakashi precisava que agissem rápido. – Em vários locais desse navio há selos explosivos. Encontre-os o mais rápido que puderem sem serem notados.

Assim saem os oito ninken liderados por Pakkun em busca dos selos. Kakashi então se vira para a mulher e pede a ela que se esconda, mas antes que pudesse sair ela o impede.

– O que há? Eu preciso ir agora, as execuções vão começar. Preciso impedir que isso aconteça.

– Essas exigências são para que libertem Garyo, certo? Então... não é o caso de fazer o que eles pedem? Se continuarem hesitando, as vítimas só aumentarão.

Então eles conversam e Kakashi explica que algo assim é impensável. Soltar Garyo encorajaria outros grupos a fazerem o mesmo e dessa forma toda a ordem entraria em colapso. Se assim fosse, logo estariam em guerra novamente. Mesmo com toda a situação de risco que estavam ele tentaria proteger a todos da maneira que lhe fosse possível.

– Todos nós estamos buscando por justiça da forma que acreditamos ser certo. Mas quando duas formas de justiça colidem, a coisa mais importante é destacar sua forma do inimigo, arriscando sua vida pelos outros e por seus ideais. – Disse Kakashi, pouco antes de saltar em direção ao canal de ventilação. – Seguindo essa lógica: aqueles que tiram as vidas de pessoas inocentes, não possuem qualificações para falar de justiça.

Os olhos dos inimigos restantes ficam cerrados. O líder interrompe seus movimentos. Ele ordena que seus subordinados voltem aos seus lugares, cuidando dos seus deveres, observar os passageiros. Além disso, eles não são páreo para Kakashi, O Ninja Copiador. Kakashi observa o entorno, incluindo os shinobi derrotados, há nove inimigos no recinto. Os passageiros estão todos reunidos no centro do salão. Seus rostos são uma mistura de medo e apreensão, observando atentamente a situação.